segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

SEM OS BEATLES, NO NATAL? NEM A PAU!!!


Boa tarde a todos,

Voltamos para CELEBRAR O NATAL junto com vocês!!!

Como é de sobejo conhecimento de todos que me conhecem, o Natal, para nós, tem um significado RADICALMENTE diferente do senso comum. Aliás, este tal de "senso comum" está mais para CONVENIÊNCIA COMUM do que outra coisa.

Bem, vamos direto ao motivo de nossa blogagem de hoje: Os Beatles.

ó o tamanho da bitela!!!

Desde 1964, há uma "tradição" no mercado fonográfico que os Beatles inauguraram: a pedido da EMI - Gravadora onde os Beatles gravaram todos os seus álbuns e quase todos os singles - Brian Epstein, após o estrondoso sucesso de A HARD DAY'S NIGHT - do disco e do filme - da INVASÃO BRITÂNICA, bem como do estabelecimento da BEATLEMANIA, que varreu os dois lados do Atlântico, pediu aos rapazes de Liverpool que fizessem um LP para as VENDAS DE NATAL, de 1964. Como eles já tinham algumas canções escritas, juntaram-nas com outras de outros artistas que admiravam (Carl Perkins, Chuck Berry, Buddy Holly, entre outros) e lançaram o LP "BEATLES FOR SALE" (que, claro, será, em breve, objeto de blogagem especial), para atender a "demanda ENFURECIDA por Beatles".

Por estas, entre outras coisas, é que falamos: NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, NA MÚSICA POPULAR se compara aos BEATLES. Muitas pessoas não fazem a mínima NOÇÃO do que era o do que passou a ser as coisas e o mundo depois deles... Para o bem ou para o mal... Queiram ou não, os que gostam, e os que os detestam (e não são poucos, tenham certeza).

13 álbuns "oficiais", mais a coletânea "Past Masters", que reúne os  singles, mais um ESPETACULAR LIVRO...

A partir de então, os fãs nunca mais ficaram sem "algo" dos FAB FOUR em época de Natal. Nem que fosse uma mensagem gravada, pela BBC, ou algum vídeo clipe - SIM , OS BEATLES TAMBÉM "INAUGURARAM" OS VÍDEO CLIPES e a tal "MTV", ou, mesmo depois de separados, a EMI dava conta de lançar coletâneas, das mais diversas, boas, bizarras, etc. O fato é que, nós, fãs dos Beatles sempre gostamos de "alguma novidade no pedaço", nesta época do ano, ainda que, num primeiro momento, NÃO TENHAMOS GRANA PARA ADQUIRIR a "novidade".


Bem, relembrando uma outra postagem nossa, disse-lhes do lançamento, em VINIL, da discografia oficial da banda. Pois bem: TENHO-A EM MINHAS MÃOS!!!!!!!!!

Tudo começou quando fiquei sabendo do lançamento, via fã clube, do Box. Desde então, PERSEGUI-O freneticamente pela "internet", para saber preços, condições, etc.

Tentei um "site" estrangeiro, mas não funcionou. Pesquisando, encontrei um camarada que já tinha o Box para PRONTA ENTREGA (assim é mais gostoso!) e NÃO TITUBEEI: comprei NO ATO!!!

O dinheiro? Bem, o dinheiro é oriundo da "rescisão" da Prefeitura de Guarulhos. Bem suado. 13 anos. Valeu cada centavo, tudo o que passei por lá: perseguições políticas, e/ou gratuitas, encheção de saco, BONS MOMENTOS - e foram MUITOS, principalmente os ÚLTIMOS, lá nas OFICINAS CULTURAIS...

Pensam que foi tudo "joia"? Em se tratando de nós, SE NÃO HOUVER EMOÇÃO, não vale!!!

Os Correios, como todos sabem, funcionam mui precariamente e, no afã de conseguir o Box, esqueci-me de fazer o tal SEDEX: bem, foi um DESESPERO para essa caixa chegar até minhas mãos...


Deu sábado... E nada!!! 11h 30min sai eu e a Marluce para, LOUCAMENTE, PERSEGUIR a caixa, lá na agência da Vila Maria dos Correios... TOMAMOS UMA BAITA CHUVA, corríamos feito loucos pela Guilherme Cotching (avenida principal, do citado bairro), o "buik", para variar, FICOU TODO MOLHADO... E, NADA!!! Voltamos com aquela sensação de vazio na barriga...

Até o "buik" entrou na dança!!! Estava em Pirassununga e veio BUSCAR O BOX DOS BEATLES!!!

No domingo, no entanto, quem diria? Pleno domingão, lavando banheiro e o interfone toca: chama a Marluce (que também esperava uma encomenda dela)... Mas quando ela chega com DUAS CAIXAS nas mãos - E UMA BEM PESADINHA! - eu não mais tive dúvidas: ELA CHEGARA, enfim!!!

Coloco para vocês, também, minha coleção MONO, NACIONAL e ESTEREOFÔNICA, também NACIONAL....

Imaginem quando chegar a CAIXA MONO, em 180g?...

Vamos aguardar, agora, uma AGULHA NOVA para meu toca-discos e, no ano que vem, A COLEÇÃO MONO, em 180g.!!!


Um ótimo Natal e,
um ano maravilhoso, cheio de realizações espirituais para todos, que Jesus permaneça AGORA E SEMPRE nas mentes e nos corações...


Saudações roqueiras...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

OPALA GRAN LUXO 1971: ADEUS!!!


Boa noite a todos, 

Depois de mais uma longa demora, voltamos. Acertos profissionais, mudanças que, certamente, hão de acarretar mais responsabilidades.

Deixar a Prefeitura de Guarulhos foi um marco em minha vida, daqueles de VIRAR A PÁGINA, mesmo! Lembro-me de ver a alegria nos olhos de minha mãe, quando soube que minha portaria de nomeação havia sido publicada e a cartinha de convocação finalmente esteve em suas mãos. Alguns meses depois, ela esteve mais no plano espiritual do que entre nós, para falar a verdade. Tal é o estado de coma, para o Espírito. O importante é que ela foi mais, digamos, SOSSEGADA, para lá: o último filho bem (naquela época, 1999, era "bem"... Já hoje...) empregado e iniciando curso superior...

Bem, deixemos a Prefeitura de lado - E NO PASSADO - para falarmos do assunto que nos traz novamente a este blog: O Opala!

