Boa tarde!
Voltamos nesta tarde de domingo para conversarmos acerca dos 50 anos do “White Album”, ou “Álbum
Branco”, ou ainda, mais acertadamente e simplesmente do disco “The Beatles”,
lançado a 22 de novembro de 1968.
Uma das primeiras sessões de fotos de 1968. |
É o disco que marca o começo do fim da maior banda de rock de todos os tempos; trata-se também do primeiro e único disco duplo dos Beatles.
Você, que me acompanha e
que não conhece muito da história da banda, deve estar se perguntando: Por que
um disco sem título, imaculadamente branco, sem nada na capa, etc.?
Meus dois importados, das caixas estéreo e mono, respectivamente... |
Bem, na época as pessoas
– público e crítica – também faziam estas mesmas perguntas: depois de Sgt.
Peppers e Magical Mystery, com aquelas capas coloridas, psicodélicas, etc.
Nada de títulos, capas mirabolantes, nada... apenas THE BEATLES em relevo... |
Ocorre que os quatro
estavam passando por mudanças pessoais e na banda. Sgt. Peppers, com eu já
havia dito, começou a “dar rumo” à vida de cada um e o álbum branco (vamos
chama-lo assim, doravante, para facilitar) aprofundou as mudanças individuais
e, consequentemente, as diferenças de cada membro do grupo.
Isso se deu, em parte,
também, com a viagem à Índia e as poucas semanas que passaram por lá meditando.
A numeração, da edição em mono, imita a original, que saiu numerada em 1968. |
As músicas do disco refletem absolutamente tudo isso que acabei de dizer: letras e produções individuais.
Na verdade, parecia que o
grupo queria tomar o caminho inverso dos anos anteriores, principalmente de
Sgt. Peppers, já que o psicodelismo, para eles, havia ficado para trás
(infelizmente).
Meu exemplar estéreo nacional dos anos 1970... |
Então, o álbum branco é
um disco eminentemente de rock and roll. E é considerado por muitos a obra
prima da banda (discordo) e um dos melhores de todos os tempos (concordo).
Para você que está
iniciando nesses assuntos digo-lhe que se trata de um disco obrigatório na
prateleira de discos da casa de qualquer pessoa que se intitule de roqueiro
(a). Se você não tem e se vê como tal, compre um e escute.
Meu exemplar mono nacional, também dos anos 1970... |
Bem, como já lhes disse,
a ideia do disco começou na Índia, já que as sessões de meditação estavam
deixando os Beatles atolados no tédio... Sim. John e Paul sempre davam umas
“escapadas” entre uma meditação e uma palestra do guru para compor novas
canções.
Quando voltaram à
Inglaterra, em abril de 1968, eles disseram haver mais de trinta canções
compostas por lá. Mas, na verdade, é melhor dizer que a maioria das canções
foram compostas por lá... nem todas. E outras foram descartadas, pelo menos
para esse disco.
O disco, então, começou a
ser gravado nos dias 23 e 24 de maio, na casa de George, com algumas demos
acústicas (na Índia eles não tinham acesso à guitarras e amplificadores...
somente violão... daí muitas músicas do disco serem bem acústicas).
Encarte que vinha dentro do disco, com colagens de fotos dos quatro, durante os anos... |
Três músicas, então,
iniciaram sua gravação lá: “Child of Nature” (furuta “Jealous Guy”, da carreira
solo de John), “Circles”, “Not Guilty” (que somente foram gravadas em 1982, no
disco solo de George, “Gonne Troppo”) e “Junk”.
De volta a Abbey Road, no
dia 30 de maio, o grupo começa oficialmente o LP, com Lennon trabalhando em
Revolution I. Essa versão, mais lenta, entrou no disco; a mais rápida, foi
lançada em “single” (ver postagens anteriores).
As letras das músicas, que vinham impressas do outro lado do encarte. |
JULHO
DE 1968: COMEÇAM AS BRIGAS
Bem, como já havíamos
conversado, as vidas de cada Beatle estavam cada vez mais individuais, com cada
um deles tomando o seu caminho. Ao mesmo tempo começava a haver
“interferências” externas. Explico: Os Beatles sempre foram uma unidade e as
decisões a serem tomadas na banda eram discutidas e o “martelo” era batido
somente quando os quatro concordavam. Com a vida particular – principalmente a
de Lennon e de Paul – cada vez mais confusa (vejam minhas postagens anteriores)
essas interferências externas começavam a vazar dentro do estúdio
(literalmente).
Assim foi que John trouxe
Yoko para participar das sessões de gravação. É preciso dizer, no entanto que,
no início, principalmente no álbum branco, Maureen e Pattie Boyd (namorada de
George) participaram de “backing vocals” em pelo menos duas músicas do disco:
The Continuing Story of Bungalow Bill e Birthday (aqui somente Pattie estava...
e, claro, a outra presença maligna constante).
Entretanto, nem só de más
interferências externas os Beatles sofreram: Eric Clapton, por exemplo, não se
encaixa nesse modelo.
