domingo, 6 de outubro de 2019

ABBEY ROAD: O ÚLTIMO DISCO DOS BEATLES FAZ 50 ANOS!


Boa tarde a todos,

Voltamos neste início de mês para falarmos dos 50 anos do disco "Abbey Road".

Trata-se do último LP gravado pelos Beatles. 

Minha cópia estéreo, 180g, da nova caixa...

Em 1962, na primeira vez em que John, George, Paul e Ringo transpuseram os portais do famoso estúdio de "Abbey Road", eram quatro jovens rapazes sedentos por sucesso e fama. 




Em julho de 1969, quando lá entraram pela última vez para gravar um disco, como banda, eram pessoas famosas, influentes e cansadas do mundo; a amizade entre eles já não era a mesma, deteriorada por conta de disputas de ego, por dinheiro e por poder dentro da banda.

O mundo estava se transformando; não era mais o mesmo daquele longínquo 1962, aliás não tão longínquo assim porque apenas sete anos separam um do outro; dizia eu que o mundo não era  - e não era, mesmo - mais o mesmo e os anos 1960 rumavam à sua violenta eclosão.

Este também ,estéreo nacional, de 1969... Aliás, os Beatles gravaram tudo mono até o álbum branco... Depois dele, tudo saiu em estéreo, exceto no Brasil...

O rock também não era mais o mesmo, muito em função do que os Beatles fizeram - e continuaram fazendo - para mudá-lo. As bandas, os artistas de rock tinham evoluído muito e não se podia mais "dançar o iê, iê, iê". Somente em países extremamente fechados e/ou que viviam sob uma ditadura e um censura ferrenhas (como o Brasil) ainda se podia dançar o tal do iê, iê, iê, que deixou de ser revolucionário, em sua origem, e passou a ser mais um condimento alienante da juventude reprimida.

Reparem no selo indicador... E vinha na famosa "capa sanduíche"...



As letras das canções também acompanharam essa mudança. De "The Word" e "All You Need is Love", para "Revolution" e "Gimme Shelter" demorou apenas um, um e meio a dois anos...

Então, as músicas do último álbum dos Beatles refletiam o momento pelo qual eles (e sua geração) passavam: carma ruim, dívidas, negócios e, de uma forma geral, a sensação de carregar o mundo nas costas. 

Este é minha outra cópia estéreo nacional (tenho duas)...


Muito bem. Depois das brigas que caracterizaram o projeto "Get Back", que redundou no famigerado álbum "Let it Be", Paul decidiu (sim, era ele, a esta época, quem dava mais cartas no grupo) chamar os demais, mais George Martin, para produzir um álbum como se fosse nos velhos tempos, com todo mundo junto.

Os discos da Apple vinham com este encarte preto, no mundo inteiro...

Apesar de os quatro estarem trabalhando em muitos projetos individuais e levarem outros músicos para o estúdio para tocarem com eles, a ideia deu (muito) certo.

Desta última reunião, então, surgiu o disco "Abbey Road", que começou a ser gravado em julho de 1969, foi terminado em agosto, com a gravação de "Because" e "I Want You" e foi lançado exatamente no dia 26 de setembro de 1969, há exatos 50 anos.

Trata-se de uma raridade nacional e internacional, já que Abbey Road MONO acho que só no Brasil... Em 1969, equipamentos estereofônicos (ou hi-fi, como se falava na época) eram raríssimos no mundo inteiro... Que dirá no Brasil.... Daí o LP mono!...

Ei-lo!!!

Antes disso, porém, ocorre no dia 22 de agosto de 1969 a última sessão de fotos dos Beatles, na casa de John, em Tittenhurst. 


Reparem que na capa... Sem o selo "estereofônico"....

Duas delas aparecem na segunda coletânea oficial dos Beatles, lançada em 1970, chamada "Hey Jude". Ali também foi gravado um curta metragem de 16mm, nos jardins da casa. 


Depois eles nunca mais seriam fotografados juntos, à exceção, claro, das fotos promocionais para o projeto "Anthology", em 1994 (já, claro, sem John).


Para aqueles que curtem som digital... Eis o CD...


