Boa tarde a todos!
O ano de 2019 reserva-nos
muitas conversas em torno do rock e dos Beatles.
Só para termos uma ideia,
neste período (janeiro), há 50 anos, os Beatles começaram a gravar as músicas de
seu projeto “Get Back”, que se transformou no álbum “Let it Be”, e que só veio
a público em 1970 (Por quê?), motivo de uma postagem mais para frente.
O ano de 1969 igualmente
marca o fim da carreira fonográfica e da maior banda de rock de todos os
tempos, com o álbum “Abbey Road”.
É também o ano de 1969 um
novo “divisor de águas” para o rock, com o surgimento do rock progressivo,
vertente do rock que mais gosto, através do espetacular álbum de uma grande
banda inglesa, o King Crimson, em seu debutante e clássico “In the Curt of the
Crimson King” (para mim, um dos dez melhores álbuns da história), que é quase
uma unanimidade em termos de marco inicial do rock progressivo (e, na minha
opinião, com o surgimento de bandas como o Yes, motivo de uma postagem muito,
mas muito especial de seus 50 anos, em breve!).
Divisor de águas também
posso chamar aquilo que se deu após o festival de Woodstock, em julho de 1969,
motivo de uma futura postagem em sua comemoração de seus 50 anos.
Como em 1967, também
podemos dizer que, há 50 anos, o ano de 1969 determinou o rock que hoje conhecemos
como “rock”, isto é, a música que dominou as paradas pelo menos dos anos 1970,
1980 e 1990, este último com o último suspiro do rock: o grunge, nascido em
Seatle, com suas bandas de calças rasgadas e camisa xadrez.
Marcou, também, o fim de
uma era: os anos 1960 e somente por si só, o ano de 1969, há 50 anos atrás, fez
com que o mundo nunca mais fosse o mesmo, apesar de parecer que nada tenha
mudado.
Para começarmos, então, o
ano de 2019, vamos falar dos 50 anos do lançamento da trilha sonora do desenho “Yellow
Submarine”, cujo disco recebeu o mesmo título, lançado a 17 de janeiro de 1969.
meu vinil nacional, de época, 1969, com o selinho "estereofônico"... |
Yellow Submarine, o
filme, o desenho animado de longa metragem foi lançado em julho de 1968, mas
como os Beatles estavam finalizando a gravação do White Album, a sua trilha
sonora saiu mesmo em janeiro de 1969.
Contracapa.. |
No lado “A”, vamos
encontrar seis canções dos Beatles. Destas seis, quatro eram novas, já que “yellow
submarine” fora lançada em “Revolver” (1966) e “All You Need is Love” em
single, em 1967.
Lindo LP, em estado de zero!!! |
Já no lado “B”, há
somente composições de George Martin, o produtor dos Beatles, cujas canções
instrumentais fazem parte do filme. Aliás, uma delas –“Pepperland”, que abre o
lado “B” - ficou famosa quando foi regravada no começo dos anos 1990 e passou
também à trilha sonora da novela “Pantanal”, da extinta Rede Manchete.
Meus CD's... |
Para você que me lê e
desconhece a história dos Beatles pode parecer que eles gravaram o disco e as
músicas pensando no filme. Mas não foi bem isso que aconteceu.
Este é meu único CD inglês dos Beatles: Yellow Submarine!!1 |
Lindão!!! |
As quatro faixas as quais
me refiro foram gravadas em 1967: uma delas foi gravada para Sgt. Pepper’s e
descartada para este disco; as demais foram gravadas depois do lançamento de
Pepper’s e fazem parte da leva psicodélica da banda, do período compreendido
entre 1966 e 1967.
Soundtrack, lançado em 1999... e lá se vão VINTE anos!!!... |
Vamos às faixas!!!
YELLOW
SUBMARINE
Música, como já disse,
lançada em “Revolver”, em 1966. Deem uma olhadela na minha postagem dos 50 anos
de “Revolver”.
Vinil original que vem na caixa estéreo, importada... |
ONLY
A NORTHERN SONG
Trata-se de uma contribuição
de George para Sgt. Pepper’s, gravada em fevereiro de 1967, durante as gravações
para aquele álbum.
É um sarcasmo de George
com relação à Northern Songs Ltd., cuja empresa era onde as composições de
Lennon/McCartney eram publicadas. Para esta empresa do grupo, George e Ringo
eram minoritários, recebendo apenas o relativo a suas cotas das ações, isto é,
1,6%, enquanto Lennon e Paul recebiam 30% cada, já que eram os quase únicos
compositores da banda. Para a Northern Songs, George era apenas um compositor
contratado.