A presença
maligna constante, se não foi o único fator desagregador da banda, foi o
precursor e, sem dúvida nenhuma, o mais importante.
Geoff Emerick, engenheiro
de som da EMI, na gravação de Cry Baby Cry, no dia 16 de julho, começa a
“sessão” de abandonos da banda, que culminaria no acesso de raiva de George
(que começou quando Paul calou sua guitarra, na gravação de “Hey Jude”... Acho
que já falei a respeito, na postagem), passando por Ringo, que também largou a
banda no dia 22 de julho, em meio a gravação de Back in the USSR, xingando pra
caramba... Teve suas mãos seguras por Paul, que queria “ensiná-lo” como tocar
em sua música. Aliás, Paul gravou ela sem Ringo mesmo, com ele na bateria, John
tocando baixo e George na guitarra.
Exemplar estéreo do box estéreo, importado, em 180g... Espetacular!!! |
Dá para ver nas sessões
de fotos desse período o descontentamento de cada membro. Tem uma emblemática,
inclusive, onde cada Beatle está posado numa direção... e com cara de poucos
amigos. Tenho uma caneca, a mesma que tomo meus chás matinais, em que esta foto
está estampada...
Digno de nota, também, é
a ascensão de Paul como o novo líder da banda, pós Revolver/Sgt. Pepper’s.
Todo mundo sabe que o
grande líder dos Beatles era John, pelo menos até Rubber Soul. Foi ele quem
criou a banda e era a palavra final dele, para excluir e/ou incluir membros
(George, Pete Best, Stu...). Mas o eixo de comando da banda começou a pender
para Paul, a partir do momento em que John começou sua catarse, principalmente
quando conheceu Bob Dylan e tornou-se altamente influenciado por este último.
Além do mais, era, na época, o único Beatle casado e com filho, razão pela qual
tinha mais dificuldades de assumir, digamos, o papel “artístico” da banda.
Disco mono, da caixa mono, importada, em vinil 180g... Um espetáculo à parte!!!! |
Isso ficou evidente em
1966/1967, quando Paul, solteiro e morando em Londres, saindo à noite e dando
de cara com o underground londrino (Pink Floyd) e com acesso a tudo o que
rolava, principalmente na costa oeste dos EUA (contracultura) e em Nova York
(Velvet Underground e The Mother’s of Invention, por exemplo); enquanto Lennon,
como ele mesmo disse, à época, “vivendo minha vida suburbana, dormindo,
comendo, assistindo à TV e gritando com Julian: ‘não vou consertar a porra da
bicicleta’.”.
Sem contar depois com o
iminente e complicado divórcio com Cynthia, já que quase nunca John conseguia
separar a banda de sua vida pessoal.
No álbum branco essa
diferença era gritante. Mas, não nas músicas, como em Pepper, por exemplo, mas
como centro das decisões da banda. E nisso se inclui, claro, os negócios, já
que Brian Epstein havia falecido. E quando rola dinheiro, claro, nem os Beatles
escapam/escaparam.
Bem, não vou me
aprofundar muito, porque isso vai ser assunto de uma blogagem especial da
separação, mais adiante.
É só para termos um pouco
de clareza e compreensão para escutarmos o disco, já que contexto é tudo!
Como fiz com Pepper,
vamos passar a analisar cada faixa do disco, que nos ajudará a compreender
ainda mais esse 1968 dos Beatles.
BACK
IN THE USSR
Trata-se da música de
Paul para as garotas soviéticas. Essa é da leva indiana e começou a ser
elaborada quando Mike Love (até 1965 o grande líder dos Beach Boys) que também
estava na Índia, num café da manhã, disse a Paul se não seria divertido fazer
uma versão soviética de Back in the USA, de Chuck Berry (que celebra os cafés,
“drive-ins”, hambúrgueres e “juke boxes” norte americanos).
Os Beach Boys haviam
usado esta música para “Surfin USA” e “California Girls”, para celebrar as
garotas da Califórnia.
Paul achou interessante,
pensando, acertadamente, que depois de uma década de canções celebrando
Menphis, Chicago ou New Orleans, poderia ser fantástico colocar a URSS no rock
and roll, falando das garotas da Geórgia e de lugares da Ucrânia, como se
fossem a Califórnia.
Falando a uma rádio, em
novembro de 1968, Paul disse: “Na minha cabeça, é só sobre um espião (russo)
que ficou muito tempo nos EUA e se tornou muito americano, mas quando volta
para a União Soviética diz ‘deixe pra desfazer minha mala amanhã, querida,
desligue o telefone’, e tudo o mais, mas para as mulheres russas”.
Imaginem vocês, em plena
guerra fria, alguém celebrando as coisas boas da União Soviética!!! Depois de
admitir o uso de drogas, os rapazes cabeludos estariam flertando com o
“inimigo”? Para os conservadores norte americanos, sim. Havia, na época,
ativistas anti-rock (sim, retardados, sempre os há... igualzinho aqui, quando
um bando de retardados tentam criar escola sem partido e invadem exposições
artísticas, em nome da “moral” de dos “bons costumes”... Sem dizer nos
igualmente retardados, que vaiaram Roger Waters em seu show aqui em São Paulo,
porque ele disse a verdade sobre o esquizofrênico megalomaníaco que elegeram
para presidente... Estamos falando de coisas do ano de 2018, gente, 50 anos
depois!!!).