COME TOGETHER

John fez esta música inicialmente como um "jingle" para a campanha de Timothy Leary ("o guru do LSD) a governador da Califórnia, contra o seu oponente e conservador Ronald Regan (que se elegeria e mais tarde, também, para presidente dos EUA).

É que Leary havia participado, junto com sua esposa, do "bed in" em Montreal que John organizou na luta pela paz. Foi lá também que John gravou "Give Peace a Chance" (ver minhas postagens anteriores) e Leary e sua esposa cantam no refrão. Então John devolveu a gentileza e gravou esta para a campanha de Leary.

Feito isso, Leary fez com que a música que John fez para ele tocasse em todas as rádios alternativas da Califórnia e passou a considerar que a música era dele.

Nesse ínterim, porém, John voltou a Londres e foi ao estúdio e gravou "Come Together". Em outubro, ela foi lançada como lado "B" de "Something", num compacto (tema de um próximo encontro nosso).

A campanha de Leary, porém, teve que ser cancelada, pois ele foi preso acusado por porte de maconha. Na prisão foi onde ele ouviu "Abbey Road" pela primeira vez e viu que "sua" música abria o disco.

Disse ele: "Embora a nova versão fosse uma melhorai em termos de letra e melodia da minha música de campanha, fiquei um pouco bravo porque Lennon tivesse me desconsiderado daquele jeito. quando mandei um pequeno protesto para John, a resposta teve o típico charme e a sagacidade de Lennon, que disse que ele era um alfaiate, e eu era um cliente que pediu um terno e nunca mais voltou. Então ele o vendeu para outra pessoa".

A versão do disco, então foi trabalhada no estúdio, com Paul acrescentando um baixo em estilo Nova Orleans. Os dois versos que falam de "old flat top" foram tirados de "You Can't Catch Me", uma antiga cação de Chuck Berry e John foi processado por plágio. Não passava de uma homenagem de um velho fã para o seu ídolo e John sempre negou a tentativa de furto musical.

O conflito só terminou nos anos 1970, quando John prometeu gravar três músicas da editora da música plagiada, cumprindo a promessa no seu disco solo "Rock and Roll", com "Sweet Little Sixteen", "You Can't Catch Me" e "Ya Ya", de Lee Dorsey, no álbum "Walls and Bridges".

SOMETHING

"Something" foi a primeira música de George a figurar no lado "A" de um disco dos Beatles (de um compacto).

Três foram as inspirações de George para a música: Ray Charles, que ele imaginou cantando, uma música de James Taylor, artista contratado da Apple e que depois viria a fazer sucesso, chamada "Something in the Way She Moves" e, claro, sua esposa à época, Pattie Boyd.

Taylor estava gravando a música na mesma época do White Album no Trident Studios e lá estavam George, Paul e Ringo gravando "Savoy Truffle" e provavelmente ouviu a música de Taylor.

Provavelmente a base dela foi gravada em outubro de 1968. Ela só não foi incluída no disco porque a seleção de faixas já havia sido finalizada.

George oferceu-a para mais dois artistas - Joe Cocker e Jackie Lomax, mas, em maio de 1969 decidiu gravá-la com os Beatles para Abbey Road.

Tornou-se a segunda canção mais regravada dos Beatles - atrás apenas de "Yesterday".

Algumas das fotos da última sessão, na casa de John....

MAXWELL'S SILVER HAMMER

É a primeira canção dos Beatles que entra no tema da lei do carma (lei de causa e efeito, para nós, espíritas).

A ideia por trás da canção era de que, no minuto em que você faz algo errado, o martelo de prata de Maxwell vai bater na sua cabeça. Maxwell era um estudante de medicina que usou seu martelo de prata para matar a namorada, uma professora e um juiz.



OH! DARLING

É uma canção simples, inspirada nas baladas de rock do final dos anos 1950. Paul queria que sua voz ficasse bem roca para interpretá-la e treinou repetidamente ela durante uma seamana, antes de gravá-la.



OCTOPUS'S GARDEN

Ringo inspirou-se na sua segunda - e última - canção quando estava em férias com a família na Sardenha, no iate de Petter Sellers, quando recusou polvo para o almoço. O capitão da embarcação contou-lhe várias historias de polvos e ele ficou fascinado. Daí ele tirou a letra.