Também podemos olhar pelo
ângulo de que como as músicas de George eram insistentemente rejeitadas pela
dupla (com uma certa dose de razão, já que tinham um material muito superior ao
de George, principalmente nos primeiros anos).
Daí o sarcasmo e o “deixar de
lado” de Pepper (que, realmente já estava suficiente).
ALL
TOGETHER NOW
Esta foi escrita no
estúdio, em maio de 1967, após a conclusão da gravação de Sgt. Pepper’s (abril
de 1967).
A ideia de Paul era criar
outra “yellow submarine”, mas acabou virando trilha sonora do filme.
John ficou satisfeito
quando viu que as torcidas inglesas a cantavam nas arquibancadas.
É mais uma da leva psicodélica,
cuja característica principal era o interesse pela inocência da infância, cujo
teor Paul confirmou tê-lo tirado de músicas para crianças, mas disse também
que, na época, estava brincando com o significado do título – all together now –
que podia tanto ser um convite para que todos cantassem em uníssono quanto um
slogan para a unidade mundial.
Eis aí, o importado da caixa estéreo... |
HEY
BULLDOG
Esta foi gravada na leva
pós pepper e pré álbum branco, juntamente com Lady Madonna, em 11 de fevereiro
de 1968.
Era uma letra inacabada
de John, que sofreu contribuições de todos no estúdio.
O detalhe é que o
buldogue, do título, não existia antes da letra. A letra original falava de uma
rã, mas, para animar o grupo, Paul começou a latir no final da música. Por
causa disso a canção foi rebatizada.
que tal ouvirmos um disquinho, hein? |
IT’S
ALL TOO MUCH
Gravada em maio de 1967,
era, segundo George, sobre “as descobertas que apareceram de maneira pueril
depois de algumas experiências com LSD e que foram posteriormente confirmadas
na meditação”.
Através de imagens dos
sóis prateados e do curso do tempo, a música tenta articular a sensação de
identidade pessoal sendo engolida por uma força benigna.
Depois, George passou a
ver a experiência com LSD como um “sinal e não como um destino”, por conta de
seu envolvimento com as palestras na Índia e seu engajamento, até o fim de sua
vida, com a cultura de Krishna.
ALL YOU NEED IS LOVE
Faixa que já recebeu uma
blogagem especial. Deem uma olhadela por lá!
Bem, não vou contar como
é o filme para ficar com gosto de “estreia” para aqueles que nunca o viram, mas
trata-se de um trabalho psicodélico bem da época. Vale a pena assistir!!!
Em 1999, há vinte anos,
portanto, foi relançado o CD (e, depois, o vinil) “Yellow Submarine Songtrack”,
que traz as seis músicas do disco original e retira as músicas de George Martin
(do lado “B”), incluindo outras nove músicas do filme original, todas
devidamente remasterizadas, exaltando principalmente as partes vocais.
Vinil do soundtrack, que comprei em Liverpool... Boas lembranças de lá!!! |
Coincidiu seu lançamento com o lançamento do DVD do filme.
Saudades de Liverpool... |
As nove músicas
adicionais são:
Eleanor Rigby; (“Revolver”)
Love You To; (“Revolver”)
Lucy in the Sky With Diamonds;
(“Pepper”)
Think for Yourself; (“Rubber
Soul”)
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts
Club Band; (“Pepper”)
With a Little Help From My
Friends; (“Pepper”)
Baby You’re a Rich Man; (lado “B”
de “All You Need is Love”)
When I Sixty Four; (“Pepper”)
Nowhere Man (“Rubber Soul”).
Portanto, um “misto” de
Rubber Soul, Revolver e Pepper.
DVD lançado em 1999... Encartes são um show à parte!!! |
Muito bem. Trata-se de um
disco que eu gosto muito, apesar de não gozar de muito prestígio e/ou
conhecimento de sua existência por aí.
Meu quadro, que mandei fazer a partir de um anúncio de jornal, na ocasião do lançamento mundial do soundtrack, em 1999... |
Semana que vem, vamos
falar do show no telhado... Sim. Uma banda subiu num telhado e fez um show para
o centro de Londres. Adivinhem qual banda é esta?
PS. Terminei o meu quadro de ferramentas... Saquem só!!! Realizei um antigo sonho, desde quando trabalhava vendendo peças de motos e ficava na oficina, dando uma de "fuçânico"!!!!
Mexânicos, preparem-se!!!! |
Saudações Beatlemaníacas
e Decacampeoníssimas!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário