Bom dia!
Voltamos neste domingo, 10 de
dezembro, para comemorarmos os 50 anos de "Magical Mystery Tour", isto é, o
lançamento da trilha sonora do filme de mesmo título, que foi lançado no dia
26 de dezembro na Inglaterra.
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| O ônibus que circulou por Londres, na louca viagem mágica e misteriosa!!! |
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| Acima: a foto que vem no livreto do compacto: e aqui, uma tomada... |
Quando "Sgt. Peppers" ficou para
trás, os Beatles mergulharam num projeto antigo, que eles gostariam de
executar, já que se achavam meros coadjuvantes em seus dois filmes anteriores –
“A Hard Days Nigth” e “Help!”: trabalhar em dois filmes, onde eles seriam, além de atores, produtores, etc.: "Yellow Submarine" e "Magical Mystery Tour".
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| George, ingressando na "viagem"... |
Evidentemente que a morte de
Brian Epstein, ocorrida em agosto de 1967 (os Beatles estavam em Bangor, com o guru Mahakeshi) contribuiu para que os Beatles
tivessem um pouco mais de liberdade criativa, o que não significava
planejamento e organização, situação essa que se refletiu no filme: começou como um projeto de Paul (que tomou conta da banda, a partir de Peppers, como já dissemos), onde todos se engajaram, em todos os aspectos da produção: financiaram, dirigiram, escolheram os atores e escreveram o roteiro.
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| Paul, provavelmente "dando as coordenadas" para o filme... |
Paul teve a ideia do filme durante a volta de sua viagem aos EUA, para encontrar sua namorada, à época, Jane Asher: no voo, começa a rascunhar algumas letras das músicas que comporiam o filme. Chegando a Londres, ele as apresenta ao restante do grupo: um círculo representando 60 minutos divididos em músicas e cenas.
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| o autor de I'm the Walrus... |
| Epa!!! Estávamos também na viagem misteriosa e mágica!!!! |
As gravações das músicas - e do filme - tiveram início em setembro de 1967 (dia 5: "I'm the Walrus" e nos três dias seguintes, uma demo de "The Fool on the Hill" e as novas "Blue Jay Way" e "Flying") e, mais precisamente do filme, no dia 11 e seguiram até o dia 15. Já a trilha sonora estendeu-se até o final de setembro e o filme até o final de outubro, coincidindo com a finalização do filme - desenho animado "Yellow Submarine", que também estava em sua reta final, mas que seria lançado somente em julho de 1968, e sua trilha sonora, em janeiro de 1968 (futuros objetos deste blog!).
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| durante as gravações... |
| Olhem quem também estava por lá!!! |
| Conheço gente de dentro desse ônibus!!!! |
Então, depois de terem feito uma obra
prima, com estrondoso sucesso – que dura até os dias de hoje - , os Beatles
voltaram ao estúdio para produzir a trilha sonora do filme, ainda a ser rodado.
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| O lançamento do disco... |
Trata-se de uma “extensão” do
período mais fértil deles que começou na metade de 1965 com “Rubber Soul” e,
num desdobramento lógico, culminou com “Magical Mystery Tour”.
A improvisação e o psicodelismo
estavam na ordem do dia e as músicas, o disco e o filme refletem com exatidão
este período: um longa metragem colorido - e bem colorido! - para uma era psicodélica.
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| "...Sitting here in blue jay way..."... |
| Quem quer embarcar? "A splendid time is guaranteed for all... |
No Brasil, o EP foi lançado tal
como o inglês, no final dos anos 1960. Aliás, este formato tornou-se
discutível, para comportar uma trilha sonora de um filme: não haviam músicas
suficientes, no filme, para a produção de um LP e, ao mesmo tempo, muitas
músicas para serem lançadas no formato EP (que comporta uma música de cada lado
do disco). A solução foi lançar o EP duplo, contendo as faixas do filme, em
mono e com o livreto e as letras das músicas.
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| Meu EP nacional, de 1967... |
Uma curiosidade: esse disco – e CD
– que vemos perambular por aí se trata de uma versão que a Capitol Records
lançou nos EUA, algumas semanas antes do lançamento oficial no Reino Unido,
mais precisamente em novembro de 1967: a trilha sonora do filme, no lado A, e músicas
do período que não foram utilizadas em "Sgt. Peppers" e foram lançadas como
compactos, todas elas em mono. O formato em EP nos EUA não era bem recebido, diferentemente
do Reino Unido, onde era muito comum as bandas gravarem compactos.
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| Contracapa... |
E a sequência que a Capitol
colocou na trilha sonora do filme, no lado A também não corresponde à sequência
do EP inglês (oficial, para mim e para muitos), o que também ajudou a
descaracterizá-lo.
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| Os discos que vem no álbum: número dois, com os lados 3 e 4... |
As primeiras versões em estéreo
de "Magical Mystery" somente começaram a aparecer do final dos anos 1960 ao início dos anos 1970. Antes
disso, só em mono.
Hoje, a sequência adotada pela
Capitol é tida como “oficial” e o disco pertence à discografia oficial dos
Beatles. Quando a gente vê, o único selo “Capitol” da discografia oficial é
justamente deste LP, já que em 1976 foi lançada a versão britânica deste LP.
Eu prefiro ouvi-las em mono, já
que assim foram gravadas. Ficam muito próximas da realidade e a gente quase não
perde nada do que foi gravado por eles.
LANÇAMENTO DE MAIS UM COMPACTO
Essa fase produtiva também desaguou em mais um compacto, feito especialmente para o Natal de 1967 e lançado a 24 de novembro: "Hello Goodbye" e "I'm the Walrus", esta última tão louca, arrojada e psicodélica quanto as outras de Peppers e "Strawberry Fields", foi banida da BBC, pelo suposto conteúdo obsceno de sua letra.
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| Meu compacto, também de 1967, mono... |
APPLE BOUTIQUE
Em 5 de dezembro, John e George representam os Beatles na festa de inauguração da Apple Boutique, destinada ao público hippie, no coração de Londres, na Baker Street, onde lá estive me 2014. A fachada possuía uma enorme pintura psicodélica, feita pelo grupo holandês "The Fool". Imaginem isso no coração de Londres... em 1967... deve ter sido uma loucura no país inteiro!!!
| em 2014, quando tirei esta foto... |
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| em 1967, sendo pintada... |
Bem, vamos terminando por aqui.
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| aposto que você não adivinha quem é quem, aqui!!!! |
Vou fazer uma MENÇÃO HONROSA ao
Moody Blues, umas das minhas bandas favoritas, para comemorar o primeiro disco
de rock conceitual da história: “Days of Future Passed”, com sua maravilhosa “Nights
in White Satin”, lançado em dezembro de 1967, trilha sonora e “valsa” de nosso
casamento!
E também, claro, ao Procol Harum,
pelos 50 anos de ”A Whiter Shade of Pale”, igualmente da nossa trilha de vida.
Outro disco digno de menção é "Disraelic Gears", do Cream que, se no estúdio a banda não chegava aos pés das
performances ao vivo, também é um marco nesse ano de 1967, um dos mais
importantes da história do rock... senão o mais importante.
Um ótimo Natal a todos que me
leem, e que 2018 esteja repleto de esperanças e oportunidades de crescimento
espiritual a todos!


