Como todos que me conhecem já sabem, gosto deste modelo de automóvel desde pequeno e não sosseguei até adquirir um modelo... Bem, já estou no TERCEIRO, mas, o SEGUNDO merece uma blogagem especial, porque FEZ PARTE de muitas emoções nossas, durante os longos SEIS ANOS em que esteve comigo. E, como eu havia dito que um dia iria contar esta estória, de alguma forma, conto-lhes oportunamente, pois que ele JÁ NÃO É MAIS MEU.

Vamos lá.

Tudo começou no dia em que vi esse Opala em um site de vendas, lá na Biblioteca, numa de minhas "escapadas" do Museu. (sim, também trabalhei em um, que não era e não é, na verdade, um MUSEU, mas está mais para depósito de quinquilharias e FUNCIONÁRIOS MEQUETREFES, na concepção dos "ADMINISTRADORES" da cidade em questão).

A primeira sessão de fotos, depois da reforma: no meu antigo  local de trabalho: Centro Cultural "João Cavalheiro Salém"

Estava meio "órfão" por ter vendido meu 1979/80 (que foi o primeiro) e procurava, já a algum tempo, outro para ocupar o lugar da "garagem".

Foi aí que vi o TOPÁZIO DOURADO, 1971, teto com capota de vinil, câmbio na coluna de direção e, claro, 6cc! Tudo do jeito que eu queria... Olhei, olhei e vi que se tratava de um CLÁSSICO RARO, além de satisfazer meus desejos prementes.

O carro encontrava-se na cidade de Matão, aqui mesmo em São Paulo, a 350 km da Capital. Analisei e tomei a decisão: irei ver o carro. Liguei para o dono e perguntei absolutamente tudo, deixando apenas para ver o que tinha que ver.

Tirei um abono da Prefeitura, tracei planos da viagem e pus os pés na estrada. Um calor INSUPORTÁVEL, céu azul e... 5 HORAS DE VIAGEM...

Cheguei à citada cidade por volta do meio-dia, sol a pino. Cabeludo e barbudo, extremamente magro, as pessoas da cidade logo notaram que havia alguém diferente por lá... 

Maravilhoso, como sempre!

Havia combinado com o proprietário e ele foi buscar-me na rodoviária. Enfim, chegamos. Quando o vi, realmente não acreditei: o carro estava PÉSSIMO: cada parte dele estava pintada em uma cor diferente, calotas amassadas, sujas, pneus carecas, motor imundo, ou seja, UM LIXO. Sem falar na parte interna: bancos com espuma aparecendo, carpete desfiando, um horror...

Apesar de tudo isso, não me abalei e vi o que queria ver: o que realmente ele representava e o que ele tinha de melhor: Estava completamente original, com todos os detalhes, nota fiscal, chave original, manual, certificado de garantia, frisos, emblemas, etc.

Fiquei do meio-dia até as 15 horas olhando o carro. Por baixo estava IMPECÁVEL, o que denota não ser um carro muito usado. Andei com ele pela cidade e, ruas largas, asfaltadas, verdadeiros tapetes (parece que os prefeitos caipiras descobriram como se eleger e reelegerem-se, perpetuamente...Igualzinho a Pirassununga, que todos pensam que Prefeito bom é aquele que asfalta rua). Bem, lombada aqui, acolá e a suspensão batendo igual a bateria do JOHN BOHANN!!! E a direção, então, hein? O volante dava quase DUAS VOLTAS, com o carro parado!!! Zero de suspensão, zero de direção, zero de amortecedor - E O CARA GARANTIU-ME QUE O CARRO IA BEM PARA SÃO PAULO!!!

Coisa linda...

Não me fiz de rogado: emocionado por dirigir pela primeira vez um carro com câmbio na coluna de direção (sonho antigo!), voltei a São Paulo DECIDIDO A COMPRÁ-LO, mesmo sabendo que teria de reformá-lo por completo, quebrando a cabeça atrás de peças, bons profissionais, etc... E TUDO SEM GRANA!!!

Enrolei o vendedor pelo menos umas três semanas, ligando para ele e chorando descontos, e, claro, dando-lhe esperanças de que eu iria comprar o carro dele.

Desconto aqui, desconto ali, NEGÓCIO FECHADO. Era chegada a hora de viver FORTÍSSIMAS EMOÇÕES. 

Liguei para o Agnaldo - meu irmão - e expliquei a situação: marcamos um dia e fomos buscar o Opala. Exatamente o dia 20 de julho de 2006. Mais 350 km de estrada e calor... O Agnaldo levou UMA NAVE ESPACIAL de caixa de ferramentas, para qualquer imprevisto (na cabeça dele, PREVISTO!!!).

Ao chegarmos, quando ele viu o carro, e, num átimo, disse-me: você vai pagar isso por este lixo??? Eu disse "Claro! Já estamos levando!!!"

Entramos na casa do vendedor e os pais dele fez a gente almoçar com eles. Almoçamos e, novamente, MAIS UMA CHORADINHA, antes de irmos ao banco da cidade e concretizarmos o negócio. Fechamos e preparamo-nos para a viagem. Ganhamos uma lata de suco de laranja dos anfitriões, que coloquei no sujo porta-malas do Opala.

Observem o que PULSA, debaixo do capô... MOTORZINHO É COISA DE DENTISTA!!!

Enchi o tanque de combustível (é grana, hein?) e partimos, rumo a São Paulo.

Uma viagem pacata, tranquila e sonolenta, até que... A direção começa a TREMER. O Agnaldo "acorda". O carro joga a traseira de um lado, de outro. Eu simplesmente apus as mãos na direção. Pé direito no acelerador. Pé esquerdo, no Plano Espiritual. Deus no comando. Ultrapassagem. Caminhão. O pneu traseiro esquerdo estoura. O Agnaldo, de moreno, FICA BRANCO. O motorista do caminhão, também. Joga o seu caminhão para o lado. Reduz a velocidade. O Opala vai... Vai para o matinho do "acostamento". Para. O caminhão passa. O Opala fica. Pneu murcho. A mais ou menos CINCO METROS, uma BORRACHARIA. Vivos. E com dinheiro. Pneu careca "novo". Estrada. Deus no comando...


Detalhe do interior: última sessão de fotos, para venda....