Dizia eu que havia ativistas
desse naipe e, talvez um dos mais importantes, David A. Noebel, autor de
“Comunismo, Hipnotismo e The Beatles” (sim, este livro existe!!!), não
encontrou a carteirinha dos Beatles como membros do Partido Comunista Inglês,
mas jurava que eles estavam “promovendo a causa revolucionária do socialismo”:
“John Lennon e os Beatles eram parte integrante do meio revolucionário e
receberam grande elogios da imprensa comunista, especialmente pelo White Album,
que continha ‘Back in the USSR’ e ‘Piggies’”, disse. Bem, pelo menos um trecho
deixou os anticomunistas de cabelo em pé: “You don’t know how luck you are
boy/back in the USSR”. (“Você não sabe a sorte que tem, garoto/de volta à
URSS”.).
Como eu disse, os
retardados perpassam às gerações. Os Beatles eram vistos pelos stalinistas
(sim, não eram comunistas, os da URSS, e sim, stalinistas, o que é outra coisa
completamente diferente), como discurso oficial, inclusive, de que “os Beatles
eram a prova da decadência do capitalismo”.
Tal como os nazistas, que
declararam ser o jazz e a pintura abstrata “degenerados”, os stalinistas
atacaram o maligno rock and roll e, por tabela, os malignos Beatles e
promoveram o folk local, que dizia as “virtudes” do Estado stalinista.
Igualzinho aqui, com
todas as idiotices, mentiras e ódio disseminados durante a última campanha
presidencial por parte dessa candidatura vencedora vergonhosa.
Ocorre que as pessoas, do
outro lado da cortina de ferro, ouviam os Beatles pelo rádio (clandestinamente)
e pirateavam produtos dos Beatles: discos, etc., para poderem curti-los por lá.
É, portanto, uma canção
de política... de boa vizinhança. “Eles gostam e nós por lá. Mesmo que os
chefes no Kremlin não gostem, os garotos gostam”, disse Paul, à época.
DEAR
PRUDENCE
Prudence era Prudence
Farrow (irmã de Mia Farrow, que estava sempre com os Beatles e a turma dos anos
1960 e também estavam na Índia).
Prudence ficou pirada com
tanta meditação e parecia uma beata desenfreada, meditando por horas a fio.
John escreveu a canção
para que ela desse um tempo e relaxasse juntamente com o pessoal que estava
junto deles.
Segundo John, ela ficou
três semanas num quarto, levemente louca, meditando sem parar, para chegar a
Deus antes de qualquer um.
Prudence, hoje, é casada
e vive na Flórida, onde dá aulas de meditação.
GLASS
ONION
John escreveu esta música
para os beatle-intérpretes, que achavam ter as músicas dos Beatles todo um
significado oculto.
Num período de mudanças
sociais tão rápidas e intensas, como em 1968, era natural que achassem os
Beatles profetas ou visionários e cada música deles era analisada a partir
dessa perspectiva: Quem era o homem-ovo em I’m the Walrus”? (hoje se sabe: era
Eric Burdon, líder dos The Animals, que, segundo se dizia à época, esmagava um
ovo na garota, depois de transar com ela); O chá de “Lovely Rita” era mesmo de
maconha? “Henry de Horse” era gíria para heroína?
John era o que mais
gostava de confundir estes tais, com nonsense e jogo de palavras. Ele disse:
“Estou cansado de ouvir esse blá, blá, blá sobre a música dos Beatles, do tipo
‘plante uma bananeira, ouça o disco de trás para frente que você vai descobrir
os seus segredos mais profundos’”.
Glass Onion é uma resposta
jocosa àqueles que analisavam sua obra em busca de significados ocultos.
John e George, em 1968, no estúdio. |
OB-LA-DI
OB-LA-DA
Uma das músicas dos
Beatles que mais fizeram sucesso aqui no Brasil.
Paul ouviu o título da
música pela primeira vez no clube Bag o’Nails, no Soho, em Londres, sendo
pronunciada pelo nigeriano Jimmy Scott.
Era um personagem
extravagante e cheio de frases de efeito e sua esposa disse que essa frase era
a tradução fonética de algo que o pai costumava dizer a ele na língua “urhobo”,
usada pelo povo “warri” no meio-oeste da Nigéria. “Tinha um significado oculto,
que ele nunca revelou a ninguém”, disse ela.
Em seus shows costumava
(bem antes de a música ser composta por Paul) dirigir-se à plateia com a
expressão “Ob la di” e ela respondia “Ob la da” e depois Scott respondia “life
goes on”.
