domingo, 5 de fevereiro de 2012

AS FAMIGERADAS SACOLAS PLÁSTICAS

Um grande abraço fraternal a todos que me acompanham.

Depois de um descanso - merecido - e de férias maravilhosas, que passei ao lado de minha esposa, no litoral - este merecerá de nossa parte uma blogagem especial, em breve, pelas mesmíssimas razões desta blogagem -, voltamos para discutirmos acerca do assunto que dominou, pelo menos um pouco, a atenção das pessoas neste início de ano, menos pela questão ecológica em si, mas, infelizmente, MAS MUITO MAIS PELA COMODIDADE que, quando CUTUCADA, dá o que falar.

Vamos lá.

"O mundo produz sacolas plásticas desde a década de 1950. Como não se degradam facilmente na natureza, grande parte delas ainda via continuar por mais de 300 anos em algum lugar do planeta. Calcula-se que até 1 trilhão de sacolas plásticas são produzidas anualmente em todo o mundo. O Brasil produz mais de 12 bilhões todos os anso e 80% delas são utilizada uma única vez.

"Ah, que pena! As sacolinhas fazem-nos tão bem!!!"...

Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros causando enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos mortos por sufocamento.

"Que nada, seu ecologista comunista... É apenas uma tartaruguinha consumista e capitalista..."


Várias redes de supermercados do Brasil e do mundo já estão sugerindo o uso de caixas de papelão e colocando à venda sacolas de pano ou de plástico duráveis para transportar mercadorias.

Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas tem um custo incalculável para o meio ambiente." Fonte: Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

Tocando de leve o assunto, o problema é, como sempre, mais de fundo do que de forma.

Visceralmente, a discussão que se formou em torno disto foi, como era de se esperar, "para inglês ver", como tudo o que acontece num sistema baseado no consumo desenfreado e inconsequente como o nosso, o capitalismo. É. O buraco é mais, MAS MUITO MAIS MESMO, BEM MAIS FUNDO... (isso se estiver cheio de sacolinhas e outras "cossitas más"...).

Nós não vamos discutir aqui se quem lucrou mais, com esta medida AUTORITÁRIA do Estado, de simplesmente PERMITIR LEGALMENTE QUE SE USE SACOLAS, DESDE QUE AS COMPREMOS, o que, na prática, foi o que aconteceu... porque, quando o Poder Público tentar disciplinar coercitivamente (lei), aquilo que ELE MESMO DEVERIA ENSINAR, E DAR O EXEMPLO, acaba usando, como escafandro de um sistema econômico caótico, que ESTÁ MESMO LEVANDO O PLANETA para a bancarrota, uma ideia que, guardadas as devidas proporções, DEVERIA SER UM GRANDE INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIO-AMBIENTAL das consciências, coisa que, convenhamos, absolutamente, hoje, nenhum governo constituído, no mundo, gostaria de implementar. A História mostra isso claramente.

A questão passa tanto pela discussão deste modelo obsceno em que vivemos, onde o lucro e o bem estar de alguns é e sempre será a prioridade, acima de tudo e de todos... Inclusive de Deus, para aqueles que ainda acham que esse sistema tem alguma convergência com a religiosidade (e não religião, no sentido estrito do termo), quanto pela questão moral de um povo, qualquer seja ele.

Seria cômico, não fosse trágico assistirmos à polêmica das sacolinhas sendo travada nos meios de comunicação de massa, dirigido e orquestrado por eles mesmos, bastando uma pequena saída aos "'peg-pags' do mundo" para checarmos, "in loco", a quantas anda a manipulação de uma sociedade baseada nos princípios do "eu" e da "vantagem": dócil, mas mórbida, esperando que os "outros" façam aquilo que todos nós, por princípio, deveríamos, por dever mesmo, fazer... Enquanto o planeta agoniza, aos olhos complacentes e consumistas de todos...

Código Florestal devidamente aprovado nas casas legislativas do país, dentro daquele contexto que nós já sabemos, isto é, totalmente entregue à uma minoria, maquiavelicamente tramado numa daquelas quartas-feiras de jogo decisivo do campeonato tal, ou do capítulo da novela "X": quatro ou cinco decidindo o destino da Natureza em nosso país, como se isso fosse uma discussão meramente  formal e numérica.