Passamos. Fomos. Primeira (verdadeira) parada: Campinas. Abri o capô, para esfriar o motor e fomos descansar, um pouco, enquanto a tarde caía e o crepúsculo maravilhoso chegava. A partir daí , o Agnaldo foi para o comando e, quando chegamos em São Paulo, na marginal, pegamos um baita congestionamento, daqueles! Anda, para, anda para e... A GASOLINA ACABOU. É! NA MARGINAL...Posto? A apenas DOIS METROS de onde estávamos...

Enfim, deixei o Agnaldo na casa dele e fui para casa: saímos de Matão por volta das 14 horas e chegamos em São Paulo por volta das 22h!!!

Guardei o carro e comecei a SONHAR!!! Sim, vou reformá-lo, nas suas características originais! Bem, não vou contar-lhes como foi o processo, vocês devem imaginar...

No dia seguinte fui até um depósito de material de construção, aqui perto de casa e recebi a primeira oferta por ele...

De lá para cá, foram QUATRO CASAMENTOS: Gino, Monique (primos), Elizete (irmã) e, claro, o MEU... Subindo a Serra da Cantareira de Opalão... Foi só EMOÇÃO!!!

O dia mais feliz de nossas vidas... E lá estava ele, o Opala!

Sexta-feira, 7 de dezembro de 2012: Depois de uma LONGA negociação, com idas e vindas, neste dia calorento (a exemplo do dia em que eu o trouxe), o Opala voltava para o seu lugar: interior de São Paulo – Sorocaba.

Os novos compradores ficaram em êxtase, principalmente os filhos dele, que não viam a hora de vir buscar o carro. Pouco antes das 14h deixamo-los em frente ao Aeroporto Campo de Marte, perto do sambódromo, para que fosse embora com segurança. Foi a última vez que dirigi o topázio dourado (COM A MARLUCE, DO LADO), que, evidentemente, deixará em nós BOAS LEMBRANÇAS...

Foi embora...

sábado, 29 de setembro de 2012

SHE LOVES YOU/I'LL GET YOU - COMEÇA A BEATLEMANIA

Boa noite a todos,

Dando continuidade em nosso bate papo sobre os Beatles, hoje vamos falar do single que trouxe, ao mundo, o que ele conheceu como BEATLEMANIA.

Capa do single ingês

Sim, porque, os Beatles, à época, eram mais uma banda de Liverpool do que uma banda da NAÇÃO. Explico: apesar de terem alcançado sucesso com seus primeiro compactos - LOVE ME DO/P.S. I LOVE YOU e FROM ME TO YOU/THANK YOU GIRL e com seu LP PLEASE PLEASE ME e terem chegado duas vezes ao topo das paradas britânicas, ainda não eram nem sombra do que realmente viriam a ser.

Contracapa.

Só para termos uma ideia do estrondoso sucesso, SHE LOVES YOU/I'LL GET YOU foi simplesmente o single de maior sucesso DA DÉCADA DE 1960 no Reino Unido. Só isso.

Original inglês, 45 rpm.

Entretanto, este single não foi tão somente um sucesso comercial, em si. Os Beatles conseguiram, através de seu ritmo, de sua harmonia e de sua batida - que lhes caracterizaram durante, pelo menos, todo esse período, marcar toda uma geração, com seus costumes, jeito de ser, de vestir-se, etc. Foram, sem sombra de  dúvida, o maior fenômeno do pós-guerra na Inglaterra. Suas fotos estavam, da noite para o dia, estampadas nas primeiras páginas de todos os periódicos ingleses; o país trocava a depressão do pós-guerra pelos quatro fabulosos de Liverpool.

Foi neste contexto, então, que surgiu o termo BEATLEMANIA, tão conhecido de todos. Para completar, o "yeah, yeah, yeah", que já era usado por outros artistas (Elvis, p. ex.), tornou-se uma marca definitiva da banda, levando todo uma nação desesperançosa e conservadora a simplesmente DELIRAR.


Outra edição inglesa, menos "luxuosa"...

Lançado no dia 23 de agosto de 1963, é um marco na história da música, de todos os tempos. Mas, apesar do sucesso, os Beatles ainda não eram tão populares assim. Talvez, o início de tudo tenha se dado no dia 13 de outubro de 1963, dia em que eles pisaram o palco do LONDON PALLADIUM, um local no centro de Londres de onde se transmitia o popular programa "Sunday Night at the London Palladium", para uma absurda audiência de simplesmente 15 MILHÕES DE INGLESES... Teatro lotado e parte externa idem, a polícia londrina já não mais sabia o que fazer com tamanhas aglomerações de fãs histéricos (as) e rapidamente tudo isso se tornou manchetes de jornais em todo o país. Era a BEATLEMANIA.

Cartaz promocional, que virou poster e lenda.

Portanto, dois meses medeiam o lançamento do single com esta apresentação. Em apenas dois meses, em uma música de pouco mais de dois minutos, os Beatles viraram a Inglaterra de cabeça para baixo.

SHE LOVES YOU foi escrita em Newcastle, em 26 de junho de 1963, em um dos raros momentos de folga da turnê inglesa. John e Paul tocaram violão juntos, num quarto de hotel em Leeds, no dia 28 e, a partir de então, começaram as estruturas da música que mudou toda uma nação.

Mudando o enfoque de suas próprias composições, Paul sugeriu que, em vez de "me" e "you", eles pudessem dirigir-se de outra forma: entrou, então, o "she" e o "you", com se eles estivessem assistindo a algo que se passasse com outra (s) pessoa (s). O pai de Paul, ao ouvir a canção, sugeriu que eles usassem "yes", "yes", "yes", no lugar do conhecido "yeah", "yeah", "yeah", pois ficava mais "correto" (com o país da Rainha).  Mas John e Paul insistiram no "yeah", que, claro é bem mais rock and roll.

Uma outra curiosidade: o sexto acorde, que encerra a música, era, à época, algo inusitado dentro da música pop. Ao mostrarem a música a George Martin, este riu e Paul explica: "Ele achou que estávamos brincando. Mas não funcionava sem o acorde, então decidimos mantê-lo, e George acabou se convencendo".

Estava pronta a canção que abriu as portas do Reino Unido para os Beatles e colocou-os definitivamente na história da música de todos os tempos.

"I'll get you" é o lado "B" do single e foi escrita como sequência de "From me to you", na casa de John. Começa-se aqui a externar-se a ideia de que John tinha das coisas como uma visualização criativa... Começando com: "Imagine I'm in love with you..." que é a primeira frase da música. Mais ou menos, como em 1971, com: "Imagine there's ho heaven...".