É claro que gerou certa
polêmica o fato de Paul ter usado o lema de shows de Scott na música, inclusive
querendo receber direitos sobre ela. Paul respondeu: “Qual é, Jimmy. É só uma
expressão. Se você tivesse escrito a música, poderia receber uma parte”.
Scott morreu em 1986 em
Londres. Acredita-se que ele tinha por volta de 64 anos, porque mentiu ao tirar
o seu primeiro passaporte britânico.
Na sessão de gravação, no
entanto, John esmurrou o piano, cansado de ter de refazer várias vezes a
canção. Dá para ouvir o som no final da música.
Numa das raras tomadas do ano, em que eles, pelo menos, esboçaram um sorriso... A coisa estava ficando pesada demais para os quatro... |
WILD
HONEY PIE
É sem sombra de dúvida a
letra mais curta de todas as músicas dos Beatles, que são cantadas, é claro.
Surgiu de uma cantoria
espontânea em Rishikesh. “Era só um fragmento de uma música instrumental sobre
a qual não sabíamos nada. Mas Pattie Harrison gostou muito dela, então
decidimos mantê-la no disco”, disse Paul.
THE CONTINUING STORY OF
BUNGALOW BILL
John conta uma história
verídica sobre Richard Cooke III, um jovem universitário norte americano que
foi visitar a mãe, Nancy, no curso em Rishikesh. Acabou descrevendo Bungalow
como o “clássico norte americano saxão teimoso e filhinho da mamãe, que foi
caçar tigre com seu elefante e sua arma. Em caso de acidentes, ele sempre levava
a mãe”. (“went out tiger hunting with his elephant na gun. In case of acidentes he Always took his mum... the
all-americian bullet-headed Saxon mother’s son”).
Cooke vestia branco,
tinha mais de 1,80 de altura e usava cabelo reco. “Os outros Beatles foram
muito legais comigo, mas John estava sempre distante”, conta. “Eles eram a
síntese da contracultura e eu era o bom moço norte americano, o típico atleta
universitário. Não havia muito para nos conectar”, relembra.
A caça ao tigre, como
conta a música, aconteceu a três horas de Rishikesh. Cooke e sua mãe viajaram
de elefante e depois se esconderam em uma árvore sobre uma plataforma de
madeira para esperar a chegada do tigre.
Entretanto, quando
chegaram ao “ashram”, Cooke começou a sentir remorso e questionar se matar o
animal traria um “carma ruim”. Ele e sua mãe tiveram um encontro com o guru
Maharishi, do qual John e Paul também participaram.
“Rik disse que estava se
sentindo mal por ter feito aquilo e achava que nunca mais iria matar um animal.
O Maharishi disse: ‘você teve o desejo, Rik, e agora não o tem mais?’. Então
John perguntou ‘você não acha que isso é destruir a vida?’e eu disse ‘éramos
nós ou o tigre. Ele estava pulando exatamente onde estávamos’”, diz Nancy. Na
música ficou “if looks could kill it would have been us instead of him” (“Se
beleza matasse, teríamos sido nós em vez dele”).
Claro que Bungalow Bill
era uma sacada de John com relação a Buffalo Bill, aquele que virou herói norte
americano nos cinemas do pós-guerra, nome artístico do ator William Frederick
Cody. Tornou-se Bungalow porque todas as acomodações em Rishikeshi eram em
bangalôs.
Cooke não sabia nada
sobre “Bungalow Bill”, até começar a receber toneladas de cartões postais
dizendo “Hey Bungalow Bill. What did you kill?” dos amigos, que o reconheceram
na música. Hoje é fotógrafo da revista National Geographic.
WHILE
MY GUITAR GENTLY WEEPS
Um dos maiores clássicos
dos Beatles e do rock and roll começou quando George estava lendo o “I Ching”,
o livro chinês das mudanças e decidiu aplicar os princípios do acaso às suas
composições. Estando na casa de seus pais, pegou o primeiro livro que estava na
estante, abriu-o e ele continha as palavras “gently weeps” (chora
delicadamente).
Apesar de a gravação ter
começado em julho de 1968 só foi terminada em setembro, porque ele achou que os
outros três não estavam muito interessados em gravá-la. Daí, trouxe o seu amigo
Eric Clapton para tocar guitarra solo e finalizou-a com a base.
Se o disco tem um
clássico, este é “o” clássico.
Letra de Gently Weeps, no encarte... |
George e Clapton, em 1971... |
HAPPINESS
IS A WARM GUN
John costurou três
canções inacabadas para formar esta. A primeira era uma série de imagens
aleatórias de uma noite de ácido com Derek Taylor, Neil Aspinall e Pete
Shotton, na casa de Taylor. “John disse que tinha escrito metade de uma música
e queria que nós ajudássemos com frases. Lembrei-me de uma expressão de meu pai
que dizia ‘She’s not a girl who misses much’. Parece um elogio fraco, mas em
Merseyside, naqueles dias, não havia nada melhor”, conta Taylor.
A segunda parte começa
com “I need a fix” e veio da relação com ela, isto é, a japa, que tinha um
papel maternal, com ele se referindo a ela por várias vezes como “mother”. A
esta época John estava com sua nova “fix”, isto é, a heroína, que lhe deu
muito, mas muito mais trabalho que a anterior, o LSD.
