domingo, 9 de dezembro de 2018

WHITE ALBUM/ÁLBUM BRANCO/THE BEATLES: 50 ANOS: O COMEÇO DO FIM.


Boa tarde!

Voltamos nesta tarde de domingo para conversarmos acerca dos 50 anos do “White Album”, ou “Álbum Branco”, ou ainda, mais acertadamente e simplesmente do disco “The Beatles”, lançado a 22 de novembro de 1968.

Uma das primeiras sessões de fotos de 1968.

É o disco que marca o começo do fim da maior banda de rock de todos os tempos; trata-se também do primeiro e único disco duplo dos Beatles.

Você, que me acompanha e que não conhece muito da história da banda, deve estar se perguntando: Por que um disco sem título, imaculadamente branco, sem nada na capa, etc.?

Meus dois importados, das caixas estéreo e mono, respectivamente...


Bem, na época as pessoas – público e crítica – também faziam estas mesmas perguntas: depois de Sgt. Peppers e Magical Mystery, com aquelas capas coloridas, psicodélicas, etc.

Nada de títulos, capas mirabolantes, nada... apenas THE BEATLES em relevo...

Ocorre que os quatro estavam passando por mudanças pessoais e na banda. Sgt. Peppers, com eu já havia dito, começou a “dar rumo” à vida de cada um e o álbum branco (vamos chama-lo assim, doravante, para facilitar) aprofundou as mudanças individuais e, consequentemente, as diferenças de cada membro do grupo.

Isso se deu, em parte, também, com a viagem à Índia e as poucas semanas que passaram por lá meditando.

A numeração, da edição em mono, imita a original, que saiu numerada em 1968.

As músicas do disco refletem absolutamente tudo isso que acabei de dizer: letras e produções individuais.

Na verdade, parecia que o grupo queria tomar o caminho inverso dos anos anteriores, principalmente de Sgt. Peppers, já que o psicodelismo, para eles, havia ficado para trás (infelizmente).

Meu exemplar estéreo nacional dos anos 1970...


Então, o álbum branco é um disco eminentemente de rock and roll. E é considerado por muitos a obra prima da banda (discordo) e um dos melhores de todos os tempos (concordo).

Para você que está iniciando nesses assuntos digo-lhe que se trata de um disco obrigatório na prateleira de discos da casa de qualquer pessoa que se intitule de roqueiro (a). Se você não tem e se vê como tal, compre um e escute.

Meu exemplar mono nacional, também dos anos 1970...


Bem, como já lhes disse, a ideia do disco começou na Índia, já que as sessões de meditação estavam deixando os Beatles atolados no tédio... Sim. John e Paul sempre davam umas “escapadas” entre uma meditação e uma palestra do guru para compor novas canções.

Quando voltaram à Inglaterra, em abril de 1968, eles disseram haver mais de trinta canções compostas por lá. Mas, na verdade, é melhor dizer que a maioria das canções foram compostas por lá... nem todas. E outras foram descartadas, pelo menos para esse disco.

O disco, então, começou a ser gravado nos dias 23 e 24 de maio, na casa de George, com algumas demos acústicas (na Índia eles não tinham acesso à guitarras e amplificadores... somente violão... daí muitas músicas do disco serem bem acústicas).

Encarte que vinha dentro do disco, com colagens de fotos dos quatro, durante os anos...


Três músicas, então, iniciaram sua gravação lá: “Child of Nature” (furuta “Jealous Guy”, da carreira solo de John), “Circles”, “Not Guilty” (que somente foram gravadas em 1982, no disco solo de George, “Gonne Troppo”) e “Junk”.

De volta a Abbey Road, no dia 30 de maio, o grupo começa oficialmente o LP, com Lennon trabalhando em Revolution I. Essa versão, mais lenta, entrou no disco; a mais rápida, foi lançada em “single” (ver postagens anteriores).

As letras das músicas, que vinham impressas do outro lado do encarte.

JULHO DE 1968: COMEÇAM AS BRIGAS

Bem, como já havíamos conversado, as vidas de cada Beatle estavam cada vez mais individuais, com cada um deles tomando o seu caminho. Ao mesmo tempo começava a haver “interferências” externas. Explico: Os Beatles sempre foram uma unidade e as decisões a serem tomadas na banda eram discutidas e o “martelo” era batido somente quando os quatro concordavam. Com a vida particular – principalmente a de Lennon e de Paul – cada vez mais confusa (vejam minhas postagens anteriores) essas interferências externas começavam a vazar dentro do estúdio (literalmente).

Essas são as fotos que vinham dentro do disco, ampliadas e coloridas, mas iguais as que vinham na contracapa, em preto e branco e pequenas... Um brinde aos fãs, principalmente para quem colecionava fotos, já que na época era difícil ter fotos grandes e coloridas deles... 