Reparem no selo da ODEON, amarelo. Minha edição nacional  está acabadinha...

Este single ainda não existia, nem para o mercado norte-americano, nem para o brasileiro. Os Beatles ainda não eram conhecidos fora de suas fronteiras. Em meados de 1964, ele foi lançado nos EUA e no Brasil. Lá, não teve o sucesso que alcançou na Inglaterra e, por aqui, a chamada BEATLEMANIA ainda não era tão "mania" assim, já que, tanto a bossa nova, quando a jovem guarda, "faziam a cabeça da galera". Tanto que o single foi transformado em I WANT TO HOLD YOUR HAND/SHE LOVES YOU (sim, absurdamente, no lado "B" do snigle!), imitando os norte-americanos, para variar...Porque, SHE LOVES YOU está para a Inglaterra, como I WANT TO HOLD YOUR HAND está para os norte-americanos... E brasileiros... Mas, I WANT TO HOLD YOUR HAND será motivo de uma outra abordagem....

Reparem no encarte... Bem nacional, não é mesmo?...

Fica aí, então, a nossa dica de hoje, para boas audições... E, claro, MUITAS EMOÇÕES!!!

PS.: Se a gente não mais se falar, até 7 de outubro, BOAS ELEIÇÕES para vocês... Nem preciso dizer que DEVEMOS VOTAR - já que "temos que" - DECENTEMENTE, não é mesmo? Ah, sem me esquecer que, ao "fuçar" no site do fã clube "Revolution", dos Beatles, fiquei sabendo do lançamento dos TREZE ÁLBUNS OFICIAIS dos Beatles em VINIL 180g... Quem sabe nós não façamos uma blogagem especial para eles, hein? É claro que eu ganharei uma de presente... SEM SOMBRA DE DÚVIDAS, para REESTREAR MEU MARANTZ!!!...

QUE BELEZA!!! Dizem que vem com estes encartes maravilhosos aí, ó... HUMMM!! Dá água na boca!!!



sábado, 15 de setembro de 2012

PLEASE PLEASE ME

Boa noite a todos,

Voltando depois de um longo período, daremos continuidade às postagens em homenagem a maior banda de rock de todos os tempos: The Beatles.

Na postagem anterior, falamos um pouco do single "From me to you/Thank you girl", lançado em 11 de abril de 1963.

Dois registros: O LP PLEASE PLEASE ME foi lançado ANTES deste single, em 22 de março de 1963. Lembrando sempre, porém, que esses lançamentos referem-se à Inglaterra. Portanto, há uma incorreção, de nossa parte, com relação à ordem cronológica, a qual estamos submetidos, para tentarmos descrever, sucintamente, a estupenda carreira fonográfica desta banda atemporal.

E, claro, sem nos esquecermos de que, a data 11 de abril de 1963 remete-nos a Julian Lennon, que tinha apenas 3 dias de idade neste dia, ocasião em que seu pai começava a ganhar o mundo...

Reparem que, ao mencionarmos "PLEASE PLEASE ME", antecede-lhe uma expressão não muito usual, para os nossos dias digitais. Esta expressão "LP" vem do inglês, que significa LONG PLAY, isto é, um disco de longo período, de 12 polegadas (o grande, chamado de "bolachão), que se popularizou mais massivamente do que os de 10 (EP'S) e 7 (singles), porque, claro, cabia mais músicas.

Na Inglaterra era comum chamar um "disco" de LP. Esta expressão, ao menos, nós não copiamos dos "brothers" lá de cima, porque nem mesmo eles conheciam esta expressão, eminentemente inglesa.

À esta época, os Beatles já sabiam o que compor, o que NÃO compor, comportar-se adequadamente (claro, para a época) no palco, isto é, lidar com a plateia.

John e Paul há 5 anos estavam juntos; George, quase o mesmo tempo; e Ringo, bem, Ringo, já era um baterista famoso e experiente, em Liverpool, quando do convite para substituir Pete Best, sendo que os rapazes o conheciam desde 1959.

Brian Epstein deu a eles noção e direção nos negócios (que NUNCA FOI O FORTE DELES) e na aparência; quanto ao repertório, os Beatles faziam cover  - MUITO BEM FEITOS, porque, não fosse desta forma, jamais seriam o que sempre foram - de todos os sucessos da época: Elvis Presley, Chuck Berry, Buddy Holly, Carl Perkins, Arthur Alexander, Everly Brothers, Little Richard, Larry Williams, Fats Domino, Gene Vincent, entre outros... 

... E, claro, não fossem também, simplesmente, a maior dupla de compositores da história da música, e suas canções de ótima qualidade, jamais alcançariam o que alcançaram, ao longo de pouco mais de 7 anos de carreira, na qualidade de banda. Disse-lhes 7 ANOS... É que, sempre nos dá a impressão de que eles duraram tanto tempo, talvez por serem atemporais... De 1962, ano em que Ringo ingressou no conjunto, até 1969, ano em que de FATO a banda dissolveu-se, já que DE DIREITO, apenas em 1970.

Aliás, para muitos (desavisados e pouco lidos, diga-se de passagem) os Beatles acabaram depois de Sgt. Peppers, em 1967, coisa que, evidentemente, NÃO CONCORDO. Prestem ATENÇÃO em ABBEY ROAD, por exemplo. Aliás, foi uma das condições impostas por George Martin, para que todos voltassem a se reunir e gravar um disco, como nas suas palavras: "... como antigamente..."

Os Beatles - e todos os quatro - nunca foram EXÍMIOS músicos, mas, se música, para nós todos é, essencialmente ALMA, com certeza eles conseguiram, através da sensibilidade, atingir a alma de várias e várias gerações. Falamos isso porque eles não tinham dinheiro para comprar bons instrumentos e partituras - SIM, ISTO TUDO TAMBÉM SEMPRE FOI MUITO CARO, ATÉ PARA UM PAÍS DESENVOLVIDO, COMO A INGLATERRA. Tinham que ouvir as músicas que executavam à exaustão, para aprender os acordes e executá-las com sua própria característica. Igualzinho a hoje...