Já a parte final diz
respeito a uma revista norte americana sobre armas que George Martin mostrou
para John, que trazia em sua capa “Felicidade é uma arma quente na mão”.
famosa sessão de fotos.... |
MARTHA
MY DEAR
Martha era o nome da
cachorra de Paul. Aquela mesma que aparece em várias fotos e vídeos, pós 1966.
Entretanto, a música é um
apelo a uma garota, musa de Paul em seu imaginário, pedindo a ela que não o
esqueça dele porque acredita terem nascidos um para o outro.
Em janeiro de 1968 Paul
namorava a atriz Jane Asher. Mas, como eu já havia dito em postagem anterior, o
noivado foi desfeito por Jane.
Foi gravada em outubro de
1968, época em que ele já estava com Linda Eastman.
aqui eles estão na casa de Paul, e olhem ela aí, a Martha....1968... |
I’M
SO TIRED
Cansado de palestras e
meditações que pareciam intermináveis em Rishikesh, John escreveu esta música,
porque, isso significava, ao mesmo tempo, calma e autoassimilação, não
deixando-o dormir à noite e ficando cansado durante o dia.
Escrita depois de três
semanas na Índia, também era sobre coisas que estava começando a sentir falta,
já que lá não havia nem álcool, nem drogas. Em resumo, tudo o que ele tinha
eram seus amados cigarros e, quem sabe, a possibilidade de beber. Às vezes
rolava um vinho clandestino, trazido por “amigos”.
Entretanto, àquela
altura, o que ele realmente sentia falta era dela, da japa, apesar de ainda
continuar casado com Cynthia. O fato era que ele não sabia como terminar o
casamento. Até cogitou em levar a japa para a Índia, mas se deu conta que
haveriam muitas complicações em ter ela e Cynthia no mesmo local.
Depois, ao voltar à
Inglaterra, parece que ele “tirou a barriga da miséria”, envolvendo-se de vez
com Yoko e, de quebra, com heroína.
BLACKBIRD
Há controvérsias sobre a
verdadeira história desta música. Apesar de ter sido escrita em 1968, é difícil
afirmar o mês exato, uma vez que Paul afirmou tê-la escrito na sua fazenda na
Escócia, não na Índia. Provavelmente começou neste último lugar, influenciado
por Donovan e a terminou entre 26 de março e a gravação das fitas demo na casa
de George, no fim de maio, tornando provável a hipótese de que tenha sido
inspirada na morte de Martin Luther King, em 4 de abril de 1968.
O termo “blackbird”, para
se referir aos negros é usado desde a época do mercado de escravos, sempre de
forma pejorativa. Mas nos anos 1960, durante os protestos e as campanhas por
direitos civis, os ativistas se apropriaram do termo o transformaram em algo
positivo.
No verão de 1968
(inverno, para nós) Paul cantou uma versão acústica de “Blackbird” para fãs
reunidos na porta de sua casa (“Apple’s Scruff”, era o nome das hordas de fãs
que se aglomeravam na frente dos escritórios da Apple, na Saville Row).
Margo Bird, que era uma delas, recorda-se: “Acho que havia uma garota com ele, Francie Schwartz. Nós
estávamos do lado de fora, e era óbvio que ele não iria embora. Ele tinha uma
sala de música na parte superior da casa, abriu o caixilho da janela, sentou na
beira e tocou para nós. Foi no começo da manhã”.
Paul afirmou que a
melodia não foi inspirada pelo canto do melro, mas pela sua lembrança de Bourrée
de Bach em MI menor (da Suíte para Alaúde nº 1 – Bwv 996), que ele aprendeu na
adolescência num manual de violão. Em parte, ele estava pensando na situação
racial dos EUA, e a escreveu como um encorajamento para as mulheres negras
reprimidas.
PIGGIES
George a concebeu como um
“comentário social”, mas as interpretações, à época, foram muito, mas muito
além do que mera zombaria à classe média.
“Pigs” era um termo de
escárnio na Inglaterra nos anos 1960 e era reservada à classe política. Basta
ver “Pigs” do Pink Floyd, escrita 9 anos mais tarde, em 1977, do disco
“Animals”, totalmente inspirado em “A revolução dos Bichos”, escrito por George
Orwell, para representar os líderes tiranos.
Mas esta canção de George
ficou famosa somente em 1971 quando foi revelado que Charles Mason, o
autointitulado líder da infame “família Mason”, interpretou a letra como um
alerta que o establishment branco se preparasse para uma rebelião. Acreditou
ele que os “porcos” precisavam “uma bela surra” (“a damn good wacking”).
De acordo com
testemunhas, era uma das frases preferidas dele e a citou várias vezes, antes
de ser preso por vários assassinatos (foram oito no total, com as palavras
“pig”, “pigs” e “piggy” escritas nas paredes com o sangue de suas vítimas. Uma
das vítimas foi atacada por garfos e facas, justamente por se encontrarem no
último verso da música).