I WANT YOU

John escreveu esta para Yoko, objtetivando, um dia, escrever a canção perfeita, com apenas uma palavra. A simplicidade, para ele, estava acima de muitas outras canções dos Beatles, como "Eleanor 
Rigby" e "I Am the Walrus".



HERE COMES THE SUN

Canção-desabafo de George, que se tornou outro clássico dele e dos Beatles. 

As reuniões de negócios cansativas da Apple, as brigas por conta dos empresários - Allan Klein ou John Eastman - e as discussões intermináveis dos Beatles tornavam tais reuniões cada vez mais tensas.

Em meio a essas discussões George achou que "tudo estava ficando cada vez mais igual a escola" e resolveu tirar uns dias de folga para arejar e foi à casa de Eric Clapton.

Numa manhã ensolarada da primavera, George estava nos jardins da casa, tomou emprestado um dos violões de Eric e teve uma súbita onda de otimismo e começou a escrever "Here Comes the Sun".

"Foi uma libertação tão grande poder simplesmente estar ao sol", disse à época.

Para quem não conhece, a capa da coletânea "Hey Jude"...


BECAUSE

John escreveu esta partindo do primeiro movimento da Sonata para piano nº 14, em do sustenido menor ("Sonata ao Luar"), quando estava em casa ouvindo Yoko tocá-la no piano. Pediu a ela que tocasse os acordes ao contrário e ela o fez, mas na música gravada pelos Beatles aparece a ordem tal como a original.

Beethoven era o compositor preferido de John e o fato de eles terem regravado "Roll Over Beethoven", de Chuck Berry, que se tratava de um "conselho" aos compositores eruditos para abrirem caminho ao rock, não diminuía seu apreço pelo compositor, o que também afastava a ideia de que quem ouve rock tem de desprezar a música erudita.



YOU NEVER GIVE ME YOUR MONEY

Aqui começa a junção inacabada de várias canções de Paul, criando, na minha opinião, o mais espetacular lado "B" de todos os tempos.

A música em si é um relato de Paul, da situação financeira da banda naquela época, que, por mais que ganhassem dinheiro, só recebiam "funny paper" (folhas de papel).

Ele finaliza a canção dizendo como era bom estar livre com a nova vida ao lado de Linda e poder sair, encher o carro de bagagens e deixar as preocupações para trás.



SUN KING

John disse que esta surgiu como um sonho. Historicamente, o "Rei Sol" era o rei Luis XV da França e pode ter sido com ele que John sonhou. Também pode ter sido uma referência engraçada à canção de George, "Here Comes the Sun".

Os versos finais são palavras em italiano, espanhol e português que os turistas ouvem aleatoriamente. O título original da música era "Los Paranoias".

George, porém, tem uma outra versão da origem da música. Disse, à época, que se tratava de inspiração em "Albatross", do Fleetwood Mac, música instrumental desta banda, que fez sucesso na Inglaterra no começo de 1969.


MEAN MR. MUSTARD

A inspiração para esta música veio de uma reportagem de jornal da época, sobre um sujeito pão duro que escondia todo o seu dinheiro. John admitiu ter inventado o verso sobre enfiar  uma "ten bob note" (uma nota inglesa de dez xelins) no nariz e declarou não ter absolutamente nada a ver com cheirar cocaína.

Escrita na Índia, foi gravada com "Sun King" como se fosse uma música só. Na versão original o Mr. Mustard tinha uma irmã chamada "Shirley", mas John mudou para "Pam" quando percebeu que, assim, poderia encadear melhor a música com outra canção, "Polythene Pam".



POLYTHENE PAM

A despeito de John ter insistido que a música era sobre "uma vadia mítica de Liverpool vestindo botas de montaria e kit", a canção era na verdade sobre duas pessoas que ele conhecia. O nome veio de Pat Dawson (Pat Hodgett na época), uma fã dos Beatles dos dias do Cavern Club que, por causa do estranho hábito  de comer polietileno (plástico), era conhecida pelo grupo como Polythene Pat.

Entretanto, ela nunca se vestiu com sacos de polietileno como diz a música. Essa pequena particularidade foi tirada de um incidente envolvendo uma garota chamada Stephanie, que John conheceu durante uma turnê me 1963.