Assim foi que John trouxe Yoko para participar das sessões de gravação. É preciso dizer, no entanto que, no início, principalmente no álbum branco, Maureen e Pattie Boyd (namorada de George) participaram de “backing vocals” em pelo menos duas músicas do disco: The Continuing Story of Bungalow Bill e Birthday (aqui somente Pattie estava... e, claro, a outra presença maligna constante).

Entretanto, nem só de más interferências externas os Beatles sofreram: Eric Clapton, por exemplo, não se encaixa nesse modelo.

A presença maligna constante, se não foi o único fator desagregador da banda, foi o precursor e, sem dúvida nenhuma, o mais importante.

Geoff Emerick, engenheiro de som da EMI, na gravação de Cry Baby Cry, no dia 16 de julho, começa a “sessão” de abandonos da banda, que culminaria no acesso de raiva de George (que começou quando Paul calou sua guitarra, na gravação de “Hey Jude”... Acho que já falei a respeito, na postagem), passando por Ringo, que também largou a banda no dia 22 de julho, em meio a gravação de Back in the USSR, xingando pra caramba... Teve suas mãos seguras por Paul, que queria “ensiná-lo” como tocar em sua música. Aliás, Paul gravou ela sem Ringo mesmo, com ele na bateria, John tocando baixo e George na guitarra.



Exemplar estéreo do box estéreo, importado, em 180g... Espetacular!!!

Dá para ver nas sessões de fotos desse período o descontentamento de cada membro. Tem uma emblemática, inclusive, onde cada Beatle está posado numa direção... e com cara de poucos amigos. Tenho uma caneca, a mesma que tomo meus chás matinais, em que esta foto está estampada...

Digno de nota, também, é a ascensão de Paul como o novo líder da banda, pós Revolver/Sgt. Pepper’s.

Todo mundo sabe que o grande líder dos Beatles era John, pelo menos até Rubber Soul. Foi ele quem criou a banda e era a palavra final dele, para excluir e/ou incluir membros (George, Pete Best, Stu...). Mas o eixo de comando da banda começou a pender para Paul, a partir do momento em que John começou sua catarse, principalmente quando conheceu Bob Dylan e tornou-se altamente influenciado por este último. Além do mais, era, na época, o único Beatle casado e com filho, razão pela qual tinha mais dificuldades de assumir, digamos, o papel “artístico” da banda.



Disco mono, da caixa mono, importada, em vinil 180g... Um espetáculo à parte!!!!

Isso ficou evidente em 1966/1967, quando Paul, solteiro e morando em Londres, saindo à noite e dando de cara com o underground londrino (Pink Floyd) e com acesso a tudo o que rolava, principalmente na costa oeste dos EUA (contracultura) e em Nova York (Velvet Underground e The Mother’s of Invention, por exemplo); enquanto Lennon, como ele mesmo disse, à época, “vivendo minha vida suburbana, dormindo, comendo, assistindo à TV e gritando com Julian: ‘não vou consertar a porra da bicicleta’.”.

Sem contar depois com o iminente e complicado divórcio com Cynthia, já que quase nunca John conseguia separar a banda de sua vida pessoal.

No álbum branco essa diferença era gritante. Mas, não nas músicas, como em Pepper, por exemplo, mas como centro das decisões da banda. E nisso se inclui, claro, os negócios, já que Brian Epstein havia falecido. E quando rola dinheiro, claro, nem os Beatles escapam/escaparam.

Bem, não vou me aprofundar muito, porque isso vai ser assunto de uma blogagem especial da separação, mais adiante.

É só para termos um pouco de clareza e compreensão para escutarmos o disco, já que contexto é tudo!

Como fiz com Pepper, vamos passar a analisar cada faixa do disco, que nos ajudará a compreender ainda mais esse 1968 dos Beatles.



DISCO 1 - LADO "A" 

BACK IN THE USSR

Trata-se da música de Paul para as garotas soviéticas. Essa é da leva indiana e começou a ser elaborada quando Mike Love (até 1965 o grande líder dos Beach Boys) que também estava na Índia, num café da manhã, disse a Paul se não seria divertido fazer uma versão soviética de Back in the USA, de Chuck Berry (que celebra os cafés, “drive-ins”, hambúrgueres e “juke boxes” norte americanos).

Os Beach Boys haviam usado esta música para “Surfin USA” e “California Girls”, para celebrar as garotas da Califórnia.

Paul achou interessante, pensando, acertadamente, que depois de uma década de canções celebrando Menphis, Chicago ou New Orleans, poderia ser fantástico colocar a URSS no rock and roll, falando das garotas da Geórgia e de lugares da Ucrânia, como se fossem a Califórnia.

Falando a uma rádio, em novembro de 1968, Paul disse: “Na minha cabeça, é só sobre um espião (russo) que ficou muito tempo nos EUA e se tornou muito americano, mas quando volta para a União Soviética diz ‘deixe pra desfazer minha mala amanhã, querida, desligue o telefone’, e tudo o mais, mas para as mulheres russas”.

Imaginem vocês, em plena guerra fria, alguém celebrando as coisas boas da União Soviética!!! Depois de admitir o uso de drogas, os rapazes cabeludos estariam flertando com o “inimigo”? Para os conservadores norte americanos, sim. Havia, na época, ativistas anti-rock (sim, retardados, sempre os há... igualzinho aqui, quando um bando de retardados tentam criar escola sem partido e invadem exposições artísticas, em nome da “moral” de dos “bons costumes”... Sem dizer nos igualmente retardados, que vaiaram Roger Waters em seu show aqui em São Paulo, porque ele disse a verdade sobre o esquizofrênico megalomaníaco que elegeram para presidente... Estamos falando de coisas do ano de 2018, gente, 50 anos depois!!!).

Dizia eu que havia ativistas desse naipe e, talvez um dos mais importantes, David A. Noebel, autor de “Comunismo, Hipnotismo e The Beatles” (sim, este livro existe!!!), não encontrou a carteirinha dos Beatles como membros do Partido Comunista Inglês, mas jurava que eles estavam “promovendo a causa revolucionária do socialismo”: “John Lennon e os Beatles eram parte integrante do meio revolucionário e receberam grande elogios da imprensa comunista, especialmente pelo White Album, que continha ‘Back in the USSR’ e ‘Piggies’”, disse. Bem, pelo menos um trecho deixou os anticomunistas de cabelo em pé: “You don’t know how luck you are boy/back in the USSR”. (“Você não sabe a sorte que tem, garoto/de volta à URSS”.).

Como eu disse, os retardados perpassam às gerações. Os Beatles eram vistos pelos stalinistas (sim, não eram comunistas, os da URSS, e sim, stalinistas, o que é outra coisa completamente diferente), como discurso oficial, inclusive, de que “os Beatles eram a prova da decadência do capitalismo”.

Tal como os nazistas, que declararam ser o jazz e a pintura abstrata “degenerados”, os stalinistas atacaram o maligno rock and roll e, por tabela, os malignos Beatles e promoveram o folk local, que dizia as “virtudes” do Estado stalinista.

Igualzinho aqui, com todas as idiotices, mentiras e ódio disseminados durante a última campanha presidencial por parte dessa candidatura vencedora vergonhosa.

Ocorre que as pessoas, do outro lado da cortina de ferro, ouviam os Beatles pelo rádio (clandestinamente) e pirateavam produtos dos Beatles: discos, etc., para poderem curti-los por lá.

É, portanto, uma canção de política... de boa vizinhança. “Eles gostam e nós por lá. Mesmo que os chefes no Kremlin não gostem, os garotos gostam”, disse Paul, à época. 
 
Paul no estúdio, em 1968... 
DEAR PRUDENCE

Prudence era Prudence Farrow (irmã de Mia Farrow, que estava sempre com os Beatles e a turma dos anos 1960 e também estavam na Índia).

Prudence ficou pirada com tanta meditação e parecia uma beata desenfreada, meditando por horas a fio.

John escreveu a canção para que ela desse um tempo e relaxasse juntamente com o pessoal que estava junto deles.

Segundo John, ela ficou três semanas num quarto, levemente louca, meditando sem parar, para chegar a Deus antes de qualquer um.

Prudence, hoje, é casada e vive na Flórida, onde dá aulas de meditação.


GLASS ONION

John escreveu esta música para os beatle-intérpretes, que achavam ter as músicas dos Beatles todo um significado oculto.

Num período de mudanças sociais tão rápidas e intensas, como em 1968, era natural que achassem os Beatles profetas ou visionários e cada música deles era analisada a partir dessa perspectiva: Quem era o homem-ovo em I’m the Walrus”? (hoje se sabe: era Eric Burdon, líder dos The Animals, que, segundo se dizia à época, esmagava um ovo na garota, depois de transar com ela); O chá de “Lovely Rita” era mesmo de maconha? “Henry de Horse” era gíria para heroína?

John era o que mais gostava de confundir estes tais, com nonsense e jogo de palavras. Ele disse: “Estou cansado de ouvir esse blá, blá, blá sobre a música dos Beatles, do tipo ‘plante uma bananeira, ouça o disco de trás para frente que você vai descobrir os seus segredos mais profundos’”.

Glass Onion é uma resposta jocosa àqueles que analisavam sua obra em busca de significados ocultos.

John e George, em 1968, no estúdio.

OB-LA-DI OB-LA-DA

Uma das músicas dos Beatles que mais fizeram sucesso aqui no Brasil.

Paul ouviu o título da música pela primeira vez no clube Bag o’Nails, no Soho, em Londres, sendo pronunciada pelo nigeriano Jimmy Scott.

Era um personagem extravagante e cheio de frases de efeito e sua esposa disse que essa frase era a tradução fonética de algo que o pai costumava dizer a ele na língua “urhobo”, usada pelo povo “warri” no meio-oeste da Nigéria. “Tinha um significado oculto, que ele nunca revelou a ninguém”, disse ela.

Em seus shows costumava (bem antes de a música ser composta por Paul) dirigir-se à plateia com a expressão “Ob la di” e ela respondia “Ob la da” e depois Scott respondia “life goes on”.

É claro que gerou certa polêmica o fato de Paul ter usado o lema de shows de Scott na música, inclusive querendo receber direitos sobre ela. Paul respondeu: “Qual é, Jimmy. É só uma expressão. Se você tivesse escrito a música, poderia receber uma parte”.

Scott morreu em 1986 em Londres. Acredita-se que ele tinha por volta de 64 anos, porque mentiu ao tirar o seu primeiro passaporte britânico.

Na sessão de gravação, no entanto, John esmurrou o piano, cansado de ter de refazer várias vezes a canção. Dá para ouvir o som no final da música.

Numa das raras tomadas do ano, em que eles, pelo menos, esboçaram um sorriso... A coisa estava ficando pesada demais para os quatro...

WILD HONEY PIE

É sem sombra de dúvida a letra mais curta de todas as músicas dos Beatles, que são cantadas, é claro.

Surgiu de uma cantoria espontânea em Rishikesh. “Era só um fragmento de uma música instrumental sobre a qual não sabíamos nada. Mas Pattie Harrison gostou muito dela, então decidimos mantê-la no disco”, disse Paul.


THE CONTINUING STORY OF BUNGALOW BILL

John conta uma história verídica sobre Richard Cooke III, um jovem universitário norte americano que foi visitar a mãe, Nancy, no curso em Rishikesh. Acabou descrevendo Bungalow como o “clássico norte americano saxão teimoso e filhinho da mamãe, que foi caçar tigre com seu elefante e sua arma. Em caso de acidentes, ele sempre levava a mãe”. (“went out tiger hunting with his elephant na gun. In case of acidentes he Always took his mum... the all-americian bullet-headed Saxon mother’s son”).

Cooke vestia branco, tinha mais de 1,80 de altura e usava cabelo reco. “Os outros Beatles foram muito legais comigo, mas John estava sempre distante”, conta. “Eles eram a síntese da contracultura e eu era o bom moço norte americano, o típico atleta universitário. Não havia muito para nos conectar”, relembra.

A caça ao tigre, como conta a música, aconteceu a três horas de Rishikesh. Cooke e sua mãe viajaram de elefante e depois se esconderam em uma árvore sobre uma plataforma de madeira para esperar a chegada do tigre.

Entretanto, quando chegaram ao “ashram”, Cooke começou a sentir remorso e questionar se matar o animal traria um “carma ruim”. Ele e sua mãe tiveram um encontro com o guru Maharishi, do qual John e Paul também participaram.

“Rik disse que estava se sentindo mal por ter feito aquilo e achava que nunca mais iria matar um animal. O Maharishi disse: ‘você teve o desejo, Rik, e agora não o tem mais?’. Então John perguntou ‘você não acha que isso é destruir a vida?’e eu disse ‘éramos nós ou o tigre. Ele estava pulando exatamente onde estávamos’”, diz Nancy. Na música ficou “if looks could kill it would have been us instead of him” (“Se beleza matasse, teríamos sido nós em vez dele”).

Claro que Bungalow Bill era uma sacada de John com relação a Buffalo Bill, aquele que virou herói norte americano nos cinemas do pós-guerra, nome artístico do ator William Frederick Cody. Tornou-se Bungalow porque todas as acomodações em Rishikeshi eram em bangalôs.

Cooke não sabia nada sobre “Bungalow Bill”, até começar a receber toneladas de cartões postais dizendo “Hey Bungalow Bill. What did you kill?” dos amigos, que o reconheceram na música. Hoje é fotógrafo da revista National Geographic.


WHILE MY GUITAR GENTLY WEEPS

Um dos maiores clássicos dos Beatles e do rock and roll começou quando George estava lendo o “I Ching”, o livro chinês das mudanças e decidiu aplicar os princípios do acaso às suas composições. Estando na casa de seus pais, pegou o primeiro livro que estava na estante, abriu-o e ele continha as palavras “gently weeps” (chora delicadamente).

Apesar de a gravação ter começado em julho de 1968 só foi terminada em setembro, porque ele achou que os outros três não estavam muito interessados em gravá-la. Daí, trouxe o seu amigo Eric Clapton para tocar guitarra solo e finalizou-a com a base.

Se o disco tem um clássico, este é “o” clássico.

Letra de Gently Weeps, no encarte...
George e Clapton, em 1971...

HAPPINESS IS A WARM GUN

John costurou três canções inacabadas para formar esta. A primeira era uma série de imagens aleatórias de uma noite de ácido com Derek Taylor, Neil Aspinall e Pete Shotton, na casa de Taylor. “John disse que tinha escrito metade de uma música e queria que nós ajudássemos com frases. Lembrei-me de uma expressão de meu pai que dizia ‘She’s not a girl who misses much’. Parece um elogio fraco, mas em Merseyside, naqueles dias, não havia nada melhor”, conta Taylor.

A segunda parte começa com “I need a fix” e veio da relação com ela, isto é, a japa, que tinha um papel maternal, com ele se referindo a ela por várias vezes como “mother”. A esta época John estava com sua nova “fix”, isto é, a heroína, que lhe deu muito, mas muito mais trabalho que a anterior, o LSD.

Já a parte final diz respeito a uma revista norte americana sobre armas que George Martin mostrou para John, que trazia em sua capa “Felicidade é uma arma quente na mão”.

famosa sessão de fotos....

MARTHA MY DEAR

Martha era o nome da cachorra de Paul. Aquela mesma que aparece em várias fotos e vídeos, pós 1966.

Entretanto, a música é um apelo a uma garota, musa de Paul em seu imaginário, pedindo a ela que não o esqueça dele porque acredita terem nascidos um para o outro.
Em janeiro de 1968 Paul namorava a atriz Jane Asher. Mas, como eu já havia dito em postagem anterior, o noivado foi desfeito por Jane.

Foi gravada em outubro de 1968, época em que ele já estava com Linda Eastman.

aqui eles estão na casa de Paul, e olhem ela aí, a Martha....1968...

I’M SO TIRED

Cansado de palestras e meditações que pareciam intermináveis em Rishikesh, John escreveu esta música, porque, isso significava, ao mesmo tempo, calma e autoassimilação, não deixando-o dormir à noite e ficando cansado durante o dia.

Escrita depois de três semanas na Índia, também era sobre coisas que estava começando a sentir falta, já que lá não havia nem álcool, nem drogas. Em resumo, tudo o que ele tinha eram seus amados cigarros e, quem sabe, a possibilidade de beber. Às vezes rolava um vinho clandestino, trazido por “amigos”.

Entretanto, àquela altura, o que ele realmente sentia falta era dela, da japa, apesar de ainda continuar casado com Cynthia. O fato era que ele não sabia como terminar o casamento. Até cogitou em levar a japa para a Índia, mas se deu conta que haveriam muitas complicações em ter ela e Cynthia no mesmo local.

Depois, ao voltar à Inglaterra, parece que ele “tirou a barriga da miséria”, envolvendo-se de vez com Yoko e, de quebra, com heroína.



BLACKBIRD

Há controvérsias sobre a verdadeira história desta música. Apesar de ter sido escrita em 1968, é difícil afirmar o mês exato, uma vez que Paul afirmou tê-la escrito na sua fazenda na Escócia, não na Índia. Provavelmente começou neste último lugar, influenciado por Donovan e a terminou entre 26 de março e a gravação das fitas demo na casa de George, no fim de maio, tornando provável a hipótese de que tenha sido inspirada na morte de Martin Luther King, em 4 de abril de 1968.

O termo “blackbird”, para se referir aos negros é usado desde a época do mercado de escravos, sempre de forma pejorativa. Mas nos anos 1960, durante os protestos e as campanhas por direitos civis, os ativistas se apropriaram do termo o transformaram em algo positivo.

No verão de 1968 (inverno, para nós) Paul cantou uma versão acústica de “Blackbird” para fãs reunidos na porta de sua casa (“Apple’s Scruff”, era o nome das hordas de fãs que se aglomeravam na frente dos escritórios da Apple, na Saville Row).

Margo Bird, que era uma delas, recorda-se: “Acho que havia uma garota com ele, Francie Schwartz. Nós estávamos do lado de fora, e era óbvio que ele não iria embora. Ele tinha uma sala de música na parte superior da casa, abriu o caixilho da janela, sentou na beira e tocou para nós. Foi no começo da manhã”.

Paul afirmou que a melodia não foi inspirada pelo canto do melro, mas pela sua lembrança de Bourrée de Bach em MI menor (da Suíte para Alaúde nº 1 – Bwv 996), que ele aprendeu na adolescência num manual de violão. Em parte, ele estava pensando na situação racial dos EUA, e a escreveu como um encorajamento para as mulheres negras reprimidas.


PIGGIES

George a concebeu como um “comentário social”, mas as interpretações, à época, foram muito, mas muito além do que mera zombaria à classe média.

“Pigs” era um termo de escárnio na Inglaterra nos anos 1960 e era reservada à classe política. Basta ver “Pigs” do Pink Floyd, escrita 9 anos mais tarde, em 1977, do disco “Animals”, totalmente inspirado em “A revolução dos Bichos”, escrito por George Orwell, para representar os líderes tiranos.

Mas esta canção de George ficou famosa somente em 1971 quando foi revelado que Charles Mason, o autointitulado líder da infame “família Mason”, interpretou a letra como um alerta que o establishment branco se preparasse para uma rebelião. Acreditou ele que os “porcos” precisavam “uma bela surra” (“a damn good wacking”).

De acordo com testemunhas, era uma das frases preferidas dele e a citou várias vezes, antes de ser preso por vários assassinatos (foram oito no total, com as palavras “pig”, “pigs” e “piggy” escritas nas paredes com o sangue de suas vítimas. Uma das vítimas foi atacada por garfos e facas, justamente por se encontrarem no último verso da música).

George ficou horrorizado com a interpretação, para uma canção que ele considerava bem tranquila e comentou que o verso, tão repetido por Mason – “damn good wacking” foi sugestão de sua mãe quando ele procurava algo para rimar com “backing” e “lacking”. “Não tinha nada a ver com policiais americanos nem com vadias californianas”, disse à época.


ROCKY RACCOON

É um faroeste que Paul escreveu na Índia. “Estávamos sentados no telhado da casa do Maharishi, curtindo, quando escrevi essa. Comecei a fazer os acordes, o título orginalmente era ‘Rocky Sassoon’. Depois John, Donovan e eu começamos a criar a letra. Ela veio bem rápida e acabou se tornando ‘Rocky Raccoon’ porque soava mais caubói”, conta Paul.

A “Apple Scruff” Margo Bird ouviu dizer que o personagem do médico, da história, foi extraído da vida real: “Um dia, perto do final de 1966, Paul caiu de um quadriciclo que ele tinha. Ele estava um pouco chapado naquela hora e cortou a boca e lascou o dente. O médico que veio atendê-lo estava cheirando a gim e, por causa do mau estado, não fez um trabalho lá muito bom na hora de suturar. Foi por isso que Paul ficou com um calombo no lábio por um tempo e deixou o bigode crescer para cobri-lo”.


DON’T PASS ME BY

Foi a primeira música completa de Ringo para os Beatles.

Antes disso, com suas sacadas, contribuiu para “A hard day’s night” e “tomorrow never knows”, mas esta, inteira, é a primeira.

Ringo estava, na verdade, tentando fazer com que os Beatles a gravassem havia anos. Em 1964, na turnê da Austrália, Ringo vivia dizendo “Cantem a música que eu escrevi, só para fazer propaganda”. Em resposta ao pedido, Paul disse a um programa: “Ringo escreveu uma música chamada ‘don’t pass me by’. Uma melodia linda. É a primeira vez que ele se aventura numa composição”.

Ela continuaria fora dos sets dos álbuns do grupo por mais cinco anos, até aparecer no álbum branco.


WHY DON’T WE DO IT IN THE ROAD?

Paul teve a ideia na Índia quando viu dois macacos copulando a céu aberto. Ele ficou impressionado pela maneira aparentemente descomplicada como os animais se acasalam em comparação com as regras, rituais e hábitos do sexo humano.


BIRTHDAY

Foi escrita em Abbey Road, em 18 de setembro de 1968. Faltavam apenas seis dias para o aniversário de Linda, que chegaria a Londres e Paul estava pensando em algo contemporâneo e rock and roll. Ele entrou no estúdio, no fim da tarde, e trabalhou no acorde básico de teclado. Depois, os outros três acrescentaram os acompanhamentos. À noite, foram todos à casa de Paul assistir à estreia de “The Girl Can’t Help It” (1956) na televisão, estrelado por Jayne Mansfield com música de Fast Domino, Gene Vincent, The Treniers, The Platters, Little Richard e Eddie Cochran.

Inspirados por essa turma do rock, voltaram à Abbey Road por volta das onze da noite e concluíram os vocais. “Nós criamos a letra no estúdio”, disse Paul. “É uma das minhas faixas preferidas do álbum porque foi instantânea. E é boa para dançar”.

John, opinando voluntariamente sobre ela, em 1980, disse exatamente o que se esperava dele: “É uma porcaria”.


YER BLUES

Trata-se de uma música escrita por John para Yoko, para mostrar seu desespero. Sua carreira ativa com os Beatles estava quase terminando, seu empresário estava morto e ele agora cogitava terminar seu casamento.

John afirmaria mais tarde que o dilema da separação deu a ele ímpetos de suicídio. Na música, ele se compara ao Mr. Jones, testemunha central em “Ballad fo a thin man”, de Dylan. Musicalmente, “Yer Blues” indica o rumo de sua carreira musical solo.


MOTHER NATURE’S SON

Paul e John escreveram suas músicas depois de ouvirem uma palestra do Maharishi sobre a unidade do homem com a natureza, mas esta, de Paul, seria a escolhida para o disco. Como foi.

A canção de John, “Child of Nature”, fazia observações semelhantes sobre o sol, o céu, o vento e as montanhas, mas, enquanto Paul ficcionalizou sua reação ao escrever na voz de um personagem, “um pobre rapaz do campo”, John escreveu sobre si mesmo (à la Dylan) “na estrada para Rishikesh”.

John gravou uma demo de “child of nature” em maio de 1968, mas os Beatles não a gravaram. Três anos depois, com uma nova letra, ela se tornou “Jealous Guy”.

Paul sempre foi um amante do campo (como eu) e, quando escreveu “Mother Nature’s Son”, estava pensando em uma música que ouviu quando era mais novo, “Nature Boy” (1947), popularizada por Nat “King” Cole. Embora tenha começado a escrever na Índia, Paul concluiu a música na casa de seu pai.


EVERBODY’S GOT SOMETHING TO HIDE EXCEPT ME AND MY MONKEY

John escreveu esta a partir de uma caricatura que viu nos jornais, que o desenhava e justaposto a ele, um macaco com as garras sobre suas costas, dando a entender que era Yoko.

Parte dessa sátira do jornal tem a ver com o sentimento da imprensa britânica com relação ao relacionamento dos dois, achando difícil de aceitar Yoko (uma estrangeira separada envolvendo-se com um inglês casado) e a versão blasé de John.

Após a volta da Índia a amizade dos dois transformou-se em affair e, claro, Cynthia soube o que estava acontecendo, até porque ele recebia toneladas de cartões postais de Yoko na Índia. Yoko começou a frequentar as gravações do novo álbum (deste álbum), o que incomodou – e muito – os demais parceiros de banda.


SEXY SADIE

Música escrita contra um alvo: o guru tarado.

Recebeu este título porque, se fosse da vontade de John, seria outro, bem mais obsceno e ofensivo. Aliás, em uma demo John solta uma tonelada de palavrões e cita o guru nominalmente.

O fato é que eles descobriram que o tal guru estava assediando sexualmente as garotas por lá e, principalmente, Mia Farrow.

Segundo John, até George, o mais envolvido e empolgado dos quatro com a meditação, acreditou no assédio.

E também ficaram sabendo que o guru estava interessado no dinheiro deles. Isso tudo os enervou e os Beatles disseram ao guru que estavam indo embora. Pressionado a explicar sua decisão, John disse: “Bem, se você é tão cósmico, deve saber o porquê”.

Segundo Paul Horn, que estava com eles “O grande rebuliço aconteceu porque algumas pessoas estavam mais interessadas nos Beatles do que na meditação e se tornaram parasitas. Uma mulher estava realmente interessada nos Beatles e começou com toda essa bobagem sobre o Maharishi dar em cima dela. Houve muitos boatos e ciúmes, e ela se voltou contra os Beatles, falando isso sobre o Maharishi. No fim das contas, era hora de eles irem para casa. A situação toda foi só um catalisador”.

sessão de fotos para o disco...

HELTER SKELTER

Esta começou a partir de uma resenha elogiosa sobre “I can see for miles”, do Who (que eu amoooo!!!!), lançada em outubro de 1967, que Paul leu e achou um tanto quanto exagerada e se propôs a escrever algo que fosse digno de tais elogios.

“Eu pensei ‘que pena. Eu gostaria de fazer algo assim’. Depois fui ouvir a música e não achei nada disso. Era direta e sofisticada. Então fizemos essa. Eu gosto de barulho”.

Paul queria escrever algo que realmente “enlouquecesse as pessoas” e, quando gravaram “Helter Skelter” pela primeira vez, em julho de 1968, os Beatles o fizeram em um take de quase uma hora. “Do nada”, eles voltaram nela em setembro e produziram uma versão mais curta. No final, Ringo pode ser ouvido gritando “I’ve got blisters on my fingers” (“Estou com bolhas nos dedos”).

Quase todos na Inglaterra sabiam que “helter skelter” era um escorregador em espiral, mas Charles Manson, que ouviu o White Album em dezembro de 1968, achou que os Beatles estavam alertando os EUA sobre um conflito racial que estava “coming down fast” (“descendo ou surgindo rápido”). Manson pensava ser os Beatles os quatro anjos mencionados no Livro das Revelações do Novo Testamento, que, através de suas músicas, estavam dizendo a ele e a seus seguidores que se preparassem para o holocausto que estava por vir fugindo para o deserto. Referiu-se a essa futura rebelião como “Helter Skelter”, e os rabiscos feitos com sangue dessas palavras na cena de um dos assassinatos foram outra pista fundamental para a subsequente investigação policial. Foi por conta da importância da canção que Vincent Bugliost, promotor em Los Angeles que atuou no julgamento de Manson, intitulou o seu livro sobre os assassinatos com “Helter Skelter”, que se tornou um “best-seller”.

sessão de fotos para o disco II...

LONG, LONG, LONG

A inspiração para George escrever esta música veio de “Sad Eyed Lady of the Lowlands”, de Bob Dylan. Ele rabiscou a letra nas páginas vazias de uma agenda semanal de 1968 e a chamou de “It’s been a long, long, time”, que se tornou o título provisório.

Parece ser uma simples canção de amor, mas, de acordo com George, é sobre Deus. 

Era o Beatle mais religioso, foi o primeiro a demonstrar interesse pela religião oriental e o único a mantê-lo depois da decepção dos quatro na Índia. Mas mudou de “direção”, abandonando o guru, a meditação transcendental e aderiu publicamente à Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna. Mais tarde transformou o mantra Hare Krishna em um single de sucesso (My Sweet Lord, de 1971, que faz parte de minha infância e eu amooooooo!).


REVOLUTION I

Peço a vocês que me acompanham neste blog que remetam à minha postagem do single. Aqui nada tenho a acrescentar.

Apenas dizer que se trata de uma versão bem mais lenta que a original, quase um acústico, totalmente diferente da que saiu em single.

Só colocaram o “I” nesta para diferenciar da versão comum do single.


HONEY PIE

Paul escreveu esta para o seu pai. “Meu pai sempre tocou músicas antigas ótimas como essa, e eu gostava delas. Eu gostaria de ter sido compositor nos anos 1920 porque gosto dessa coisa de fraque e cartola”, declarou.

Assim como acreditou que “Helter Skelter” tinha sido escrita para ele pessoalmente, Charles Manson voltou a encontrar instruções em “Honey Pie”. Afinal ela era endereçada às pessoas dos EUA, convidando-as a revelar a magia de sua “Hollywood song”.

sessão de fotos para o disco III...

SAVOY TRUFFLE

George escreveu esta para Eric Clapton, seu amigo desde 1966, porque Clapton adora doces e já teve problemas com a dentição, de tanto comer chocolates.

Daí George o alertou-o dos “perigos” de comer mais um chocolate com recheio cremoso, pois teria de extrair os dentes.

A letra é feita com os nomes exóticos dados a cada chocolate do sortimento da Mackimtosh Good News, como Creme Tangerine, Montelimar, Ginger Sling e Coffee Dessert. Savoy Truffle era um dos nomes originais, ao passo em que Cherry Cream e Coconut Fudge foram inventados para se encaixarem na música.


CRY BABY CRY

Em 1968, quando o biógrafo oficial dos Beatles, Hunter Davies estava terminando o seu livro sobre eles (aliás, um ótimo arcabouço beatle), John disse a ele “Tenho outra [canção] aqui, poucas palavras, acho que foram tiradas de uma propaganda: “Cry baby cry. Make your mother buy”. Eu estava tocando no piano. Deixei pra lá agora. Ela virá se eu realmente quiser”.

Parcialemente baseada na ritma infantil “Sing a song of sixpence”, e através da propaganda, pela provocação dos parquinhos “Cry, baby, cry,/Stick a finger in your eye/and tell your mother it wasn’t I” (“Chore, babe, chore/enfie um dedo no olho e diga que não fui eu”), a canção incluía personagens criados por John, como a Duquesa de Kirkaldy e o Rei de Marigold. Kirkaldy fica em Fife, Escócia, e era lá que John costumava fazer uma parada a caminho de Durness quando ia passar férias em família durante sua infância.

sessão de fotos para o disco IV...

REVOLUTION 9

Bem, não se trata de uma canção. Nem música. Nem dos Beatles. Nem uma composição Lennon/McCartney. O que se trata é um monte de asneiras, frases soltas, colagens, gemidos, gritos, etc., que a dupla John e Yoko produziu... e deu nisso.

O curioso é que John achou um sentido para ela: “Ela retrata o quadro de uma Revolução".

Paul, que estava nos EUA quando ela foi feita (na verdade ele deu uma escapada, para não participar daquilo) ficou decepcionado com sua inclusão no álbum (nós fãs, também!), especialmente porque ele vinha fazendo colagens sonoras em sua casa desde 1966 e percebeu que John passaria a ser visto como um inovador (Paul, Paul... muita maconha, meu irmão!!!).

É, sem sombra de dúvida, o ponto baixo (mas baixo, muito baixo) do disco e da carreira dos Beatles, que poderiam ter passado sem esse lixo, comparável apenas com a inexplicável “You know my name (look up the number)”, motivo de postagem mais para frente.

Simplesmente horrorosa. A única “música” dos Beatles que ouvi apenas uma vez e, quando estou ouvindo o disco e quando está acabando “Cry Baby Cry” levanto-me do sofá, abro a tampa do toca discos, subo o braço e... pulo para...




GOOD NIGHT

John escreveu esta para Julian como uma canção de ninar, assim como, doze anos depois escreveu “Beautiful Boy” para Sean.

Trata-se da canção mais melosa que John escreveu.

Julian não sabia que o pai havia escrito uma canção para ele até 2009. Isso provavelmente se deve ao fato de seus pais terem se separado poucas semanas depois de sua composição.


É, Paul... estava quase acabando...

Ontem fez 38 anos da “morte” de John. O que você estava fazendo neste dia? Aonde você estava?

Recordo-me muito bem deste dia, 8 de dezembro de 1980. Mas é assunto para uma futura postagem...

Na próxima, vamos falar dos 50 anos do Opala e de um assunto indigesto, mas digno 
de registro: Os 50 anos do Ato Institucional nº 5.



Saudações Beatlemaníacas e Decacampeoníssimas,




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