George ficou horrorizado
com a interpretação, para uma canção que ele considerava bem tranquila e
comentou que o verso, tão repetido por Mason – “damn good wacking” foi sugestão
de sua mãe quando ele procurava algo para rimar com “backing” e “lacking”. “Não
tinha nada a ver com policiais americanos nem com vadias californianas”, disse
à época.
ROCKY
RACCOON
É um faroeste que Paul
escreveu na Índia. “Estávamos sentados no telhado da casa do Maharishi,
curtindo, quando escrevi essa. Comecei a fazer os acordes, o título
orginalmente era ‘Rocky Sassoon’. Depois John, Donovan e eu começamos a criar a
letra. Ela veio bem rápida e acabou se tornando ‘Rocky Raccoon’ porque soava mais
caubói”, conta Paul.
A “Apple Scruff” Margo
Bird ouviu dizer que o personagem do médico, da história, foi extraído da vida
real: “Um dia, perto do final de 1966, Paul caiu de um quadriciclo que ele
tinha. Ele estava um pouco chapado naquela hora e cortou a boca e lascou o
dente. O médico que veio atendê-lo estava cheirando a gim e, por causa do mau
estado, não fez um trabalho lá muito bom na hora de suturar. Foi por isso que
Paul ficou com um calombo no lábio por um tempo e deixou o bigode crescer para cobri-lo”.
DON’T
PASS ME BY
Foi a primeira música
completa de Ringo para os Beatles.
Antes disso, com suas
sacadas, contribuiu para “A hard day’s night” e “tomorrow never knows”, mas
esta, inteira, é a primeira.
Ringo estava, na verdade,
tentando fazer com que os Beatles a gravassem havia anos. Em 1964, na turnê da
Austrália, Ringo vivia dizendo “Cantem a música que eu escrevi, só para fazer
propaganda”. Em resposta ao pedido, Paul disse a um programa: “Ringo escreveu
uma música chamada ‘don’t pass me by’. Uma melodia linda. É a primeira vez que
ele se aventura numa composição”.
Ela continuaria fora dos
sets dos álbuns do grupo por mais cinco anos, até aparecer no álbum branco.
WHY DON’T WE DO IT IN THE
ROAD?
Paul teve a ideia na
Índia quando viu dois macacos copulando a céu aberto. Ele ficou impressionado
pela maneira aparentemente descomplicada como os animais se acasalam em
comparação com as regras, rituais e hábitos do sexo humano.
BIRTHDAY
Foi escrita em Abbey
Road, em 18 de setembro de 1968. Faltavam apenas seis dias para o aniversário
de Linda, que chegaria a Londres e Paul estava pensando em algo contemporâneo e
rock and roll. Ele entrou no estúdio, no fim da tarde, e trabalhou no acorde
básico de teclado. Depois, os outros três acrescentaram os acompanhamentos. À
noite, foram todos à casa de Paul assistir à estreia de “The Girl Can’t Help
It” (1956) na televisão, estrelado por Jayne Mansfield com música de Fast
Domino, Gene Vincent, The Treniers, The Platters, Little Richard e Eddie
Cochran.
Inspirados por essa turma
do rock, voltaram à Abbey Road por volta das onze da noite e concluíram os
vocais. “Nós criamos a letra no estúdio”, disse Paul. “É uma das minhas faixas
preferidas do álbum porque foi instantânea. E é boa para dançar”.
John, opinando
voluntariamente sobre ela, em 1980, disse exatamente o que se esperava dele: “É
uma porcaria”.
YER
BLUES
Trata-se de uma música
escrita por John para Yoko, para mostrar seu desespero. Sua carreira ativa com
os Beatles estava quase terminando, seu empresário estava morto e ele agora
cogitava terminar seu casamento.
John afirmaria mais tarde
que o dilema da separação deu a ele ímpetos de suicídio. Na música, ele se
compara ao Mr. Jones, testemunha central em “Ballad fo a thin man”, de Dylan.
Musicalmente, “Yer Blues” indica o rumo de sua carreira musical solo.
MOTHER
NATURE’S SON
Paul e John escreveram
suas músicas depois de ouvirem uma palestra do Maharishi sobre a unidade do
homem com a natureza, mas esta, de Paul, seria a escolhida para o disco. Como
foi.
A canção de John, “Child
of Nature”, fazia observações semelhantes sobre o sol, o céu, o vento e as
montanhas, mas, enquanto Paul ficcionalizou sua reação ao escrever na voz de um
personagem, “um pobre rapaz do campo”, John escreveu sobre si mesmo (à la Dylan)
“na estrada para Rishikesh”.
John gravou uma demo de
“child of nature” em maio de 1968, mas os Beatles não a gravaram. Três anos
depois, com uma nova letra, ela se tornou “Jealous Guy”.
Paul sempre foi um amante
do campo (como eu) e, quando escreveu “Mother Nature’s Son”, estava pensando em
uma música que ouviu quando era mais novo, “Nature Boy” (1947), popularizada
por Nat “King” Cole. Embora tenha começado a escrever na Índia, Paul concluiu a
música na casa de seu pai.
