Boa tarde!
Estamos de volta para
conversarmos acerca dos 50 anos do lançamento do compacto “Get Back/Don’t Let
Me Down, mais precisamente lançado no dia 11 de abril de 1969.
Trata-se do primeiro
compacto dos Beatles lançado nos EUA em estéreo e o primeiro compacto cujos
créditos como produtor não foram concedidos a George Martin, já que Paul e o
Glyn Johns produziram ele.
Meu compacto nacional, de 1969... |
São duas das músicas do
“Projeto Get Back” que já estavam prontas, mas com a iminente dissolução da
banda, não se tinha algo para lançar depois do show no telhado.
O detalhe é que esta
versão de “Get Back”, do compacto é um pouco diferente da versão “oficial” que
saiu no “disco da discórdia” (logo falaremos o porquê), Let it Be.
Neste grande intervalo de
tempo, ao qual me referi acima, Paul casou-se com Linda Eastman (12 de março) e
oito dias depois é a vez de John e Yoko casarem-se em Gibraltar, cujas
peripécias para o casamento seriam contadas na música “The Ballad of John
&Yoko”, que seria lançada em single, no dia 30 de maio (objeto de nova
postagem em breve).
O lado "B", com a maçã cortada na metade!!! |
Também faz 50 anos do
início dos “bed-ins for Peace”, organizados por John e Yoko, naquilo que foi a
“lua de mel” deles, primeiro no Hilton, em Amsterdã e depois no
Reine-Elisabeth, em Quebec, no Canadá, de 26 de maio a 2 de junho de 1969.
Foi incrível a cobertura
da imprensa na época, e eles realmente conseguiram chamar a atenção para a
mensagem que queriam passar. Aí nasceu a música “Give Peace a Chance”, lançada
em 3 de julho de 1969, e foi creditada a Lennon-McCartney, mas que na verdade
foi escrita ali, na cama, na hora, por John. Foi a forma que John escolheu para
agradecer a gentileza de Paul, em “The Ballad of John”, já que somente os dois
gravaram esta, sem a participação de George e Ringo.
Lindão!! |
Bem, vamos falar um pouco
das duas músicas do compacto.
GET
BACK
Escrita por Paul, que
declarou que, inicialmente tinha a ideia de escrever uma canção política,
satirizando aqueles que achavam que os imigrantes da Inglaterra deviam ser
repatriados. Aliás, trata-se de um tema recorrente, mesmo 50 anos depois, já
que a xenofobia é a palavra de ordem na Europa nos dias de hoje. Se fizessem o
que esse povo realmente queria, há 50 anos , não ia sobrar ninguém, principalmente
em Londres, tomada por imigrantes de todas as nacionalidades, principalmente
árabes e indianos.
Mesmo assim – e como o
tema é mesmo recorrente-, anos depois Paul ainda teve que responder a muitos
jornalistas, que perguntavam a ele se tinha passado por uma fase racista.
“Os versos não eram nada
racistas. Se houve um grupo que não era racista eram os Beatles. Todas as
nossas pessoas preferidas eram sempre negras”, disse Paul.
Quanto à gravação, Paul
disse: “Estávamos sentados no estúdio e a fizemos do nada... começamos a
escrever a letra ali mesmo... quando terminamos, nós a gravamos nos estúdios da
Apple e a transformamos em uma música para curtir as mudanças”.
“Get Back” foi
interpretada, na verdade, como um retorno às raízes musicais da banda, ou, para
ser mais preciso, foi uma tentativa de Paul para fazer a banda voltar atrás, no
relacionamento, nas gravações, etc., como “antigamente”, o que, obviamente, não
deu certo. Fazer o relógio da vida andar para trás é a pior maneira de tentar
fazer com que as coisas que não estão dando certo darem certo (basta ver o
governo que elegeram no Brasil, no ano passado).
Quando foi gravada havia
a tentativa, também, de se contar a história de Jojo de Tucson, Arizona, já que
Linda havia morado um tempo por lá e Loretta Martin, que “thought she was a
woman, but she was another man” (“achava que era mulher, mas ela era outro
homem”). Nenhuma das duas histórias se desenvolveram na música e “Get Back”
ficou como está: um rock.
Nas campanhas
publicitárias da música, à época, elaboradas pela Apple, trazia-se o slogan “Os
Beatles como a natureza queria” e “Get Back é o novo single dos Beatles. É a
gravação dos Beatles mais ao vivo impossível, nessa era eletrônica. Não há nada
de eletrônica nela. ‘Get Back’ é um puro rock de primavera”.
DON’T LET ME DOWN
John sempre se sentia
inseguro com relação aos que o deixavam “let down” (decepcionado), por aqueles
em quem confiava.
Foi a primeira música que
ele escreveu para Yoko, como forma de um telegrama urgente, para, desta maneira,
mostrar o quanto tinha sido influenciado por Yoko, ou por sua arte minimalista.
Há várias versões
diferentes desta música, todas em single, já que fazia parte do “Projeto Get
Back” e acabou ficando para trás, sendo ressuscitada na ocasião do lançamento
do compacto.
Muito bem. Vamos parando
por aqui.
Até a próxima conversa,
onde falaremos de mais um compacto – “The Ballad of John & Yoko/Old Brown
Shoe”.
P.S.: Tenho dito por aí e
compartilharei com vocês que leem esse blog. Sei que muita gente mora fora do
Brasil e não faz ideia do que se passa por aqui. Então vamos lá:
Que gentalha
elegeram para “governar” o Brasil, hein? Que gentalha...
Gente sem um mínimo de
capacidade intelectual, a grande maioria sem sequer capacidade moral para tocar
uma nação de quase duzentos milhões de habitantes...
Fico imaginado de onde
saiu tanta gente incompetente reunida num “governo” só...
Que tempos vivemos no
Brasil... que tempos... que capítulo nefasto de nossa história..
.
Um “governo” eleito na
base da mentira e do ódio (de classe), financiado por grandes corporações
nacionais e internacionais, que ajudaram a disseminar a mentira e o ódio
através do “whats app”...
Muitos, mas muitos por lá
claramente não sabem o que lá estão fazendo, pensando que ainda estão em
campanha eleitoral e esquecendo-se que são pagos (e muito bem pagos) com o
dinheiro dos nossos impostos para fazer alguma coisa - pelo menos para os
quarenta/cinquenta milhões de famintos que ainda nos envergonham como pessoa e
como nação...
Fazer o relógio (da História)
andar para trás...
A História costuma ser
cruel com quem tenta engavetá-la... e com quem tenta fazê-la girar para trás
também. A lata do lixo da História está aí, para quem quiser ver...
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