A expressão "natal" tem, para mim, um profundo significado. Não só porque revivo mentalmente todos aqueles que passei aqui, até agora, nesta existência (os que consigo lembrar-me, evidentemente!) e, absolutamente todos eles foram excelentes, mas também, depois que conheci o Espiritismo, esses "natais" estão realmente muito mais significativos. Senão vejamos:
Trata-se de um período em que as pessoas, ao menos aparentemente, estão mais propensas à tolerância, à gentileza e tudo aquilo que deveria fazer parte de nossas vidas, todos os dias do ano; hoje, consigo sentir mais isso e, principalmente, saber o porquê desse "contentamento" generalizado que soa pelo ar. É como que se uma onda gigante de contentamento (a despeito das misérias humanas, materiais e morais) e alegria invadisse-nos, de forma contagiante.
Explico: Outrora pensava eu que o Natal tinha todo aquele significado do papai noel, isto é, que se eu não fosse um bom menino, papai noel não viria entregar-me presentes. Pitadas de catolicismo - sim, só posso falar nestes termos, porque minha mãe, a despeito de sua fé católica JAMAIS frequentou a Igreja para beatificar e APRENDI MUITO COM ELA, quando sempre me dizia: "primeiro a obrigação, depois, a devoção". Tinha oito filhos para criar, de vez em quando dois cachorros (variava, às vezes) e um marido com esquizofrenia. Fica difícil ir lá na Igreja, assim, não é mesmo? Não tinha ela também a intenção de DOUTRINAR seus filhos nesta ou naquela orientação religiosa, mas, FAZIA, COM MUITO ESMERO E COMPETÊNCIA MUITO, MAS MUITO ALÉM DO "DEVER DE CASA": procurava passar valores para os filhos, deixando-os com sua livre escolha, para tudo.
Acredito que, também, meu pai, apesar do ateísmo (que, por razões óbvias, militava apenas em seu íntimo, assim como sua clara definição política, que lhe trouxe muitos percalços e dissabores), no fundo, também, misturando-se, como todo ateu, aquela pontinha do "algo mais", isto é, A CERTEZA DE DEUS, IMANENTE EM TODAS AS SUAS CRIATURAS.
Voltando à questão do aniversário e do aniversariante, pouco importa se é esta data ou aquela. Importa sabermos QUE PRESENTE TEMOS CONDIÇÕES DE DAR A ESSE ANIVERSARIANTE. Presente? Vou ter de embrulhar e colocar debaixo da árvore (em que ele nasceu)? Não. Não é este tipo de presente que JESUS gostaria de ganhar, de nós. O que um Espírito, da magnitude de Jesus, gostaria de ganhar, de nós?
Buscando, então o verdadeiro sentido do natal, tenho para comigo que, de há muito (outrora por formação política e, agora, também, por formação espírita) sou reticente para com esses ARROUBOS CONSUMISTAS (pródigos desse sistema econômico maluco em que vivemos que, aliás, SEMPRE ESTEVE EM FRANCA CONTRADIÇÃO COM O CRISTIANISMO) que tomam conta das pessoas, neste período. Fico contente por vê-las contentes, mas, ao mesmo tempo, preocupa-me o fato de constatar que o verdadeiro sentido do natal acaba ficando em segundo plano: presentes de amigos secretos, bebedeiras, crianças exaltadas, mal educadas, esperando sua "telinha" (termo genérico, para essas tecnologias de hoje) de última geração, empurra-empurra daqui, impaciência de lá e... perguntamos: será que essa criançada SABE MESMO O QUE VERDADEIRAMENTE SIGNIFICA O NATAL? Será que os adultos, que os acompanham, também tem noção dessa data tão importante? O que significa o papai noel, para essas crianças? Será que elas perderam a inocência assim, tão rápido, a ponto de não acreditar nele? Será que, por outro lado, acreditam que o papai noel seja mais importante (e o aniversariante!!!) do que Jesus?
Quiçá esses sentimentos que relatei algures um dia façam parte de todos os dias do ano: talvez seja esse o presente que o aniversariante queira ganhar (se é que ele quer alguma coisa!!!).
Fica aí o meu FELIZ NATAL, primeiro, claro para o ANIVERSARIANTE. Depois, para todos vocês, que me acompanham (não gosto muito de escrever na 1ª pessoa, mas, hoje, abro uma exceção) e QUE O ANIVERSARIANTE FALE MAIS ALTO EM NOSSOS CORAÇÕES, para que possamos, efetivamente, BUSCAR O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL: JESUS, que nos trouxe seu Evangelho de amor, "o caminho, a verdade e a vida"...
JESUS
Ele não era um conquistador armado e, de século a século, aumenta a multidão daqueles que o seguem, n'Ele reconhecendo o Modelo Divino, ao qual se oferece a vida; surgiu na palha, ao calor dos animais que o hospedaram na estrebaria e recorda-se-lhe o nascimento assinalado pelo fulgor de uma estrela; não dispunha de uma pedra em que repousar a cabeça e fundou o Reino de Deus, entre as nações; conquanto se reportasse aos mundos da imensidade por diversas moradas da Casa Universal do Todo-Misericordioso, escolheu uma pátria que procurou conchegar no coração; referia-se aos seres humanos na condição de filhos do Pai Celestial e devotou-se a um círculo íntimo de companheiros queridos, vinculando-se a uma abnegada mãe, a quem amou enternecidamente; embora revelasse a vida imperecível, encontrou em si mesmo bastante sentimento humano para chorar a ausência de um amigo morto; conversou mais detidamente apenas com alguns sofredores, entre os quais se destacaram pobres mulheres e crianças de lugarejos esquecidos e traçou os mais altos ensinamentos que regem a paz e a felicidade dos povos; viveu em lares singelos e continua inspirando, até agora, na literatura e na arte, as mais belas obras-primas da Humanidade; humilde, fez-se poderoso renovador de consciências; discutido, sobreleva-se, ainda hoje, pela bondade, a todos os sofismas dos incrédulos que o desafiaram; perseguido pelo mal, triunfou e triunfa com o bem, esquecendo as afrontas e abençoando os inimigos; crucificado, venceu a morte e ressurgiu entre os seres humanos, junto dos quais permanece, sempre e cada vez mais vivo, em espírito, como sendo de todos os reformadores da Terra o mais digno e o mais querido, o mais contestado e o mais invencível!...
Mensageiro do Pai, erguido à posição de Mestre Divino, consagrado à nossa educação para a vida eterna, amou-nos antes que o amássemos e tudo nos dá de si próprio, sem nada nos pedir!...
É por isso que todos nós, ano a ano, somos induzidos, sem distinção de credo e raça, a cultivar o poder da fraternidade, uns diante dos outros, pelo menos um dia - o Dia de Natal - , transformando o mundo, por algumas horas, , em Reino de Amor, prelibando as alegrias do Bem Eterno que nos governará de futuro, a repetir com as vozes milenárias dos anjos:
- Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os seres humanos!...
Emmanuel
(do livro "Antologia mediúnica do Natal", p. 218/219, psicografia de Francisco Cândido Xavier, 1ª ed., ED. FEB, RJ, 1967).
Até a próxima, pessoal e, aproveitem o Natal!!!
Ora! que modo de ver os pais você tem! Nunca havia percebido o que você percebeu.
ResponderExcluirNa verdade dávamos tanto trabalho e tínhamos tanta falta de tudo que não dava pra mamãe ir à Igreja. Roubamos isso dela.
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