Ela era namorada de Royston Ellis, um escritor que conheceu os Beatles em 1960, quando fez um sarau na Universidade de Liverpool.

Ellis foi a primeira pessoa a apresentar drogas aos Beatles, ensinando-os como ficar chapados com as tiras dentro do inalador de benzedrina.

Stephanie "usava aquilo [polietileno] e não botas de montaria e kits". Eu só elaborei um pouco. Sexo pervertido com um saco de polietileno. Eu só estava procurando algo sobre o que escrever", conta.



SHE CAME IN THROUGH THE BATHROOM WINDOW

Canção escrita por Paul em junho de 1968 durante uma viagem de negócios da Apple aos EUA com a Capitol Records.

Trata-se de uma música escrita "em homenagem" às "Apple Scruff's" (grupos de fãs que ficavam plantadas na portaria do prédio da Apple, nos estúdios da EMI e na porta da casa dos quatro Beatles).

Um dia Paul saiu de sua casa em St. John's Wood e as meninas aproveitaram a deixa e invadiram a casa. Uma delas, Diane Ashley se recorda: "Estávamos entediadas, ele estava fora, então decidimos fazer uma visita. Encontramos uma escada no jardim e colocamos embaixo da janela do banheiro, que ele tinha deixado levemente aberta. Fui eu que subi e entrei".

Lá dentro, ela abriu a porta para as demais entrarem. Acabaram furtando algumas coisas meio que sem valor - fotos, negativos, roupas, etc. Margo Bird, outra garota, disse: "... Eu costumava levar a cachorra de Paul para passear e pude conhecê-lo bem. Acabei recebendo uma proposta de emprego na Apple. Comecei preparando chá e acabei no departamento de promoções...".

Na viagem, em meio a conclusão da letra, Linda se recorda: "Paul e eu estávamos em Nova York indo para o aeroporto para voltar para a Inglaterra. O nome do taxista que estava nos levando era Eugene Quits, então Paul escreveu 'so I quit the police department'".

De acordo com Carol Bedford, outra "Apple Scruff", que escreveu o livro "Waiting for The Beatles", Paul disse a ela posteriormente: "Escrevei uma música sobre as meninas que invadiram a minha casa. Ela se chama SHE CAME IN THROUGH THE BATHROOM WINDOW (...) eu sei que todos os vizinhos ligaram para ele quando viram que estávamos lá, e tenho certeza de que isso deu origem aos versos 'Sunday's on the phone to Monday/Tuesday's on the phone to me', relembra. "Não me arrependo de nada daquilo. Eu me diverti muito, muito mesmo!".



GOLDEN SLUMBERS

Paul estava na casa de seu pai dedilhando o piano e folheava um livro de músicas de sua meio-irmã Ruth e se deparou com uma canção de ninar chamada "Golden Slumbers". Sem conseguir ler a letra, ele criou uma para si, adicionando novas palavras.

Esta canção - no modo original  - foi composta pelo escritor e dramaturgo inglês Thomas Dekker, que era contemporâneo de Shakespeare.

Semblantes emblemáticos do fim da maior banda de rock de todos os tempos...


HER MAJESTY
Paul a escreveu na Escócia e faria parte do "medley" do lado "B", entre "Mean Mr. Mustard" e "Polythene Pam", mas ao ouvir a gravação, Paul não gostou e pediu a George Martina para tirá-la dali e ficou satisfeito com a colocação aonde ela está - útlima faixa do álbum.

Como a edição não tinha muitos recursos, o último acorde de "Mean Mr. Mustard" foi usado para começar "Her Majesty", que termina abruptamente porque sua própria nota final foi deixada para trás no começo de "Polythene Pam".

CARRY THAT WEIGHT

Embora pareça apenas uma música do "medley" e seja creditada como tal, na verdade foi gravada com "Golden Slumbers" como single. Foi uma boa ideia porque leva a sequência de volta  para onde começou - com temas como dinheiro, negócios e o fardo de ser um superastro.