O LP "Please Please Me" é outro marco na indústria fonográfica porque, àquela época os LP'S não eram tão populares como eram há pelo menos uma década depois. As pessoas compravam EP'S e singles, isto é, mais ou menos como se faz hoje: o pessoal por aí não "baixa" a música do fulano na internet? Então, naqueles dias, comprava-se a MÚSICA de sucesso, apenas. E, detalhe curioso: raramente um LONG PLAY agradava alguém que se dispusesse a ficar, pelo menos, 40 minutos ouvindo o som de algum intérprete da música popular. Daí a sua rejeição, por parte dos compradores de discos.

Please Please Me VEM INAUGURAR UMA NOVA ERA NA HISTÓRIA DA MÚSICA: a gente senta e OUVE O DISCO, do começo ao fim E NÃO PERCEBE QUE A HORA PASSOU. E mais: com vontade de virar o disco novamente e deixar cair suavemente o braço nos primeiros sulcos do lado A do LP... ISTO É OS BEATLES...

Gravado, então, em sua maior parte EM APENAS UMA ÚNICA SESSÃO, em 11 de fevereiro de 1963, chegou ao TOPO das paradas britânicas.
EDIÇÃO INGLESA ORIGINAL, EM MONO.


Contracapa: notem o selo da PARLOPHONE, à esq., identificando-o como  inglês... Esta foto é do  CD, da coleção  ESTÉREO, que foi recentemente relançada, imitando o LP original... Bacana...

Juntando, então, canções de outra autoria que executavam nas excursões na Europa e em casa, com suas próprias composições, o álbum estava pronto.

É difícil destacarmos esta ou aquela música, até porque, eles mesmos estavam FIXANDO SONS E IMPRESSÕES, antes a transmitir qualquer mensagem. Mas, com certeza, até o repertório alienígena foi muito bem escolhido. E, claro, o disco incluía dois grandes sucessos deles: "Please Please Me" e "Love Me Do".

Ainda o mundo não conhecia os Beatles. Mas, em seu país, já havia uma EUFORIA ESTÉRICA pelos quatro rapazes de Liverpool.

Detalhe: "Twist and Shout", última faixa do lado B, tornou-se mundialmente conhecida pela interpretação deles e foi gravada no fim da sessão do disco e John estava COM DOR DE GARGANTA e quase não conseguia falar... E tem gente que reclama, por aí, do microfone, do palco, disso, daquilo... Prestem atenção nos vocais que ele faz, nesta música...
Selo "canudinho": edição estéreo nacional, de 1974, ano em que nasci...

... Ele vinha com este encarte, aí...

Fica aí, então, o convite para todos escutarem, mais uma vez, este disco maravilhoso. Por ora, hei de escutar em CD MONO, na minha coleção monaural, que é a que chega mais próximo dos originais... Mas quando o Marantz voltar do "estaleiro", com certeza, o vinil irá rodar...

Falando sobre isso, no Brasil, à época, Please Please me não foi lançado. Os primeiros LP'S do PLEASE PLEASE ME igual ao original inglês foram lançados no Brasil no começo dos anos 1970, já em ESTÉREO.

O primeiro LP dos Beatles, lançado no Brasil, foi em 1964 e chama-se BEATLEMANIA, em MONO, como vocês podem ver nas fotos.  (além de não haver, no Brasil, à época, aparelhos estereofônicos, os Beatles, como sabemos, GRAVAVAM EM MONO e depois, a partir de "Sgt. Peppers, George Martin mixava os discos também em ESTÉREO). Trata-se da capa do LP "With The Beatles", com a extravagante "Beatlemania" cursiva em seu lugar.
Saem o capitólio, o logo da EMI e o nome With The Beatles; entra BEATLEMANIA....

Contracapa, com inscrição da CENSURA e tudo...

As músicas não correspondem ao "Please Please Me" e, sim, ao "With The Beatles", lançado após o "Please Please Me", com I WANT TO HOLD YOUR HAND abrindo o LP - porque foi a música que abriu as portas para os Beatles nos EUA e, como aqui, desde aquela época, nós sempre gostamos (menos eu, é claro!) de imitar os norte-americanos, nós fazíamos igual a eles: Pegávamos os discos dos Beatles, inventávamos uma capa e, sabe-se Deus como e com qual critério, "escolhíamos" as músicas que lá figurariam... Assim surgiu "Beatlemania"... Como surgiu, nos EUA, o ABERRANTE "Introducing The Beatles, pelo obscuro selo "VEE JAY", já que a subsidiária da EMI naquele país - CAPITOL - recusava-se a lançar os Beatles por lá... Tadinhos, estes tais...
1º selo dos Beatles no Brasil: ODEON azul-marinho, de 1964.

Abre-se, então, o LP com I WANT TO HOLD YOUR HAND (que foi lançada em single, objeto de uma outra postagem futura) e, depois, segue-se a sequência do lado A do "With The Beatles", com EXCEÇÃO de ALL MY LOVING, que será posteriormente incluída em outro LP: THE BEATLES AGAIN, o segundo nacional.
O famoso selo estrela da ODEON: o 1º era AZUL, já de uma reedição do  BEATLEMANIA, em 1966. Lindo,  meu disco, hein?

No lado B, SHE LOVES YOU (que retrata e expressa a verdadeira BEATLEMANIA) abre o repertório e depois segue-se a sequência de "With The Beatles": "Roll over Beethoven" e assim sucessivamente e, claro, com exceção de mais uma: MONEY, que foi EXCLUÍDA e também JOGADA para THE BEATLES AGAIN, para dar lugar à faixa inaugural de PLEASE PLEASE ME: "I saw her standing there". Confuso? Sim ou não?...

Ouçam, então, quem tem ouvidos para ouvir... E também os discos, para tocar...
Qual iremos ouvir hoje, hein?... Oh, dúvida cruel!!!

Até uma próxima oportunidade...

PS.: vem chegando uma nova eleição. Mais uma vez, convenço-me de que URGE A NECESSIDADE, NO BRASIL, DO VOTO FACULTATIVO, não só pelas minhas vivências e observações em meio a  parcos 15 anos de militância política, mas também depois de vivenciar mais 6 anos na JUSTIÇA ELEITORAL. Mais uma vez a nossa MAROTA DEMOCRACIA vai funcionar às avessas, privilegiando O DINHEIRO, O PODER E A IGNORÂNCIA. Ouçamos mais os Beatles, que mais ganhamos, não é mesmo?... Enquanto não cai um RAIO e institui o voto facultativo no Brasil... ARRRRRRGHHHH !!!!






quarta-feira, 22 de agosto de 2012

OCUP-AÇÃO DO TEATRO NELSON RODRIGUES

Boa noite a todos,

Voltamos para trazer-lhes a OCUPAÇÃO do TEATRO NELSON RODRIGUES, em Guarulhos - SP, espaço que faz parte do meu local de trabalho.