EVERBODY’S GOT SOMETHING TO HIDE
EXCEPT ME AND MY MONKEY
John escreveu esta a
partir de uma caricatura que viu nos jornais, que o desenhava e justaposto a
ele, um macaco com as garras sobre suas costas, dando a entender que era Yoko.
Parte dessa sátira do
jornal tem a ver com o sentimento da imprensa britânica com relação ao
relacionamento dos dois, achando difícil de aceitar Yoko (uma estrangeira
separada envolvendo-se com um inglês casado) e a versão blasé de John.
Após a volta da Índia a
amizade dos dois transformou-se em affair e, claro, Cynthia soube o que estava
acontecendo, até porque ele recebia toneladas de cartões postais de Yoko na
Índia. Yoko começou a frequentar as gravações do novo álbum (deste álbum), o
que incomodou – e muito – os demais parceiros de banda.
SEXY
SADIE
Música escrita contra um
alvo: o guru tarado.
Recebeu este título
porque, se fosse da vontade de John, seria outro, bem mais obsceno e ofensivo.
Aliás, em uma demo John solta uma tonelada de palavrões e cita o guru
nominalmente.
O fato é que eles
descobriram que o tal guru estava assediando sexualmente as garotas por lá e,
principalmente, Mia Farrow.
Segundo John, até George,
o mais envolvido e empolgado dos quatro com a meditação, acreditou no assédio.
E também ficaram sabendo
que o guru estava interessado no dinheiro deles. Isso tudo os enervou e os
Beatles disseram ao guru que estavam indo embora. Pressionado a explicar sua
decisão, John disse: “Bem, se você é tão cósmico, deve saber o porquê”.
Segundo Paul Horn, que
estava com eles “O grande rebuliço aconteceu porque algumas pessoas estavam
mais interessadas nos Beatles do que na meditação e se tornaram parasitas. Uma
mulher estava realmente interessada nos Beatles e começou com toda essa bobagem
sobre o Maharishi dar em cima dela. Houve muitos boatos e ciúmes, e ela se
voltou contra os Beatles, falando isso sobre o Maharishi. No fim das contas,
era hora de eles irem para casa. A situação toda foi só um catalisador”.
sessão de fotos para o disco... |
HELTER
SKELTER
Esta começou a partir de
uma resenha elogiosa sobre “I can see for miles”, do Who (que eu amoooo!!!!),
lançada em outubro de 1967, que Paul leu e achou um tanto quanto exagerada e se
propôs a escrever algo que fosse digno de tais elogios.
“Eu pensei ‘que pena. Eu
gostaria de fazer algo assim’. Depois fui ouvir a música e não achei nada
disso. Era direta e sofisticada. Então fizemos essa. Eu gosto de barulho”.
Paul queria escrever algo
que realmente “enlouquecesse as pessoas” e, quando gravaram “Helter Skelter”
pela primeira vez, em julho de 1968, os Beatles o fizeram em um take de quase
uma hora. “Do nada”, eles voltaram nela em setembro e produziram uma versão
mais curta. No final, Ringo pode ser ouvido gritando “I’ve got blisters on my
fingers” (“Estou com bolhas nos dedos”).
Quase todos na Inglaterra
sabiam que “helter skelter” era um escorregador em espiral, mas Charles Manson,
que ouviu o White Album em dezembro de 1968, achou que os Beatles estavam
alertando os EUA sobre um conflito racial que estava “coming down fast”
(“descendo ou surgindo rápido”). Manson pensava ser os Beatles os quatro anjos
mencionados no Livro das Revelações do Novo Testamento, que, através de suas
músicas, estavam dizendo a ele e a seus seguidores que se preparassem para o
holocausto que estava por vir fugindo para o deserto. Referiu-se a essa futura
rebelião como “Helter Skelter”, e os rabiscos feitos com sangue dessas palavras
na cena de um dos assassinatos foram outra pista fundamental para a subsequente
investigação policial. Foi por conta da importância da canção que Vincent
Bugliost, promotor em Los Angeles que atuou no julgamento de Manson, intitulou
o seu livro sobre os assassinatos com “Helter Skelter”, que se tornou um
“best-seller”.
sessão de fotos para o disco II... |
LONG,
LONG, LONG
A inspiração para George
escrever esta música veio de “Sad Eyed Lady of the Lowlands”, de Bob Dylan. Ele
rabiscou a letra nas páginas vazias de uma agenda semanal de 1968 e a chamou de
“It’s been a long, long, time”, que se tornou o título provisório.
Parece ser uma simples
canção de amor, mas, de acordo com George, é sobre Deus.
Era o Beatle mais
religioso, foi o primeiro a demonstrar interesse pela religião oriental e o
único a mantê-lo depois da decepção dos quatro na Índia. Mas mudou de
“direção”, abandonando o guru, a meditação transcendental e aderiu publicamente
à Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna. Mais tarde transformou
o mantra Hare Krishna em um single de sucesso (My Sweet Lord, de 1971, que faz
parte de minha infância e eu amooooooo!).
