Domingo passado - 2 de outubro de 2016, foi o dia em que
reiteramos o que verdadeiramente somos.
Projetos, pessoas... Há séculos que o Brasil
se debate entre o novo-velho e o velho-novo.
Passada esta semana, dei-me um tempo para
melhor refletir no que aconteceu, de verdade (talvez uma pobre verdade, porque
minha), nas eleições municipais que ocorreram. E, perguntei-me o porquê eu
estaria a refletir em coisas que, para mim, não fariam mais sentido. Algumas
coisas ainda me fazem sentir; algumas percepções do momento em que passamos
estão, de certa forma e medida, mexendo comigo. Deveriam? Que tipo de
construção íntima realizei, durante algum tempo, para que a política ainda
exerça determinadas influências em minha vida? Digo-lhes “política” na acepção
da palavra, e não à “política” que vulgarmente se conhece e se “discute”,
mormente em período eleitoral. Mas, ao mesmo tempo, por que essa “política” em
hora eleitoral (e porque eleitoreira) ainda me instiga a escrever a vocês, que
me leem?
O meu comportamento e o comportamento da
sociedade, em geral, é expresso, também, nas urnas. Esta é uma conclusão. Por
que nos comportamos assim? É uma pergunta que ainda não se tem resposta. Por
que nos expressamos somente nas urnas?
Até quem não gosta da política e da “política”
acaba expressando-se, não somente nas urnas, mas também – e em grande parte em
razão delas – de todas as formas. E a “internet”, através das redes sociais
(como se precisássemos disso) virou o palco dos palpites, que antes eram feitos
em praça pública – como o é, ainda, aqui no interior, sem abstenção da outra.
Penso, então, que, hoje, há uma outra forma de
expressar-se a opinião política e, claro, a outra, a “política”. Quando eu
militava politicamente – isso, lá pelos idos do final dos anos 1980 e até a
metade dos 1990 – não imaginava que tudo isso ganharia novas proporções e novas
reflexões.
Naquela época isso tudo era feito, ainda, nas
ruas. E o fenômeno do “marketing” eleitoral tomou corpo (e alma) quando eu não
mais via possibilidades de construções de estruturas (daqui a pouco a gente
conversa sobre isso) capazes de transformar a realidade das pessoas - que mais precisam -, pois, muitas há que
não precisam ser suas realidades transformadas, ou porque não querem, ou porque
não possuem, ainda, o verdadeiro “preparo”, a estrutura necessária para
modificar-se, e modificar o meio em que vivem.
Hoje, contudo, a coisa é bem diferente. As
opiniões e as informações e as deformações correm feto água, aos quatro cantos.
A rua não alcança. Fico imaginando o cérebro da propaganda nazista - Goebbels, um dos primeiros marqueteiros da
era moderna – com uma “internet” em suas mãos... Não que não hajam vários
Goebbels, soltos por aí... Com suas velhas ideias e métodos...
Objetivamente, o país – e o mundo - passa por
um período que penso ser mais reflexivo do que ativo, muito embora a roda da
História, com seu giro implacável, insistir a mostrar-nos o caminho do
pessimismo e de nova destruição.
E é nessas reflexões que quero falar.
Allan Kardec, sabiamente, em “A GÊNESE” e em
“OBRAS PÓSTUMAS”, já nos apontava para esse período – inexorável – para todos
nós, espíritos ligados ao planeta: trata-se justamente desse período, em que as
transformações do planeta começam a acontecer – de um mundo de expiação e de provas
para um mundo regenerador. Entretanto, muita gente anda se confundindo com isso
e achando que tais “mudanças” (digo-lhes... O que realmente muda?)
político-eleitorais significam exatamente este “sinal”. Peço-lhes desculpas por
qualquer mal entendido, mas, como diriam outros, “uma coisa é uma coisa; outra
coisa, é outra coisa”. Penso que muitos
que assim raciocinam – peço desculpas, novamente – NÃO LERAM, nem uma, e nem a
outra obra citada; e, quando muito, se leram, fizeram tais leituras
descontextualizadas, isto é, quando “retiramos” determinados trechos de
determinados livros e os colocamos fora do contexto em que o autor se expressou,
para, na maioria das vezes, justificarmos aquilo que pensamos, fazemos ou
queremos. Não é por aí...
Esse período em que estamos passando, no
planeta, é um período de TRANSFORMAÇÃO, EVOLUÇÃO e não de VOLTA AO PASSADO, como
querem muitos (isto não sou eu quem diz, mas as “urnas disseram”... Vejam os
mapas eleitorais, disponíveis no “site” do TSE, que não me fazem mentir). E
esses períodos, também, SÃO CÍCLICOS, já que a evolução NÃO TEM FIM. Quando
lhes digo isso é para que reflitamos em cima disso: nada, absolutamente nada
fica estático na natureza. O planeta e seus habitantes não poderiam deixar de
serem iguais...
Significa dizer, então, que eleição, expressão
de idéias, sentimentos, não significam, não traduzem, necessariamente, EVOLUÇÃO
E TRANSFORMAÇÃO, nem do planeta, nem dos espíritos. Significam apenas o que
elas são, por si sós.
Esta foi uma das coisas que vi e ouvi por
entre esses dias – de reflexão. Lamento, mas lamento muitíssimo quem assim
pensa – e não são poucos, mas, recomendo uma leitura ATENTA e desprovida de
pré-conceitos das citadas obras e, SOBRETUDO, da parte QUARTA de O LIVRO DOS
ESPÍRITOS, também tão pouco lido (que dirá estudado), infelizmente, por muito
de nossos confrades...
Muito bem. Esta foi a minha primeira impressão
desses dias... Desde as manifestações de 2013 – acho que já escrevi sobre, em
outra postagem... Deem uma olhadela, por gentileza – passando pelo GOLPE DE
ESTADO (sim, é... É GOLPE DE ESTADO. Até quem proporcionou o golpe já o
admitiu, publicamente) em curso no país e culminando nas eleições municipais de
domingo passado...