O Teatro Nelson Rodrigues foi inaugurado por volta de 1981. Até a inauguração do Teatro Adamastor, no centro da referida cidade, O Teatro Nelson Rodrigues era a referência do palco guarulhense. Aos poucos, como sempre mandam os governantes, o Teatro foi ficando às moscas - não me refiro àquelas, que tomam lugar de outras, de mesma espécie, no vaivém das administrações públicas, na chamada "dança das cadeiras". Estas moscas, que se encontravam no Teatro gostam de disputar lugar de destaque com as traças, os ratos (lá tinha também!), as aranhas e suas temidas teias, etc.

OCUPADO!

De tanto mofar, o teatro perdeu a referência, parou no tempo e serviu, durante muito tempo, aos caprichos e sabores dos funcionários - para o bem ou para o mal - , que, ora se dispunham a "administrá-lo, ora usá-lo como instrumento de "glamour" e chiqueza, para exaltação do ego, do tipo: "você viu? Olha, eu trabalho no Teatro Nelson Rodrigues, viu? Como sou culto?", e outras "cositas mas", que não cabe aqui me referir...

A OCUPAÇÃO contou com a colaboração e cotização de muita gente. Dentre  elas, recebemos esfihas veganas desta galera aí em cima...

Saquem só o recado dos caras, que veio colado nas caixas...

Estive um bom tempo afastado do Centro Cultural, no qual o teatro está inserido, chamado "Centro Cultural João Cavalheiro Salém", que abriga, além do teatro, uma biblioteca (que precisa ser NACIONALMENTE DISCUTIDA), um museu (idem) e uma parte administrativa, que também cuida do PROGRAMA OFICINAS CULTURAIS, todos afetos à Secretaria de Cultura, do município já referido.

Cheguei por lá em meados de 2002, para trabalhar no Museu Histórico e, por ali fiquei, até ir prestar serviços à Justiça Eleitoral, por volta de 2006, onde fiquei até o final do ano passado. De volta, então, ao Centro Cultural, recebi a proposta para trabalhar com as Oficinas Culturais - Programa da referida Pasta, para levar, incentivar e despertar arte nas pessoas, bem como, consequentemente, estimular o autoconhecimento e a noção do ser social, com uma visão crítica da sociedade, criando instrumentos de transformação individual e social.
O teatro de portas abertas... O espaço público também...

Ideias convergindo, surgiu a necessidade de oferecer o ESPAÇO PÚBLICO para as pessoas - que são seus verdadeiros donos, ainda que não saibam. Surpreendi quando me deparei com o espaço totalmente aberto, sem aquelas grades horrorosas que o circundavam, impondo, ditatorialmente, toda a nossa "panca de donos-funcionários" a uma população sofrida e sem opções de lazer, cultura, educação, etc.

Com todo esse impulso, então, brotou a ideia de se OCUPAR aquele espaço, de oferecê-lo aos artistas da cidade, para que pudessem, através de sua arte, dialogar com a população, chamando-a a participar, tanto do processo artístico, como da utilização do espaço público, para que esta mesma população sentisse o espaço como seu, abrindo as portas à efetivação da troca de experiências, emoções, etc.

FOI O QUE ACONTECEU.


Tudo pronto, então, começamos, no dia 18 - sábado, às 18h, ininterruptamente até às 18h do domingo, encerrando-se às 18h.
O cortejo segue a sua sina...


Tudo o que se possa pensar em políticas públicas de inclusão social não chega aos pés do que fizemos, sem falsa modéstia. Contando com parquíssimos recursos - financeiros, logísticos, etc., bem como humanos, porque, se a própria população tem dificuldade de entender que o espaço público é dela, os servidores, por outro lado, tem dificuldade de entender, ao contrário, isto é, que O ESPAÇO PÚBLICO NÃO É DELES, a despeito da obrigação - moral e legal - de de zelar por este mesmo espaço. Haja vista a dificuldade de alguns entender o verdadeiro caráter desse tipo de ação social.
Vejam o grafite que a galera das Oficinas de grafite fizeram...

Quando as pessoas tem determinada coisa como delas ocorre como em suas próprias casas: elas zelam, cuidam, não deterioram. Esta é a grande solução para o fim da depredação dos espaços e monumentos públicos no Brasil. Estive em Paris e lá vi o quanto a população  - E O MONTE DE TURISTAS QUE LÁ CIRCULAM O ANO TODO - preserva e respeita, tanto as instituições públicas, quanto os monumentos, espaços públicos, etc., porque já se criou o hábito de "pertencer", de "ser", ao contrário dos nossos velhos hábitos de "ter".
O momento máximo: o cortejo de artistas e populares sobe as escadarias que dão acesso ao  teatro: OCUPAÇÃO INICIADA!

Gravado que está na memória dos que participaram da OCUPAÇÃO, bem como na HISTÓRIA DA CIDADE DE GUARULHOS, é o tipo mais ideal de socialização das pessoas, da arte, do bem público (que, assim deveria ser POR NATUREZA), do serviço público e das condições necessárias para o crescimento e desenvolvimento do ser social, que assim jamais se perderá no individualismo, no consumismo e nas criações de necessidades materiais, sustentáculos do sistema capitalista de produção, gerando uma nova atitude perante a vida dos que ali se congregarem.
O CORTEJO, que tomou conta do LAGO DOS PATOS (lago artificial, que fica defronte ao teatro, frequentado pelos moradores do bairro, em sua maioria de classe média alta) e "ARRASTOU" os boêmios frequentadores daquele espaço para o teatro...

Eu e a Marluce lá estivemos, claro, como voluntários e pudemos verificar o quão foi importante, para a cidade de Guarulhos,  a OCUPAÇÃO DO TEATRO NELSON RODRIGUES, e de todo o CENTRO CULTURAL. Inesquecível. Marluce, aliás, que trabalhou com UM BRAÇO SÓ!!!



Êta, ói nóis aí, preparando o caminhão, para buscar instrumentos no Conservatório da Prefeitura...


sábado, 4 de agosto de 2012

AS "SACOLINHAS" VOLTARAM, E EU TAMBÉM VOLTEI...

