Fazendo uma pausa em nossa peregrinação Beatlemaníaca, vamos falar um pouco sobre o tal "dia das mães" (OU, DIA DISTO OU DAQUILO).
Já conversamos outrora, sobre estas datas "festivas" que o sistema em que vivemos arranja para dar um "up" no comércio. Assim temos o "dia dos pais", "das mães", "dos namorados" (que se avizinha, pelo menos aqui no Brasil) e assim por diante.
Muito bem. Trago-lhes, no entanto, uma mensagem de um companheiro espiritual, para que possamos refletir seriamente em nosso papel de pais. Prestem atenção e uma ótima semana.
Att,
Alex.
RESPOSTA DO ALÉM
Minha irmã:
Valho-me do “correio do outro mundo” para responder à sua carta, cheia da
sensibilidade do seu coração de mulher.
Pede-me
a senhora o concurso de espírito desencarnado para a solução de problemas
domésticos no setor de educação aos filhinhos que Deus lhe confiou.
Conforta-me, sobremaneira, a sua generosidade; entretanto, minha amiga, a
opinião dos mortos, esclarecidos na realidade que lhes constitui o novo
ambiente, será sempre muito diversa do conceito geral.
A
verdade que o túmulo nos fornece renova quase todos os preceitos do conceito
geral.
Aí
no mundo, entrajados no velho manto das fantasias, raros pais conseguem fugir à
cegueira do sangue. De orientadores positivos, que deveríamos ser, passamos à
condição de servidores menos dignos dos filhos que a Providência nos entrega,
por algum tempo, ao carinho e ao cuidado.
Na
Europa, trabalhada pelo sofrimento, existem coletividades que já se acautelam
contra os perigos da inconsciência da educação infantil entre mimos e caprichos
satisfeitos. Conhecemos, por exemplo, um rifão inglês que recomenda: - “poupa a vara e estraga a criança”. Mas, na
América, geralmente, poupamos os defeitos da criança, para que o jovem nos
deite a vara logo que possa vestir-se sem nós. Naturalmente que os britânicos
não são pais desnaturados, nem monstros que atormentem os meninos na calada da
noite, mas compreenderam, antes de nós, que o amor, para educar, não prescinde
da energia e que a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o esclarecimento.
Dentro
do Novo Mundo, e principalmente em nosso país, as crianças são pequeninos e
detestáveis senhores do lar que, aos poucos, se transformam em perigosos
verdugos. Enchemo-las de brinquedos inúteis e de carinhos prejudiciais, sem a
vigilância necessária, diante do futuro incerto. Lembro-me, admirado, do tempo
em que se considerava herói o genitor que roubasse um guizo para satisfazer a
impertinência de algum pequerrucho traquinas e, muitas vezes, recordo,
envergonhado, a veneração sincera com que via certas mães insensatas a se
debulharem em pranto pela impossibilidade de adquirir uma grande boneca para a
filhinha exigente. A morte, todavia, ensinou-me que tudo isso não passa de
loucura do coração.
É
necessário despertar a alegria e acender a luz da felicidade em torno das almas
que recomeçam a luta humana, em corpos tenros e, muita vez, enfermiços. Fora
tirania doméstica subtrai-las ao sol, ao jardim, à Natureza. Seria crime
cerrar-lhes o sorriso gracioso, com os ralhos inoportunos, quando os olhos ingênuos
e confiantes nos pedem compreensão. Entretanto, minha amiga, não cogitamos de
proporcionar-lhes a alegria construtiva, nem nos preocupamos com a sua
felicidade real. Viciamo-las simplesmente.
A
morte, porém, colhe nossa alma em sua rede infalível para que nos aconselhemos,
de novo, com a verdade. Cai-nos a venda dos olhos e observamos que os nossos
supostos sacrifícios não representavam senão amargoso engano da personalidade
egoística. Nossas longas vigílias e atritos angustiosos eram, apenas, a defesa
improfícua de mentiroso sistema de proteção familiar. E, humilhados, vencidos,
tentamos debalde o exercício tardio da correção. Absolutamente desamparados de
nossa lealdade e de nossa previdência, por se manterem viciados pela nossa
indesejável ternura, os filhos de nosso amor rolam, vida afora, aprendendo na
aspereza do caminho comum. É que, antes de serem os rebentos temporários de
nosso sangue, eram companheiros espirituais no campo da vida infinita e, se
voltaram ao internato da reencarnação, é que necessitavam atender ao resgate,
junto de nós outros, adquirindo mais luz no entendimento. Não devíamos
cercá-los de mimos inúteis, mas de lições proveitosas, preparando-os, em face
das exigências da evolução e do aprimoramento, para a vida eterna.
O LAR. |
Desse
modo, minha amiga, use os seus recursos educativos compatíveis com o
temperamento de cada bebê, encaminhando-lhes o passo, desde cedo, na estrada do
trabalho e do bem, da verdade e da compreensão, porque as escolas públicas ou
particulares instruem a inteligência, mas não se podem responsabilizar pela
edificação do sentimento. Em cada cidade do mundo pode haver um Pestalozzi que coopere
na formação do caráter infantil, mas ninguém pode substituir os pais na esfera
educativa do coração.
Se
a senhora, porém, não acreditar em minhas palavras, por serem filhas da
realidade indisfarçável e dura, exercite exclusivamente o carinho e espere pela
lição do futuro, sem se incomodar com os meus conselhos, porque eu também, se
ainda estivesse envolvido na carne terrestre e se um amigo do “outro mundo” me
viesse trazer os avisos que lhe dou, provavelmente não os aceitaria.
Irmão X
(do livro “Lázaro Redivivo”, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, p. 66 a 69,4ª ed., ED. FEB, RJ, 1963).
Gostei muito do texto, vou compartilhar com uma amiga pois estávamos conversando esta semana sobre isso. Pois ela é solteira e percebe que costumamos deixar nossos filhos com quem é solteiro e aparentemente "não tem nada pra fazer" por isso tem que ficar com o sobrinho e outras coisas. Falamos sobre a exploração dos avós, etc. Papo cabeça.
ResponderExcluirjoia... Valeu. Assunto de suma importância, para todos.
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