A letra expressa os medos de Paul  a respeito dos Beatles em seus último dias. Ele afirmou posteriormente que as discussões sobre as finanças e gerenciamento o fizeram mergulhar nos "momentos mais sombrios" de sua vida até então. A leve atmosfera em torno dos Beatles tinha ficado pesada.

THE END

A última faixa do último álbum dos Beatles não poderia ser mais apropriada. "E no final, o amor que você tem, é igual ao que você faz".

John ficou impressionando, a ponto de declarar que se tratava de "um verso muito cósmico", provando que "quando Paul quer, ele é capaz de pensar".

Paul viu sua parelha de versos como o equivalente musical do dístico com que Sheakspeare encerrava algumas peças, um resumo e também um sinal de que ações do drama terminavam ali.

Um fim esplendoroso para uma carreira musical de uma banda que transformou a música popular, os costumes de uma época e toda uma geração, repercutindo nos dias em que vivemos e ainda viveremos.


Uma pequena parte do filme que foi gravado junto com a sessão de fotos...


E, claro é o grupo de minha vida. E da sua? Qual banda faz tanta parte assim de sua vida?


Bem, vamos parando por aqui...


Façamos uma menção honrosa aos 50 anos do festival de Woodstock, aquele que foi o maior e mais famoso festival de música de todos os tempos. Os meus destaques do festival são Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimmy Hendrix e, claro, a melhor apresentação do festival... The Who.


Vamos ver se arranjamos tempo para falar dos 50 anos do nascimento do rock progressivo (intitulado, mas que nascera pelo menos dois anos antes de 1969), com o disco do King Crimson - In the Court of Crimson King e os 50 anos dos dois discos do Pink Floyd - "More" e "Ummagumma". As trilhas sonoras hippies vão ficando cada vez mais velhas... Até lá!!!

PS.: O que a gentalha que governa o Brasil vem fazendo com a floresta amazônica é digno de repúdio mundial. Vocês que moram aí no exterior - garanto - tem mais noção e informação do que nós aqui do Brasil, já que a esmagadora maioria da imprensa brasileira está de rabo preso com essa turma de Brasília, não divulgando quase nada do que acontece com a amazônia. Não fosse a "internet" e os companheiros brasileiros que moram fora do país, ninguém ficaria sabendo.

É um verdadeiro acinte a todos os habitantes do planeta. Um governo que não sabe o que faz, não sabe o que diz, mas que todo mundo sabe como pensa. Uma verdadeira lástima e só nos resta torcer e torcer muito para que esse período nefasto que estamos passando seja breve, mas muito breve.

Um governo que foi eleito e se sustenta na base da mentira e do ódio não tem como prosperar. E não vai. Aliás, é de admirar que muitos que se dizem "cristãos", "espíritas", etc. tem, ainda, algum apreço por essa quadrilha sádica que ainda nos governa. Dizer-se cristão e defender o ódio de classe, a mentira deslavada que é destilada nos meios de comunicação e de mídia é um negócio muito grave. 

O maior mandatário do país envolto em bravatas, em discussões estéreis e inúteis usando de palavriado chulo (mormente em questão de gênero e de comportamento), milícias (organizações criminosas, para vocês aí do exterior, que não conhecem), defensor contumaz da tortura e perseguição de opositores, da utilização de armas e violência para justificar sua existência política,  do patrulhamento ideológico, artístico e cultural, da censura (muitas vezes prévia), da insistente tentativa de destruição (muitas vezes por decreto) de direitos históricos dos trabalhadores, como previdência, descanso semanal remunerado, entre outros, por princípio, deveria ser repudiado por qualquer ser que se diga cristão.

Como eu já disse em outra rede social, os livros que li parecem não ser os mesmos que alguns andaram lendo (se é que leram) por aí. 

Para mim, é defender o indefensável. Ainda que eu não fosse cristão.

A impressão que se tem é que alçaram ao poder no Brasil parte das camadas mais baixas do plano espiritual. Deus permitiria? Claro que sim. Temos o nosso livre arbítrio. Vamos pagar - e talvez estejamos pagando - bem caro, coletivamente, as nossas escolhas.

Vamos torcer para que esse período passe o mais depressa possível, para que o bem vença e permaneça. Sempre.

Saudações Beatlemaníacas....


SEMPRE!!!!