Boa noite a todos,

Depois de um longo período em férias (inclusive com a troca de micro, by MERCATUDO DAS CASAS ANDRÉ LUIZ), voltamos para dar continuidade às nossas reflexões.

Todos vocês que me acompanham, aqui neste blog, já devem ter percebido que as famigeradas sacolinhas plásticas voltaram e com toda a força aos supermercados, mundo afora.

Já externei aqui a minha posição a respeito e seria redundante discorrermos acerca disso. Mas, ao menos, vale como registro: sempre os interesses econômicos, imediatistas e consumistas prevalecem, numa sociedade manhosa, preguiçosa e cheia de caprichos como a nossa, que prefere as comodidades oferecidas por esse sistema econômico e social esdrúxulo em que vivemos, a efetivamente tomar a frente e TRABALHAR DURO, para a construção de uma sociedade justa, mais igual e eminentemente SOLIDÁRIA.

Nós todos - A HUMANIDADE - vamos pagar - e estamos pagando - um preço muito alto por conta da nossa desídia para com o planeta. Muito, mas muito além dos supostos R$ 0,25 que "pagamos" pelas infernais sacolinhas (suposto preço embutido nas mercadorias). Quem quer pagar, para ver?...

Bem, mas o ponto alto desta blogagem reside nos jogos olímpicos, que ocorrem na cidade de Londres, na terra dos BEATLES (e não da rainha, tá?).

Durante muito tempo, tanto nos jogos da Antiguidade, como nos chamados "jogos da Era Moderna", o "espírito olímpico" permeou todas as aspirações dos participantes, de modo que o objetivo intrínseco do Esporte - socialização - permaneceu aceso.

A coisa complicou-se a partir dos jogos de 1936, em Berlim, capital da Alemanha.

Aquela caricatura que subiu  - PELO VOTO - ao poder daquele país fez, dos jogos, um instrumento para sobrepor-se às outras nações e povos, insinuando ser a tal raça (grupo étnico), que ele pensava pertencer, superior às demais. De lá, para cá, esses jogos somente serviram - GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES E RARÍSSIMAS EXCEÇÕES - para a propaganda política dos governos reinantes da hora, promoção pessoal dos ditadores, disputa de hegemonia política e econômica, competição da indústria de material esportivo e, claro, venda de cotas de transmissão para as emissoras de TV.

Basta ver como os EUA (historicamente) PRODUZEM "atletas" para demonstrar sua suposta supremacia, a exemplo das ditaduras stalinistas do antigo bloco soviético, incluindo-se, claro, a China, também stalinista e a própria URSS, estes monstrengos criados por meia dúzia de seres humanos, quase sempre medíocres e incapazes, moral e intelectualmente.

Quanto ao Brasil, bem, já sabemos: pouca ou quase nunca teve tradição nos jogos. Fruto daquilo que nós chamamos de CONVENIÊNCIA, o Esporte - COMO A CULTURA E A EDUCAÇÃO - , em nosso país, sempre tiveram um caráter elitista e excludente. Claro, é só olharmos nossos governantes - de antes e de hoje - para chegarmos à conclusão de que, investir em Educação, Cultura e Esporte seria UM TIRO NO PÉ desta classe política viciada, durante séculos, nas benesses do Poder e do empreguismo estatal, bem como na já manjada "AJUDA" à iniciativa privada; claro, os "representantes do povo" são os mesmos da iniciativa privada, que o povo gosta de votar, projetando-se neles, imaginando-se também da elite, como se isto fosse um modo de "dar-se bem", como numa disputa.

Aí, nós ENDEUSAMOS os atletas que se dão bem neste tipo de competição internacional, muito próprio da nossa caseira mania de super valorizar determinadas situações, pessoas ou coisas. E, depois, ESQUECEMOS estes mesmos atletas, e, muitos deles acabam caindo no ostracismo e, não raro, mortos de fome.

Quem não se lembra - OU, MELHOR DIZENDO - quem lembra de JOAQUIM CRUZ? Aquele mesmo, que não tinha onde morar e o nosso amiguinho de todas as horas - ROBERTO MARINHO - logo o "SOCORREU", oferecendo-lhe um lar para cobrir-se do sol e da chuva?

Depois disso, os atletas brasileiros, que costumam dar-se bem nos jogos olímpicos - em sua esmagadora maioria, treinam e moram no exterior. Aliás, referindo-se à mesma olimpíada, a de Los Angeles, em 1984, Ricardo Prado, prata nas piscinas, já era, àquela época, um obscuro morador da América do Norte...

Bem, isto tudo não quer dizer que nós não acompanhamos os jogos. Muito pelo contrário! Desde 1984 sempre procuramos assistir às modalidades esportivas que ali se concentram. E, claro, depois que, nada mais, nada menos que JIMMY PAGE anunciou, em Pequim, de dentro de um ônibus "fofão", os jogos de Londres e, Sir James Paul Mc Cartney "abriu", de forma brilhante, os jogos deste ano, nosso interesse cresceu e muito, para acompanhar os jogos, que passam pela terra... DOS BEATLES!!!

Um forte abraço a todos, e, até a próxima oportunidade...

Ah, se o "espírito" fosse mesmo OLÍMPICO...

domingo, 17 de junho de 2012

PAUL MC CARTNEY: 70 ANOS!


Boa noite a todos vocês,

Amanhã – 18 de junho, Paul McCartney completa 70 anos.

Vamos falar um pouco de nosso “Macca”, para que embelezemos ainda mais estas linhas deste blog, com seu carisma, seu humor tipicamente inglês e sua genialidade musical, marcas históricas de uma carreira brilhante, que deveria servir de exemplo para muita gente que “se acha” por aí, quando o assunto é música e, mais especificamente, rock.

James Paul McCartney em Liverpool, em 18 de junho de 1942, filho de James “Jim” McCartney e Mary Patrícia Mohin.

Teve uma infância não muito tranqüila, devida às constantes mudanças que a sua família fazia, porque sua mãe era funcionária da Prefeitura de Liverpool.

Iniciou seus estudos no Liverpool Institute, em 1953, uma escola tradicional e muito bem conceituada daquela cidade, onde estudavam futuros juízes e políticos da Inglaterra. Entretanto, Paul não era bom aluno, fazendo pequenos furtos nas lojas, para conseguir “itens de primeira necessidade”.

Com o falecimento de sua mãe, de câncer nos seios, em 1956, seu pai teve que tomar conta da família. Aliás, quando os Beatles ainda não eram “Beatles” (The Quarrymen), no início da carreira, muitas vezes os rapazes iam à casa de Paul para ensaiar e “Jim” preparava chá e bolo para eles, naqueles dias exaustivos. Portanto, seu pai teve de também assumir as tarefas de casa, para poder criar os filhos (Paul tem mais um irmão).

O desencarne de sua mãe levou-o a citá-la em “Let it be” (“Mother Mary comes to me...”).

Mesmo com a piora da situação da família, seu pai, amante de Jazz, presenteou-o com um trompete e, mais tarde, com um violão Zenith, ainda hoje em seu poder.

Amante do rock, Paul conheceu John Lennon num festival na Igreja de St. Peter, em Woolton, quando os Quarrymen haviam tocado lá quase três anos antes, em 6 de julho de 1957. Com 14 anos, Paul já era um músico talentoso, na observação de John, sabendo, inclusive, afinar o seu violão sozinho, coisa que nem mesmo John, líder dos Quarrymen sabia.
A maior banda de rock de todos os tempos apresenta-se no programa de Ed Sullivam, em 18 de fevereiro de 1964 e invadem os EUA, abrindo as portas do rock inglês para aquele país...

John, por sua vez e, como líder da banda, convidou Paul, através de um amigo em comum, a participar dela, e Paul aceitou.

Foi questão de tempo, então, de Paul apresentar seu amigo a John: George Harrison, em 1958. John também aceitou George no grupo. Paul e George estudavam juntos, no mesmo colégio e começaram a tocar guitarra também juntos, ora na casa de um, ora na casa de outro.

Segundo Cynthia Lennon, John e ela “iam comprar peixe e batatas fritas (“fish and chips”, o prato mais popular da Inglaterra), do outro lado da rua, quando George e Paul vinham na hora do almoço” (do livro “John”, da mesma autora).

Estava formada, a partir de então, a maior parceria de compositores da história do rock – e por que não, da história da música: Lennon-McCartney.

Paul, apesar da liderança de Lennon, sempre esteve à frente de seus amigos de banda, no que toca à criatividade e à sustentação da mesma. Aliás, isso aconteceu com maior frequência, quando os problemas internos de John começaram atrapalhar sua brilhante carreira – nos idos de 1966, onde Paul “tomou a frente”, não só da criação das músicas, temas, etc., mas também como liderança mesmo dos Beatles.

Nos momentos finais da banda – 1968 em diante, Paul era o único que ligava na casa dos outros três para que se reunissem e fossem gravar algo. Sempre, até o final, quis manter os Beatles unidos e, quando viu que nenhum dos outros três quis mais manter os Beatles, deu a primeira declaração do fim da banda, sendo, durante um tempo, extremamente injustiçado por jornalistas mal informados, que o intitulavam de o “responsável pelo fim dos Beatles”.

Paul foi o grande idealizador impulsionador do maior disco de rock de todos os tempos: “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”, de 1967, também compondo a esmagadora maioria das músicas dos Beatles, a partir deste disco.
Paul "segura" o Pepper, praticamente "seu fiho",
na festa de seu lançamento,  1º de junho de 1967, em meio ao "verão do amor".

Este ano – 1967 – marca também o falecimento de Brian Epstein, empresário dos Beatles, fato que desestruturou completamente a banda, que se perdeu no meio das finanças e na administração dos negócios atinentes aos Beatles. Paul teve que tomar a iniciativa – John estava completamente perdido por Yoko, George simplesmente não via mais sentido em pertencer aos Beatles, que o tolhia em suas composições e Ringo nunca se deu mesmo para estas coisas, permanecendo chateado pelas brigas - para conduzir as coisas, indicando seu cunhado para dirigir os negócios, mas John e George foram contra, pois queriam Allan Klein, antigo empresário dos Stones. Aí começaram as brigas. Era o começo do fim da maior banda de rock que já se viu.

Sempre foi o mais comedido dos quatro e, também não deixava de responder ao mundo quando se lhe pedia a opinião nas questões graves que sempre nos envolviam. Foi o último Beatle a experimentar LSD e foi o primeiro a deixar.

“Macca”, com o fim dos Beatles, iniciou sua bem sucedida carreira solo, e logo depois formou o Wings, que acabou no final dos anos 1970, voltando ele novamente em vôo solo, convidando grandes músicos para tocar com ele (David Gilmour, do Pink Floyd: o solo em “No more lonely nights” é dele; e também Ian Paice, baterista do Deep Purple, entre outros), até entrar para o Guinnes Book, com o show no Maracanã, em 1988.
Minha irmã e minha cunhada, na fila para entrar no show... 


Olha a tchurma aí, pessoal!!! Salve Paul Mc Cartney!!! (com exceção do "tédio" do meu sobrinho... Mal sabia ele o que tudo aquilo significava...



Vista do palco e do telão... SHOW DE BOLA!!!...

Em 1993 – 3 de dezembro, um sexta-feira, mais especificamente - , tivemos, eu e minha irmã, a oportunidade de vê-lo num show maravilhoso e inesquecível para um Pacaembu deslumbrado.

Recentemente, em 22 de novembro de 2010, estivemos no estádio do Morumbi, novamente, para ver Sir Paul McCartney – eu, Marluce – minha esposa, Elaine, Amarildo - irmãos, Alani - cunhada e Geogre – sobrinho, num dia daqueles, típico paulistano: uma baita chuva, impiedosa e, na hora em que começa o show, como se Deus ali estivesse e determinasse a parada dela, instantaneamente – e ela parou, Paul inicia sua segunda noite de show – cerca de 2h40 min, com minúsculos intervalos e uma energia de dar inveja a qualquer vocalista destas bandinhas de hoje em dia, tocando, inclusive e pela primeira vez, composições de John e de George. Dá para imaginar que emoção?
Paul e seu inseparável baixo "Hofner", no show do Morumbi - 22/11/2010.

É por tudo isso que James Paul McCartney merece uma blogagem especial, de nossa parte: Parabéns, Paul. 70 anos e mais de 50 de rock and roll. Nesta idade, com este pique, você não precisará de “With a little luck”!!!
Ói nóis aí, na chuva - e no friiiiio, naquele dia histórico!!!

Salve Paul Mc Cartney!!!