Enquanto isto, brincamos de ecologia, discutindo a comodidade/necessidade de sacolinhas de supermercado, “se eu vou ter lugar par por meu lixo” (que faço questão de não reciclar), ou “se vou ou não conseguir levar minha modesta e necessária compra de supermercado). Nada contra o consumo.

Enquanto estas idéias persistirem em nós – pequenos burgueses capitalistas, manipulados – nós não conseguiremos, ao menos, iniciarmos qualquer discussão séria em torno da vida no planeta. Vida de todos.

Viva o capitalismo... Viva o consumismo...
“Tudo se encadeia no Universo, do átomo ao arcanjo”, diz Allan Kardec. Nossa visão, ainda muito estreita, caolha e mesquinha não consegue enxergar o alcance do ensinamento do mestre de Lyon. Achamos que somos seres criados à parte, na Natureza, gozando de egoísticos privilégios e prerrogativas que talvez nem mesmo Deus imaginaria, talvez, um dia, que suas criaturas pensantes, num planeta ainda extremamente subdesenvolvido espiritualmente como o nosso, pudessem chegar a esse ponto. Ou não, por tratar-se mesmo de uma característica de INFERIORIDADE ESPIRITUAL, o atual “stato quo” em que buscamos viver.

Vejam todos vocês que não se trata aqui simplesmente de uma crítica simplória e apaixonada. Não. Sabemos que o nosso país, devido aos longos períodos de autoritarismo em que viveu – e bem recente e de péssimas recordações, para todos nós, que NADA, ABSOLUTAMENTE NADA NOS TROUXE DE BOM, agravando ainda mais os inúmeros problemas sociais, estruturais e comportamentais de uma sociedade constituída sob orientação secular de servilismo e indolência - , tem EXTREMA DIFICULADE DE ACEITAR AQUELES QUE PENSAM E AGEM DE MANEIRA DIFERENTE daquilo que se passa como CONSENSO, disseminado por poderosos grupos de informação, que já colocamos alhures.

Por princípio, não devemos NUNCA dizer ao outro o que ele deve fazer. Nem mesmo a lei. OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS. Mas, ainda que estejamos ainda rastejando nesse sentido, um fundo, mas bem fundo (sem sacolas e “outras cossitas más”...) de esperança poderemos vislumbrar disso tudo: ainda que coercitivamente, inconscientemente, à força mesmo, as terríveis sacolinhas, na sua grande maioria, estão com seus dias contados... Ainda que isso valha o biombo chinês para esconder o desmatamento desenfreado de nossas florestas, a impunidade para os que o executa, os benefícios concedidos àqueles que “produzem” em lugares em que não se pode produzir (por mera ganância)... Xiiii, se ficarmos elencando aqui tudo aquilo que já estamos careca de saber...

Fica aí a SUGETÃO, não para o famigerado CONSUMO CONSCIENTE (qual consciência???), mas para uma maior reflexão do NOSSO VERDADEIRO PAPEL NESTA PRESENTE EXISTÊNCIA (entenda-se por “papel” não aquilo que todos nós deveríamos reciclar e consumir menos, é claro...).

O que estamos fazendo, aqui? De onde viemos? Para aonde vamos?

Um abraço a todos, e, tomara, estejamos falando um pouco de rock e coisas boas, da próxima vez... Relaxem aí, com o Peter Gabriel, num tema apropriado para a blogagem...




2 comentários:

  1. Gostei bastante da sua postagem, acredito que se fosse no dia 07 você teria feito a blogagem coletiva da Teia Ambiental!

    Às vezes ou muitas vezes o que se refere à vida e ao planeta não está ligado à governos, eleições, e sim a nossa própria ética com a vida (nossa e a dos outros, sendo outros, também o planeta) pois afinal de contas se houver uma grande calamidade de nada adiantará os padrões pré estabelecidos não é mesmo?

    Parabéns

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    1. Tem razão... É que fica tudo muito "escondidinho" quando se trata de razoarmos no sentido de como andam as coisas, no terra-a-terra de nosso modelo econômico, que ninguém quer assumir a responsabilidade pela imbecilidade... De nascença, é claro... E, esclerosado, como está... Porque a zona de conforto ainda é muito, digamos, MATERIAL... Mas isso é assunto para uma nova blogagem... Obrigado e fiquem com Deus...

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