Outro aspecto, não menos importante, é o que
se costumou a dizer, quando “mudanças grandes” (grandes mudanças é outra coisa)
ocorrem num determinado período da História, de um povo, de um país: que
determinados costumes mudaram e, no nosso caso específico, que determinada
prática política a população não mais tolera, daí “o recado das urnas”, como
dizem os “experts” da televisão (viciada, como sempre, em defender seus
próprios interesses, que não significam, na maioria das vezes, os interesses da
população); tais “experts” são escolhidos “a dedo” pelos donos das emissoras,
para expressar justamente a opinião do dono delas (estarei enganado? Fosse você
dono de uma emissora, o que você faria? Expressaria contrariedades aos seus
interesses e opiniões?). Dentro do rol de “experts” encontram-se desde o
jornalista, “cientistas políticos”, passando até pelos próprios políticos, que
tem vez e voz, na medida em que se coadunam – claro! – com a opinião do veículo
em que podem podem expressar-se. Algumas candidaturas, por exemplo, tiveram que
conseguir na Justiça o direito de participar dos debates entre os
candidatos... Para refletirmos...
Deem-me mais um tempo – não precisa muito,
para vermos se, com os eleitos, as velhas práticas políticas, que supostamente
estarão no passado, farão parte realmente do passado. As velhas práticas
políticas, personificadas nos velhos políticos, que supostamente a população
“varreu” das urnas... Será?
Isso para refletirmos em mais um novo aspecto:
O REFLEXO. Sim. Torno a dizer o que já disse algures: nossa representação
política é o nosso ESPELHO: igualzinha a nós. Apenas “depositamos” (ou
clicamos) nas urnas aquilo que somos, no íntimo. E aí, abrimos para mais uma
reflexão: as manifestações de 2013, o GOLPE DE ESTADO e as eleições que
ocorreram fazem parte de um só todo: o povo brasileiro, em grande parte,
mostrou-se tal qual é e os reflexos disso serão sentidos no conjunto social,
como num todo, neste momento e doravante. Percebam que estamos voltando, de
certa forma, lá no começo. Do texto e da História. “A História se repete, ora
como tragédia, ora como farsa”, disse Marx. Sem descontextualizar...
Isso para dizer que quando reclamamos da nossa
representação, reclamamos de nós mesmos: se sórdida, é porque a sociedade é
sórdida; se altruísta, somos altruístas, e fazemos por assim nos representar.
Digo-lhes quanto ao conjunto, isto é, socialmente representados. Porque ninguém
vive ou caminha sozinho, como logo colocaremos.
Outro aspecto, também, deve ser considerado:
as pessoas, no Brasil especificamente, tendem a PROJETAR suas vidas nas pessoas
que elas pensam ser “bem sucedidas” (na vida material): isso se explica, em boa
parte, porque o pobre vota no rico e nas suas propostas de prosperidade
(material), sucesso, etc. Fazem o mesmo com os artistas de televisão, as
personalidades, sempre sorridentes, que demonstram ter uma felicidade
inesgotável. A vida que gostariam de ter está personificada nessas figuras, nos
lugares que frequentam, nas roupas que usam, no que comem, na magreza e/ou
corpos atléticos (sempre brancos) que exibem, nos automóveis que possuem, nas
satisfações sexuais que supostamente experimentam... E não somente os pobres
fazem isso, mas também muita gente que não pode ser classificada como tal. E é
por isso que existem as chamadas “classes médias”, que possuem um pouco mais de
acesso a tudo isso, iludidas que estão, quanto à sua condição, ainda inferior,
na “escala social”, com podemos dizer, e que sequer tem a noção da verdadeira
natureza da riqueza material, de como ela se estrutura na sociedade e quem
verdadeiramente faz parte dela, que existe, e em qualquer sociedade.
Fazem uso recorrente de uma nova palavrinha,
muito em voga, por aqui, mas velha, muito, mas muito velha: meritocracia,
traduzida e batizada historicamente no individualismo, isto é, “você conquista
pelos seus próprios méritos”, e que todos serão ricos e prósperos, se assim
procederem, o que pressupõe, necessariamente, liberdade - sem igualdade e
fraternidade, o que “de per si” colide
com as divisas que o próprio Kardec nos traz nas obras citadas. Sim, nessa estrutura
social o ser é livre... Até onde permite sua condição FINANCEIRA, para fazer ou
deixar de fazer.
Tal contradição, dentro da lógica do sistema
também foi exposta, tanto pela Teologia da Libertação – doutrina da Igreja
Católica que procura trazer os aspectos mais relevantes da passagem do Cristo
para a realidade dos católicos - , quanto pelos pensadores mais relevantes do séc.
XX, tais como Max Weber, em sua obra “A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo”, que também aponta, com muita propriedade, as contradições entre o
referido sistema – em que vivemos – e as posições mais basilares dos primeiros
cristãos, isto é, a velha contradição entre o capitalismo e o cristianismo... É bem aquela música, que diz, com propriedade... “... somos burgueses sem religião...”.
Não vou entrar no mérito dessas contradições;
apenas as coloquei aqui para nossas reflexões. Quem quiser aprofundar-se...
Mas, instiga-me a observar um outro lado da
conjuntura: declarar-se sem religião e “sem política”, para parecer-se POLITICAMENTE
“CORRETO”. Lembro-lhes de que um candidato, na maior cidade do país, venceu as
eleições disparado na frente, em primeiro turno justamente enfatizando seu aspecto de “não
político”, “não da política”, “apolítico”, justamente no mesmo diapasão das manifestações de 2013, onde se "detectou" a crise de representação política.
Sim. os números não mentem e contrariá-los seria loucura. Essa "vitória" foi obtida com cerca de 3 milhões de votos, pouco mais, pouco menos de 1/3 dos eleitores... Somados os brancos, nulos e abstenções, estes vencem o referido candidato em quase 200.000 votos... Num universo de quase 9.000.000 de eleitores e quase 15.000.000 de habitantes... A democracia representativa, então, também está em crise... E não é de hoje... Muito em função justamente por conta desse discurso demagógico e asqueroso de "não político", ou "apolítico", que vem tornando-se a mina de ouro de aventureiros e oportunistas de toda a sorte (não é o caso do referido candidato, que sabe muito bem o que faz e a quem deve servir). A quantidade de insatisfeitos salta aos olhos de qualquer observador menos atento.
Somem-se a isso o voto obrigatório, que soi acontecer em um país pouco afeto à democracia como nosso, fomentando o clientelismo, a compra desenfreada de votos e os sortilégios de toda a sorte.
Isso, sim, é crise de representação!
Não esse discurso rasteiro de "velha política" ou "velhos políticos", que, facilmente os próprios números desmentem tal falácia.
A título ilustrativo, semelhantemente, um outro candidato, nas eleições de 1996 também, a exemplo deste citado, elegeu-se com esmagadora maioria de votos, com igual discurso e sob as mesmas condições dessa conjuntura. Falo às pessoas que não se lembram, ou que não conhecem: Celso Pitta, o próprio. Demais desdobramentos disso vocês que não vivenciaram ou desconhecem podem procurar na “internet” e verificar o que falo. A única diferença é que, naquela ocasião, o candidato referido quase ganhou as eleições no primeiro turno... Por ínfimos 0,3% dos votos... Naquele dia, caiu um baita toró em São Paulo e eu estava fazendo boca de urna para o partido e a nossa candidata - Luíza Erundina, com um guarda chuvas todo furado e espicaçado, vendo as pessoas, em sua maioria, nervosas para "decidirem logo" no primeiro turno e votar no "Pitta", pois teriam que viajar... Naquela época somente quem tinha muito dinheiro - há 20 anos!- podia dar-se ao luxo de viajar num feriado, e as eleições "caíram" no meio de um. Não era como hoje, que se estabeleceu as eleições no primeiro e no último domingo de outubro.
Sim. os números não mentem e contrariá-los seria loucura. Essa "vitória" foi obtida com cerca de 3 milhões de votos, pouco mais, pouco menos de 1/3 dos eleitores... Somados os brancos, nulos e abstenções, estes vencem o referido candidato em quase 200.000 votos... Num universo de quase 9.000.000 de eleitores e quase 15.000.000 de habitantes... A democracia representativa, então, também está em crise... E não é de hoje... Muito em função justamente por conta desse discurso demagógico e asqueroso de "não político", ou "apolítico", que vem tornando-se a mina de ouro de aventureiros e oportunistas de toda a sorte (não é o caso do referido candidato, que sabe muito bem o que faz e a quem deve servir). A quantidade de insatisfeitos salta aos olhos de qualquer observador menos atento.
Somem-se a isso o voto obrigatório, que soi acontecer em um país pouco afeto à democracia como nosso, fomentando o clientelismo, a compra desenfreada de votos e os sortilégios de toda a sorte.
Isso, sim, é crise de representação!
Não esse discurso rasteiro de "velha política" ou "velhos políticos", que, facilmente os próprios números desmentem tal falácia.
A título ilustrativo, semelhantemente, um outro candidato, nas eleições de 1996 também, a exemplo deste citado, elegeu-se com esmagadora maioria de votos, com igual discurso e sob as mesmas condições dessa conjuntura. Falo às pessoas que não se lembram, ou que não conhecem: Celso Pitta, o próprio. Demais desdobramentos disso vocês que não vivenciaram ou desconhecem podem procurar na “internet” e verificar o que falo. A única diferença é que, naquela ocasião, o candidato referido quase ganhou as eleições no primeiro turno... Por ínfimos 0,3% dos votos... Naquele dia, caiu um baita toró em São Paulo e eu estava fazendo boca de urna para o partido e a nossa candidata - Luíza Erundina, com um guarda chuvas todo furado e espicaçado, vendo as pessoas, em sua maioria, nervosas para "decidirem logo" no primeiro turno e votar no "Pitta", pois teriam que viajar... Naquela época somente quem tinha muito dinheiro - há 20 anos!- podia dar-se ao luxo de viajar num feriado, e as eleições "caíram" no meio de um. Não era como hoje, que se estabeleceu as eleições no primeiro e no último domingo de outubro.
Digno de registro, curioso é notar o eloquente silêncio, quanto a tudo isso, dos "experts", dos "analistas", "cientistas políticos", falando sobre as eleições, no domingo e nos dias que se sucederam...
Ora, todos sabemos que, o ser humano, desde
que retoma as rédeas de sua vida pratica política, opinando e decidindo, sobre
isso ou aquilo, individual ou coletivamente. E por assim fazer, expressa uma
determinada corrente de pensamento na sociedade, que, por sua vez, detém
determinada representatividade nos cargos de direção dos povos, que não se faz
senão através de PARTIDOS POLÍTICOS, que, bem ou mal, queiram as pessoas ou não,
expressam essas mesmas correntes de opiniões.... Partido significa “parte”. Daí, os perigos, dos fenômenos da
massificação de determinados aspectos da política, sem a necessária reflexão e,
claro, sem a necessária oportunidade de obtermos outras opiniões contrárias
àquilo que se expressa como a “verdade”, questão, aliás, basilar de qualquer
democracia... Que ainda é o menos pior regime.
É por isso que as eleições tornaram-se, no
Brasil, um grande CAMPEONATO de TIMES DE FUTEBOL (futebol que também se tornou
um fenômeno de mídia), onde o MEU CANDIDATO, “venceu”... “está na frente”...
Para poder sobrepor-se ao outro, insuflando, ainda mais, o ódio, o orgulho e o
egoísmo no seio social...
Pergunto-lhes: Isso é evolução espiritual?
Pergunto-lhes: Isso é evolução espiritual?
Disse-lhes “candidato”, e não “partido”, pois
o brasileiro, em sua grande maioria, vota no primeiro, e não no segundo... EXCETO se for contra o
segundo, a exemplo dos paulistas e dos paulistanos... e num específico: o PT.
Eis aí um outro aspecto de nossa conversa.
Eis aí um outro aspecto de nossa conversa.
É necessário, porém, que façamos uma
observação: nessas eleições, salvo em alguns lugares do país, a população votou, na maior parte do país, tal qual os paulistas, pelos motivos que iremos colocar mais adiante...
Sim, o PT, partido no qual militei durante 15
anos. Nunca escondi isso de ninguém e não seria agora que iria ficar, digamos,
“em cima do muro”. Não, não sou assim. Antes de o Brasil tornar-se verdadeiro –
e os paulistas também – eu já o era.
O PT e suas contradições, suas brigas, suas
discussões, suas tendências internas (será que ainda existem?), suas
infindáveis e exaustivas reuniões (será que ainda existem?), as cadeiras
voando... as pessoas defendendo a revolução, outras, não, suas idéias, seus
ideais... Será que tudo isso ainda existe, por lá, passado tantos anos que de
lá saí?....
Sabem, às vezes tenho um pouco de saudades
disso tudo... Aprendi muito, por lá e cresci muito. Talvez o grande aprendizado
foi RESPEITAR O OUTRO E A OPINIÃO DO OUTRO (para nós, outros, hoje, “do próximo”,
substancialmente diferente), coisa difícil, hoje, na sociedade em que vivemos,
por conta mesmo dessa “futebolização” da política, já sobredito.
Talvez seja esta a resposta do motivo de eu
estar aqui, utilizando o meu blog para poder tentar entender tudo isso. Pelo o
que eu tenho visto e, sobretudo, sentido, o PT também ainda não entendeu. E nem
tem procurado entender, tamanha é sua soberba stalinista.
Isso nos remete às velhas (aqui entendidas
como AS DE SEMPRE) premissas da esquerda clássica, que o PT sempre fez questão
de rechaçar: a história da luta de classes, no Brasil e do mundo, suas origens,
consequências e atualidade, o que, politicamente, devem ser trazidas à baila em
qualquer discussão política de alto nível que se preze no campo da esquerda (sim,
ainda precisamos rotular, para melhor entendermos); porque justamente é em cima
dessas mesmas discussões que se traçam as estratégias de atuação e de poder de qualquer
grupo esquerdista no mundo: análise da atual conjuntura da luta de classes num
determinado local, país, mundo.
E o PT, “esquecido” disso, foi com tudo,
“botou os pés pelas mãos”, como se diz no populacho, e quase desapareceu, não
fosse ainda sua influência em muitos setores das organizações sociais, ou sua
“base social”, como falamos na política.
Deslumbrado com o poder – e todas as
consequências que lhe são, infelizmente, ainda, inerentes – esqueceu-se (sem
aspas... deliberadamente, mesmo) daqueles outros, os mesmos que eles fizeram
tão bem em
proporcionar-lhes ESPERANÇA , que é tudo o que o ser humano
quer: ter ESPERANÇA...
...No quê?... Vamos refletir sobre isso, mais para frente...
...No quê?... Vamos refletir sobre isso, mais para frente...
Esqueceu-se de SUA MISSÃO HISTÓRICA, isto é, o
motivo pelo qual foi criado: conscientização das pessoas, fazer uma nova
política, diferente de tudo o que havia sido feito no Brasil, etc., isto é, ser o que deveria ser: um partido dos trabalhadores... e de trabalhadores.
Volto-me à primeira necessidade: CONSCIENTIZAÇÃO, a primeira lição de qualquer criatura que aspira ou reconhece-se “de esquerda” e não “da esquerda”, como se diz.
Volto-me à primeira necessidade: CONSCIENTIZAÇÃO, a primeira lição de qualquer criatura que aspira ou reconhece-se “de esquerda” e não “da esquerda”, como se diz.
Para quem não conhece, conscientização é
justamente ABRIR A MENTE das pessoas, para que elas, de cara, PERCEBAM-SE, como
seres humanos, isto é, que elas EXISTEM; depois disso, é preciso que elas TOMEM
CONSCIÊNCIA de que a vida delas NÃO DEPENDE SOMENTE DELAS, que vivem, nascem e
morrem em sociedade, necessariamente, e que TODOS DEPENDEM DE TODOS, e que NÃO
HÁ SOCIEDADE que sobreviva sem isso. Não há estrutura social que sobreviva sem
esse entendimento, isto é, que estamos TODOS LIGADOS, uns aos outros, e que por
isso mesmo, foi-nos dados os sentidos; e que, principalmente, o OBJETIVO DA
VIDA É OUTRO; não é nascer, consumir, procriar e morrer; e que,
fundamentalmente, SOMOS ARQUITETOS DE NOSSO DESTINO, e que, para isso,
precisamos conquistar a LIBERDADE – de sermos senhores e arquitetos de nosso destino.
Sim, LIBERDADE, conquista-se. Não nos é dada de mão beijada. E, dentro do conceito e definição de LIBERDADE, está contido o rompimento de todos os atavismos que nos prende às nossas “necessidades”, ou "desejos", sempre criadas pelo próprio sistema em que vivemos (porque sem elas ele morre): o tal FETICHE DA MERCADORIA (bens de consumo), onde se inclui também o ser humano como um bem a ser vendido e consumido, que Karl Marx observou muito bem.
Sim, LIBERDADE, conquista-se. Não nos é dada de mão beijada. E, dentro do conceito e definição de LIBERDADE, está contido o rompimento de todos os atavismos que nos prende às nossas “necessidades”, ou "desejos", sempre criadas pelo próprio sistema em que vivemos (porque sem elas ele morre): o tal FETICHE DA MERCADORIA (bens de consumo), onde se inclui também o ser humano como um bem a ser vendido e consumido,
O PT achou, então, durante todo esse tempo,
que bastava a manutenção dessas estruturas – mais velhas, no mundo, do que
“andar para frente” - , e que tudo iria dar certo e eles ficariam DEITADOS ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO ,
“dando as cartas”, aqui, acolá e que, de repente, essa história de luta
de classes, no Brasil, não era verdade, e que os mais pobres estariam satisfeitos, insuflando-lhes a moda do consumo desenfreado; e os mais ricos, também, com seus nacos de poder pútrido e viciado, observando tudo e deixando os de baixo ascenderem socialmente...
Veio a periferia das grandes cidades, seu
berço, sua estrutura política e eleitoral e, durante esses anos, entrou “de cabeça” nisso tudo, isto é, comprou celulares, TV de
led, automóveis, encheram carrinhos de supermercado, chegaram a um curso superior, tiveram uma profissão, viajaram de
avião, deixaram de ser domésticas e pedreiros e, consequentemente, de servir
aos seus senhores.
E, por outro lado, com suas concessões, em nome da “governabilidade”, através de uniões e práticas espúrias, justamente com aquela velha política e àquelas velhas práticas, achou também que agradava a esses mesmos setores da sociedade - os de cima - , viciados há séculos com o “modus operandi” do poder no Brasil.
Essa estrutura sufocou-o e embriagou-o de tal forma que eles se acreditaram fazer parte dessa mesma estrutura – corrupta e abjeta – que, repito, HÁ SÉCULOS GOVERNA O BRASIL. É desta análise – REAL E OBJETIVA - que o PT se furtou, a todo tempo, e a todo custo. Pensou que era elite e sonhou ser ela... O tempo todo... E que ela ia ficar quietinha, sem domésticas, pedreiros, vassalos, criadagem; vendo seus filhos rentear vagas em Universidades, em aviões para o exterior com os filhos dos pobres e negros... E amanheceu sem nada: sem suas principais bases sociais, sem seus princípios éticos (sim, tinha-os), filosóficos e políticos... e, claro, culminando na perda de seu naco de poder...
O PT não só perdeu o poder (político), mas também, perdeu-se: nenhum candidato do partido, pelo menos os mais relevantes, veio a público para denunciar, por exemplo, com medo de perder votos, o golpe de Estado que a população e a democracia sofreram... Votos daquela mesmíssima "classe média" sobredita, que absolutamente nunca o teve por opção ou por escolha livre, ao contrário, sempre procurou, de todas as formas, sabotá-lo e determinar o seu fim (chegando a ponto, inclusive, de sabotar as próprias cidades em que governavam, como na administração da Luíza Erundina, p. ex., quando pagaram verdadeiros meliantes para rasgar sacos de lixo nas marginais, para imputar à cidade de São Paulo com a pecha de suja) - , como ainda ansiosamente e de forma sistemática objetivam. Nenhum deles se identificou com o símbolo, com a bandeira e com os dizeres que os remetem ao partido... Perderam, inclusive, suas próprias referências, objetivando sempre o velho jogo eleitoral (de cartas marcadas, sabemos), como um fim em si, com seu jeito caolho de ler da correlação de forças na sociedade em que vivemos, e, o que é pior, afastando-se das ruas, imantados que estão em seus gabinetes... até 31/12/2016....
E, por outro lado, com suas concessões, em nome da “governabilidade”, através de uniões e práticas espúrias, justamente com aquela velha política e àquelas velhas práticas, achou também que agradava a esses mesmos setores da sociedade - os de cima - , viciados há séculos com o “modus operandi” do poder no Brasil.
Essa estrutura sufocou-o e embriagou-o de tal forma que eles se acreditaram fazer parte dessa mesma estrutura – corrupta e abjeta – que, repito, HÁ SÉCULOS GOVERNA O BRASIL. É desta análise – REAL E OBJETIVA - que o PT se furtou, a todo tempo, e a todo custo. Pensou que era elite e sonhou ser ela... O tempo todo... E que ela ia ficar quietinha, sem domésticas, pedreiros, vassalos, criadagem; vendo seus filhos rentear vagas em Universidades, em aviões para o exterior com os filhos dos pobres e negros... E amanheceu sem nada: sem suas principais bases sociais, sem seus princípios éticos (sim, tinha-os), filosóficos e políticos... e, claro, culminando na perda de seu naco de poder...
O PT não só perdeu o poder (político), mas também, perdeu-se: nenhum candidato do partido, pelo menos os mais relevantes, veio a público para denunciar, por exemplo, com medo de perder votos, o golpe de Estado que a população e a democracia sofreram... Votos daquela mesmíssima "classe média" sobredita, que absolutamente nunca o teve por opção ou por escolha livre, ao contrário, sempre procurou, de todas as formas, sabotá-lo e determinar o seu fim (chegando a ponto, inclusive, de sabotar as próprias cidades em que governavam, como na administração da Luíza Erundina, p. ex., quando pagaram verdadeiros meliantes para rasgar sacos de lixo nas marginais, para imputar à cidade de São Paulo com a pecha de suja) - , como ainda ansiosamente e de forma sistemática objetivam. Nenhum deles se identificou com o símbolo, com a bandeira e com os dizeres que os remetem ao partido... Perderam, inclusive, suas próprias referências, objetivando sempre o velho jogo eleitoral (de cartas marcadas, sabemos), como um fim em si, com seu jeito caolho de ler da correlação de forças na sociedade em que vivemos, e, o que é pior, afastando-se das ruas, imantados que estão em seus gabinetes... até 31/12/2016....
Esqueceram-se da luta de classes; que as
pessoas tem interesses divergentes na sociedade; que esses interesses NÃO SE
MISTURAM, ao contrário de que muita gente pensa, ou sonha (capital e trabalho);
e, como diria uma política do nordeste, muito coerente e contemporânea,
“lambuzou-se no banquete farto do poder”. Demonstrou,
isto, sim, a velha prática stalinista, tão mesquinha, ignorante e burra quanto
ao seu mentor, de ter o poder pelo poder e de cooptar as pessoas que pensam
diferente, ora pagando, ora “apagando” - esta última, graças à Deus, não
chegaram a fazer. Hoje, muitos que lá estão, nem sabem o que isso significa e o
que significou não só para o mundo e para a História, mas também para a
esquerda – verdadeira e democrática.
Não. Não se assustem. Quando falo em LUTA DE CLASSES , não se
assustem. Estou sendo MÓDICO, na expressão. O que se viu, aqui em São Paulo e em grande
parte do Brasil, durante todo esse tempo, foi, sim, um ACIRRAMENTO dessa luta
de classes, com ímpetos de rompimento entre amizades, pessoas, Estados
brasileiros, cujo término está, ainda, muito longe de chegar, com suas consequências
imprevisíveis, do ponto de vista da organização social.
Iniciou-se e continua sendo um período em que se disseminou um ódio ferrenho, tanto de classe, quanto com relação aos indivíduos. Esse ódio, latente em nós durante séculos apenas foi despertado por essa massificação de informações e deformações (quem conhece a verdade das coisas?), com essa mistura do "meu time" e do "meu candidato", insuflando as más paixões que ainda predominam em na nossa natureza animal.
Qualquer opinião - como esta que lhes endereço - contrária ou mesmo que pontua esse ou aquele porém, dentro desse verdadeiro massacre que houve - e continua - , que imputa a esse grupo político como "os únicos ladrões", ou "inventores da corrupção", é tida como se nós, que temos essas opiniões contrárias a esse quase uníssono, porque não formamos opinião, nem com a "maioria", nem muito menos com a mídia de imprensa que sabemos tem seus interesses e manipula as informações de acordo com esses mesmos interesses, é tida como se nós estivéssemos e fizéssemos parte das mazelas administrativas praticadas por esses indivíduos, que a História dirá, se são ou não culpados ou inocentes.
E, como o ódio é cego "esquecem-se" que, também, seus "candidatos" e seus "partidos" igualmente chafurdam no lodaçal da malversação dos recursos públicos, de há muito tempo. Então, tornou-se aquilo que conversamos com algumas pessoas, de que "o meu ladrão favorito" pode roubar, mas o "PT", não, o PT não pode roubar. Percebam que a grita longe está de ser contra a corrupção, a favor da moralidade e da boa gestão dos recursos públicos. Digo-lhes isso, para que possamos entender que isso faz parte da história da luta de classes no mundo. Adolf Hitler subiu ao poder na Alemanha - PELO VOTO - justamente com esse tipo de discurso, de ódio e de falso moralismo (para nós outros, os velhos fariseus de sempre); Bennito Mussolini, também.
Que EVOLUÇÃO, pergunto, é esta? Que RENOVAÇÃO é esta? Que VALORES são estes?
A propósito, Victor Hugo, em sua obra PÁRIAS EM REDENÇÃO*, livro editado pela FEB - Federação Espírita Brasileira, vem trazer a nós todo o perigo dessa disseminação de ódio e rancor e o quanto isso é pernicioso. Tenho dito que o ódio nada constrói e tudo o que supostamente é construído por ele, destrói-se por si só.
Vamos abrir um parênteses na nossa conversa, para entendermos o que referido autor nos traz, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco:
"O ódio é semente de destruição, que ressuda tóxico corrosivo a aniquilar interiormente. Aqueles que não alcançados pelas suas nefandas e morbíficas destilações de tal forma se impregnam que somente o mergulho em novas formas carnais consegue diminuir a mortífera emanação. Desenvolvível no homem, por processo de educação deficitária, desde a mais tenra infância, na qual se injetam os germes do egoísmo, da prepotência, da vaidade, muito facilmente medrarão os princípios da ira, que se transforma em rancor, logo tenham desconsiderados seus propósitos inferiores. Em toda parte, os semens do ódio se encontram latentes, considerando-se que na Terra, ainda, a força do instinto predomina sobre as manifestações da inteligência e do sentimento, numa conspiração formal contra a evolução do ser e sua consequente libertação das amarras primitivas.".
"Enquanto predomina a natureza animal, em detrimento da natureza espiritual, o homem se aventura na posse indébita dos favores transitórios e promove a guerra, exteriorizando os princípios selvagens que ainda vigem no seu ser. A impiedade se manifesta desde cedo, nele, mediante a indiferença pela dor do próximo e, se por acaso é convocado à justiça para selecionar os criminosos, em defesa dos cidadãos probos e corretos, aplica a lei não como correto e processo de reeducação, porém, na forma de punição e vingança, como se a justiça fosse exclusivamente cirurgiã e não processo retificador de educação e disciplina, em que o amor deve preponderar. A violência medra porque há clima propício para rebeldia e o ódio se instala porque encontra reciprocidade na atmosfera moral das criaturas. Quantas vezes, ante as calamidades, as tragédias ou as injustiças de que alguns são alvo, cidadãos pacatos se rebelam, dando vazão a sentimentos que já não se aceitam sequer nos bárbaros?! Quantas pessoa de siso e dedução se revelam vândalos, desde que estejam a sós ou se acumpliciam em malta, instigados por nonadas que lhes açulam as manifestações primárias?! Por essa razão, a paizão de qualquer natureza deve ser motivo de disciplina pelo homem de bem. Nem a indiferença ante a aflição do próximo, nem a exacerbação pelo sofrimento injusto. Moderação é medida preventiva para os estados que a patologia, nos estudos psicológicos, examina como capítulo básico da degenerescência do homem. Quando rutilarem as morigerantes lições do Cordeiro, na Terra, o ódio e seus sequazes baterão em retirada, dando lugar ao clima de amor por Ele preconizado e vivida até a cruz".
*(p 88/89, 2ª ed., RJ, 1976).
Por isso que lhes chamo a atenção, que POLÍTICA é coisa séria... Assim como futebol deveria ser, mas não é. Mas são a água e o óleo: NÃO SE MISTURAM E NÃO DEVEM MISTURAR-SE.
Iniciou-se e continua sendo um período em que se disseminou um ódio ferrenho, tanto de classe, quanto com relação aos indivíduos. Esse ódio, latente em nós durante séculos apenas foi despertado por essa massificação de informações e deformações (quem conhece a verdade das coisas?), com essa mistura do "meu time" e do "meu candidato", insuflando as más paixões que ainda predominam em na nossa natureza animal.
Qualquer opinião - como esta que lhes endereço - contrária ou mesmo que pontua esse ou aquele porém, dentro desse verdadeiro massacre que houve - e continua - , que imputa a esse grupo político como "os únicos ladrões", ou "inventores da corrupção", é tida como se nós, que temos essas opiniões contrárias a esse quase uníssono, porque não formamos opinião, nem com a "maioria", nem muito menos com a mídia de imprensa que sabemos tem seus interesses e manipula as informações de acordo com esses mesmos interesses, é tida como se nós estivéssemos e fizéssemos parte das mazelas administrativas praticadas por esses indivíduos, que a História dirá, se são ou não culpados ou inocentes.
E, como o ódio é cego "esquecem-se" que, também, seus "candidatos" e seus "partidos" igualmente chafurdam no lodaçal da malversação dos recursos públicos, de há muito tempo. Então, tornou-se aquilo que conversamos com algumas pessoas, de que "o meu ladrão favorito" pode roubar, mas o "PT", não, o PT não pode roubar. Percebam que a grita longe está de ser contra a corrupção, a favor da moralidade e da boa gestão dos recursos públicos. Digo-lhes isso, para que possamos entender que isso faz parte da história da luta de classes no mundo. Adolf Hitler subiu ao poder na Alemanha - PELO VOTO - justamente com esse tipo de discurso, de ódio e de falso moralismo (para nós outros, os velhos fariseus de sempre); Bennito Mussolini, também.
Que EVOLUÇÃO, pergunto, é esta? Que RENOVAÇÃO é esta? Que VALORES são estes?
A propósito, Victor Hugo, em sua obra PÁRIAS EM REDENÇÃO*, livro editado pela FEB - Federação Espírita Brasileira, vem trazer a nós todo o perigo dessa disseminação de ódio e rancor e o quanto isso é pernicioso. Tenho dito que o ódio nada constrói e tudo o que supostamente é construído por ele, destrói-se por si só.
Vamos abrir um parênteses na nossa conversa, para entendermos o que referido autor nos traz, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco:
"O ódio é semente de destruição, que ressuda tóxico corrosivo a aniquilar interiormente. Aqueles que não alcançados pelas suas nefandas e morbíficas destilações de tal forma se impregnam que somente o mergulho em novas formas carnais consegue diminuir a mortífera emanação. Desenvolvível no homem, por processo de educação deficitária, desde a mais tenra infância, na qual se injetam os germes do egoísmo, da prepotência, da vaidade, muito facilmente medrarão os princípios da ira, que se transforma em rancor, logo tenham desconsiderados seus propósitos inferiores. Em toda parte, os semens do ódio se encontram latentes, considerando-se que na Terra, ainda, a força do instinto predomina sobre as manifestações da inteligência e do sentimento, numa conspiração formal contra a evolução do ser e sua consequente libertação das amarras primitivas.".
"Enquanto predomina a natureza animal, em detrimento da natureza espiritual, o homem se aventura na posse indébita dos favores transitórios e promove a guerra, exteriorizando os princípios selvagens que ainda vigem no seu ser. A impiedade se manifesta desde cedo, nele, mediante a indiferença pela dor do próximo e, se por acaso é convocado à justiça para selecionar os criminosos, em defesa dos cidadãos probos e corretos, aplica a lei não como correto e processo de reeducação, porém, na forma de punição e vingança, como se a justiça fosse exclusivamente cirurgiã e não processo retificador de educação e disciplina, em que o amor deve preponderar. A violência medra porque há clima propício para rebeldia e o ódio se instala porque encontra reciprocidade na atmosfera moral das criaturas. Quantas vezes, ante as calamidades, as tragédias ou as injustiças de que alguns são alvo, cidadãos pacatos se rebelam, dando vazão a sentimentos que já não se aceitam sequer nos bárbaros?! Quantas pessoa de siso e dedução se revelam vândalos, desde que estejam a sós ou se acumpliciam em malta, instigados por nonadas que lhes açulam as manifestações primárias?! Por essa razão, a paizão de qualquer natureza deve ser motivo de disciplina pelo homem de bem. Nem a indiferença ante a aflição do próximo, nem a exacerbação pelo sofrimento injusto. Moderação é medida preventiva para os estados que a patologia, nos estudos psicológicos, examina como capítulo básico da degenerescência do homem. Quando rutilarem as morigerantes lições do Cordeiro, na Terra, o ódio e seus sequazes baterão em retirada, dando lugar ao clima de amor por Ele preconizado e vivida até a cruz".
*(p 88/89, 2ª ed., RJ, 1976).
Por isso que lhes chamo a atenção, que POLÍTICA é coisa séria... Assim como futebol deveria ser, mas não é. Mas são a água e o óleo: NÃO SE MISTURAM E NÃO DEVEM MISTURAR-SE.
Num primeiro momento, esses elementos
fomentaram tamanha discussão – direcionada, ainda, no calor das paixões
futebolísticas – que os mais sensatos não conseguiram tirar uma boa lição disso
tudo. Acho que podemos vislumbrar essas boas lições, para todos nós. Pelo
menos, tudo ficou às claras, para todos nós: “reis”, “rainhas” e vassalos
ficaram NUS, uns diante dos outros: todos sabem o que todos pensam a respeito
de como queremos as coisas. É mais honesto, assim, penso. Para o bem, ou para o
mal, o PT teve (e, aviso-lhes, talvez ainda tenha) o seu papel nisso tudo e não
chegou ao (parte) do poder à toa, ou por força de determinada circunstância.
Chegou porque deveria chegar. E, saiu, também - nas urnas, e não no GOLPE DE
ESTADO, ilegítimo, por si só – porque deveria sair. Assim como os outros, que
VOLTAM: tem, agora, a vez de VOLTAR (muitos nunca saíram!) e sairão, também, da
mesma forma.
Entretanto, não digo que as pessoas, por conta
de tudo o que aconteceu, estão mais, digamos, atentas e participativas, como
muitos proclamam solenemente. A percepção que se tem é que, com as facilidades
de troca de informações – e deformações – houve, sim uma ação incisiva, uma
reação quanto a tudo isso. Mas, se entrarmos no cerne desta reação veremos qual
ou quais são os móveis que a propiciaram e, pela “voz das urnas” certamente, o
que se vê, torno a dizer, é mais um capítulo da luta de classes no Brasil, já
exaustivamente colocado acima.
Muitas, mas muitas delas, mesmo, irritam-se
com a possibilidade de outros seres humanos terem uma vida digna, de poderem
participar do processo social sem serem subservientes, indolentes, objetos
dóceis e necessários à determinadas situações e condições (é a isto que
chamamos “luta de classes”, ou a dominação do ser humano sobre outro). É
compreensível, dentro de uma sociedade estruturada na base do egoísmo, do
orgulho, do individualismo e do despeito, tal qual a nossa. O que precisam
entender é SERMOS DONOS DO NOSSO DESTINO, LIVRES, FRATERNOS E SOLIDÁRIOS É O
DESTINO DE TODOS NÓS. INEXORAVELMENTE, queiram elas ou não. Este dia virá, pode ser hoje,
pode ser amanhã. Mas não escaparemos, e TODOS terão a ESPERANÇA e o direito de
serem felizes. Não há chegar a Deus – que é o objetivo de todos nós – senão em
vida social (e não em REDE
SOCIAL ). Ninguém chegará às culminâncias da evolução
espiritual SOZINHO. Tirem essa ilusão de vocês, se vocês a tem. Fosse deste
modo, Deus criaria um planeta para cada ser existente, o que a lógica racional
contradiz, a despeito de muita gente ainda achar que Deus criou o planeta
somente para elas...
E que, jamais teremos o mesmo nível de vida a
que muitos almejam: o padrão de consumo (que confundem com nível de vida) dos
norte-americanos. Seriam preciso 5 (cinco) planetas terras, em recursos, para
que todos, todos os 7 (sete) bilhões de habitantes pudessem viver desse modo.
Portanto, estamos um pouco distante, ainda, de um mundo de regeneração, que se
está a ser construído, e não a esperar “anjos” e “arcanjos”, como num passe de
mágica, modificar as coisas por aqui. Não. Não tentem por aí que a coisa não
funciona desse modo. Não deixem se levar pelas ilusões da matéria e pelas
conversas, por aí, de alguns incautos, de que somente “eu”, que sou “bonzinho”
e “não faço mal (a quase ninguém) é que vou me salvar”, e os outros, que “não
são pessoas de bem” irão chafurdar e pagar suas torpezas lá no inferno... ou no
umbral... E, também, como num passe de mágica, Deus “vai dar um sumiço” nessa
turma toda e irão desaparecer do Universo... E só irão ficar nós, “os
bonzinhos”...
Vamos, sim, reencarnar quantas vezes forem
necessárias e se, pela lei de afinidades, reencarnamos num mesmo grupo social,
então...
Eleição, então, é um momento. Triste, para alguns,
feliz, para outros. Tomara esteja você, que me lê, feliz por outros motivos;
triste, também por outros motivos, que não de uma eleição, com eu já estive,
triste ou feliz, por conta de uma simples eleição. Adquiri até uma gastrite,
por conta disso. Isso é muito ruim. Não lhe desejo isso. Aprendi, a duras
penas, a ser feliz, independentemente das circunstâncias. Mesmo vendo as
pessoas passarem fome; sem ter onde morar; mesmo vendo a iniqüidade prevalecer;
mesmo vendo as injustiças acontecerem; mesmo vendo o sofrimento moral de muita
gente; mesmo vendo a solidão de muitos; mas aprendi, não a duras penas, mas
aprendi, sinceramente, que se trata de um momento transitório, e que todos nós
seremos felizes, ainda aqui, na terra; não totalmente felizes, por que, aqui,
isso não nos é possível: requer-se um estado permanente de felicidade, somente
granjeado pelos Espíritos puros, que é o nosso destino. E jamais poderemos ser
plenamente felizes, enquanto tudo isso, ainda, permanecer, por entre nós. Todos
nós precisamos modificar-nos, isto é fato. Mas o mundo também precisa. E ele
não é nosso destino, nosso fim, senão apenas um momento da nossa Existência,
dentro da Eternidade. Acreditem. Nós conseguiremos.
Mês que vem vamos tentar falar um pouco do
final de 1966, de suma importância para o rock e para os Beatles, que, há 50
anos, começavam a criar o maior disco da história...
Até breve, e um forte abraço ao meu amigo
André Okuma, que me inspirou a escrever sobre essas coisas... E minha esposa, que esperou eu digitar esse "textão". Estava mesmo
precisando, principalmente descobrir porque isso tudo ainda mexe comigo. Ah, a
política... Tomara finalmente tenha superado tudo isso dentro de mim, já que a
política partidária foi embora há muito tempo. Ainda bem. Acho que isso faz
mais mal do que bem, para mim. Vamos aguardar esses processos internos.
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