REVOLUTION
I
Peço a vocês que me
acompanham neste blog que remetam à minha postagem do single. Aqui nada tenho a
acrescentar.
Apenas dizer que se trata
de uma versão bem mais lenta que a original, quase um acústico, totalmente
diferente da que saiu em single.
Só colocaram o “I” nesta
para diferenciar da versão comum do single.
HONEY
PIE
Paul escreveu esta para o
seu pai. “Meu pai sempre tocou músicas antigas ótimas como essa, e eu gostava
delas. Eu gostaria de ter sido compositor nos anos 1920 porque gosto dessa
coisa de fraque e cartola”, declarou.
Assim como acreditou que
“Helter Skelter” tinha sido escrita para ele pessoalmente, Charles Manson
voltou a encontrar instruções em “Honey Pie”. Afinal ela era endereçada às
pessoas dos EUA, convidando-as a revelar a magia de sua “Hollywood song”.
sessão de fotos para o disco III... |
SAVOY TRUFFLE
George escreveu esta para
Eric Clapton, seu amigo desde 1966, porque Clapton adora doces e já teve
problemas com a dentição, de tanto comer chocolates.
Daí George o alertou-o
dos “perigos” de comer mais um chocolate com recheio cremoso, pois teria de
extrair os dentes.
A letra é feita com os
nomes exóticos dados a cada chocolate do sortimento da Mackimtosh Good News,
como Creme Tangerine, Montelimar, Ginger Sling e Coffee Dessert. Savoy Truffle
era um dos nomes originais, ao passo em que Cherry Cream e Coconut Fudge foram
inventados para se encaixarem na música.
CRY
BABY CRY
Em 1968, quando o biógrafo
oficial dos Beatles, Hunter Davies estava terminando o seu livro sobre eles
(aliás, um ótimo arcabouço beatle), John disse a ele “Tenho outra [canção]
aqui, poucas palavras, acho que foram tiradas de uma propaganda: “Cry baby cry.
Make your mother buy”. Eu
estava tocando no piano. Deixei pra lá agora. Ela virá se eu
realmente quiser”.
Parcialemente baseada na
ritma infantil “Sing a song of sixpence”, e através da propaganda, pela
provocação dos parquinhos “Cry, baby, cry,/Stick a finger in your eye/and tell
your mother it wasn’t I” (“Chore, babe, chore/enfie um dedo no olho e diga que
não fui eu”), a canção incluía personagens criados por John, como a Duquesa de
Kirkaldy e o Rei de Marigold. Kirkaldy fica em Fife, Escócia, e era lá que John
costumava fazer uma parada a caminho de Durness quando ia passar férias em
família durante sua infância.
sessão de fotos para o disco IV... |
REVOLUTION
9
Bem, não se trata de uma
canção. Nem música. Nem dos Beatles. Nem uma composição Lennon/McCartney. O que se trata é um monte de
asneiras, frases soltas, colagens, gemidos, gritos, etc., que a dupla John e
Yoko produziu... e deu nisso.
O curioso é que John
achou um sentido para ela: “Ela retrata o quadro de uma Revolução".
Paul, que estava nos EUA
quando ela foi feita (na verdade ele deu uma escapada, para não participar
daquilo) ficou decepcionado com sua inclusão no álbum (nós fãs, também!),
especialmente porque ele vinha fazendo colagens sonoras em sua casa desde 1966
e percebeu que John passaria a ser visto como um inovador (Paul, Paul... muita
maconha, meu irmão!!!).
É, sem sombra de dúvida,
o ponto baixo (mas baixo, muito baixo) do disco e da carreira dos Beatles, que
poderiam ter passado sem esse lixo, comparável apenas com a inexplicável “You
know my name (look up the number)”, motivo de postagem mais para frente.
Simplesmente horrorosa. A
única “música” dos Beatles que ouvi apenas uma vez e, quando estou ouvindo o
disco e quando está acabando “Cry Baby Cry” levanto-me do sofá, abro a tampa do
toca discos, subo o braço e... pulo para...
GOOD
NIGHT
John escreveu esta para
Julian como uma canção de ninar, assim como, doze anos depois escreveu
“Beautiful Boy” para Sean.
Trata-se da canção mais
melosa que John escreveu.
Julian não sabia que o
pai havia escrito uma canção para ele até 2009. Isso provavelmente se deve ao
fato de seus pais terem se separado poucas semanas depois de sua composição.
É, Paul... estava quase acabando... |
Ontem fez 38 anos da
“morte” de John. O que você estava fazendo neste dia? Aonde você estava?
Recordo-me muito bem
deste dia, 8 de dezembro de 1980. Mas é assunto para uma futura postagem...
Na próxima, vamos falar
dos 50 anos do Opala e de um assunto indigesto, mas digno
de registro: Os 50
anos do Ato Institucional nº 5.
Saudações Beatlemaníacas
e Decacampeoníssimas,
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