sábado, 16 de novembro de 2019

SOMETHING/COME TOGETHER - 50 ANOS DO PENÚLTIMO SINGLE DOS BEATLES!

Boa tarde,

Voltamos neste feriado para falarmos um pouquinho dos 50 anos do penúltimo single dos Beatles, lançado na Inglaterra, no dia 31 de outubro de 1969.

Meu compacto nacional, de 1969...


  À essa época, os Beatles praticamente não mais existiam. O detalhe interessante deste single, porém, que, pela primeira - e última - vez, uma composição de George Harrison figurou num lado "A" de um single dos Beatles: "Something".

Pode parecer meio sem sentido para os dias de hoje - uma música estar de um lado ou de outro do disco - até porque as pessoas ouvem música em mp3 e isso não tem mesmo nenhuma importância.

Mas, historicamente e, principalmente para a época, sim.

Ocorre que o mercado de músicas, se podemos chamar assim, à época e, antes de Sgt. Peppers, era de compactos, isto é, os chamados "singles": As bandas e os artistas lançavam uma ou duas músicas de sucesso num disco de sete polegadas - esses disquinhos das fotos - e tentavam dizer tudo o que queriam no formato compacto, isto é, em três minutos e alguns segundos, no máximo, que era a duração de uma música "padrão" na época.

Lado "B"... Come Together...

Além disso, os compactos "impulsionavam" as vendas dos LP's ("long plays", ou os tais "bolachões"), onde as bandas e os artistas - aí, sim - podiam colocar suas ideias com "um pouco mais de folga".

Sgt. Peppers, no entanto, quebrou mais um paradigma: digamos que ele "inaugurou" a cultura do LP como massificação do rock. Não que as pessoas que curtiam rock não compravam LP's, mas, a partir de Peppers as bandas e os artistas de rock modificaram seu pensamento quanto à expressão artística; tinham mais tempo para dizer o que queriam dizer, não precisando mais lançar singles para alavancar essa ou aquela venda.


Então, o mercado fonográfico, pós Sgt. Peppers, passou a ser de LP's, e não mais de singles.

Mas os Beatles, filhos da classe operária, jamais deixavam os seus fãs na mão: os singles eram bem mais baratos e acessíveis às pessoas que não tinham dinheiro para comprar LP's (que sempre, e em qualquer lugar, foram caros), de modo que eles continuaram lançando singles até não mais existirem como banda (o último - "Let it Be"/ "You Know my Name" será objeto de nova conversa no ano que vem, quando completará 50 anos).

Daí a existência, mesmo após Sgt. Peppers, de singles dos Beatles.

Outra curiosidade é que os Beatles sempre tiveram a preocupação de lançar, nos dois lados do single, dois "lados A". Explico: acho que já falei em outras conversas por aqui mas vou falar-lhes novamente: Um "lado A" de um single, de ordinário, era a música mais importante do compacto. No "lado B", as bandas e os artistas lançavam uma canção que eles consideravam com não muito potencial de sucesso.

A primeira e última vez que uma composição de George figuraria num disco dos Beatles...

Já os Beatles, por aqueles motivos ali expostos, sempre lançavam DOIS LADOS "A" em seus singles. E, com este, não foi diferente.

E, claro, para George, deve ter sido ótimo ver, finalmente, uma composição sua digna de um "lado A" dos Beatles - uma das canções mais famosas, bonitas e regravadas da história, sem dúvida nenhuma.

Com o encarte original de 1969...

Tratam-se, obviamente, de dois clássicos do rock, eternizados neste compacto e, claro, no LP "Abbey Road", já comentado na postagem anterior.

Ah, e por falar em clássicos do rock, na próxima postagem, vamos falar dos 50 anos do nascimento do ROCK PROGRESSIVO, "inaugurado e sacramentado", para mim, com o lançamento do discccccccaaaaaaaço "In the Court of Krimson King", do King Crimson...

Essa postagem será mais que especial... Prometo-lhes um vídeo caseiro de audição deste marco do rock progressivo.

Até lá!