Você nos pede que encontremos (juntos?) uma solução para um
problema familiar – muito, mas, muito mais comum do que a gente imagina.
Penso que precisamos CONHECER BEM o problema (e ele existe,
no meu pobre entender), para poder solucioná-lo e, se não conseguirmos – ATENTE-SE
PARA ESTA HIPÓTESE REAL - , que encaminhemos e administremos da melhor forma
possível.
Conhecer aquilo que se quer mudar, transformar. É como aquela
reforminha básica em nosso banheiro: quebra daqui, derruba dali e eis que...
chuáááá! Peguei um cano!!! Não é mesmo? E entramos pelo cano! Assim, a vida,
assim os seres, as coisas, os humanos.
Objetivamente, nós, seres humanos, dotados de pensamento
contínuo, que nos difere dos outros seres vivos, com o passar do tempo vamos
desenvolvendo algo que se chama, sem querer ser repetitivo, DESENVOLVIMENTO DO
SENSO MORAL, que nada mais é do que SABER A DIFERENÇA ENTRE O BEM E O MAL
(substantivos, diferente de BOM E MAU, adjetivos... Depois lhe explico o porquê
dessa intervenção).
Como eu ia dizendo, vamos desenvolvendo nosso senso moral, a
medida que nós vamos crescendo, física e espiritualmente. É a vida, é a
evolução, inexorável para toda a criação de Deus.
Vamos deixando nosso primitivismo de lado, nossas manias e
caprichos materiais para trás (ah, como somos caprichosos... Cheios de
caprichos...) e vamos adquirindo esclarecimento espiritual, acerca do nosso
papel neste mundo de meu (nosso) Deus: QUEM SOMOS, DE ONDE VIEMOS, PARA ONDE
VAMOS E O QUE ESTAMOS FAZENDO AQUI... Aquelas perguntinhas básicas, que só
fazemos quando perdemos a esperança: naqueles momentos, quando nos chega a
velhice (desamparada ou não) meditativa experiente (às vezes, não!), quando
algo de grave acontece-nos no decorrer de nossa existência (sim, existência...
A VIDA é a VIDA ESPIRITUAL... Por ora, no corpo de carne, EXISTIMOS... Eu ESTOU
ALEX... Eu sou ESPÍRITO, imortal... até onde sabemos! Amanhã, em outra
EXISTÊNCIA certamente não mais serei ALEX, não obstante carregar a bagagem
desta de tantas outras existências... Em uma nova existência...)...
Dito isto, que também nada mais é do que autoconhecimento,
passemos a procurar entender (porque, conhecer
já é algo mais profundo) o outro,
ou o próximo... Que é sempre o próximo que está mais próximo... Muitos religiosos
pensam em ajudar ao próximo distante ,
esquecendo-se do próximo próximo , de
dentro de casa.
Fácil, não? Quem tem a receita do bolo? Parece delicioso – e é!
– mas... Como prepara-lo sem receita e deixa-lo saboroso?
Dir-lhe-ei que não é fácil. Fosse fácil, qualquer um faria.
Temos que lutar, por primeiro, contra o nosso ENORME e ONIPRESENTE EGO (egoísta
vem daí), que é, sim, um DEFEITO gravíssimo: ter EGO é DEFEITO, e não VIRTUDE.
Veja, com o desenvolvimento do senso moral vamos aprendendo também a discernir
VIRTUDE de DEFEITO; vamos aprendendo a ter noção de VALORES, e, principalmente,
a não INVERTÊ-LOS.
Outro ponto, não menos importante, é a questão do nosso
ORGULHO, que é PAI do outro; este é a grande mazela dos espíritos encarnados
hoje, em nosso sofrido planeta. Ah, o nosso orgulho... Se soubéssemos o quanto
nós representamos para economia do Universo... o que nós representamos perante
à nossa pequena galáxia (uma das menores), que possui bilhões de planetas...
MENOS QUE UMA CABEÇA DE ALFINETE. E a gente se acha... A maior invenção depois
do arroz à grega (chamando Dr. Arroz “agrega”, chamando Dr. Arroz “agrega”...)...
Esse orgulho é quem faz com que a humanidade não avance...
Que impede a nossa felicidade espiritual – A ÚNICA REAL E IMPERECÍVEL; é contra
ele que Jesus lutou e luta, ainda hoje, para ajudar-nos...
E a nossa tola VAIDADE, então?... Alimenta aqueles caprichos
que lhe disse alhures...
Quando a gente começa a trabalhar esses temas internamente –
E NÃO NOS OUTROS – damos um passo enorme para começar a encaminhar algumas
soluções para alguns problemas que enfrentamos no palmilhar de nossa débil
existência. Disse – NÃO NOS OUTROS, porque temos a tendência, por conta de
nossos três principais DEFEITOS – ORGULHO, EGOÍSMO, VAIDADE – de achar que as
coisas ruins que nos sucede ocorrem POR CONTA DOS OUTROS... Os outros são sempre os culpados pela nossa
desdita; nós somos (e não estamos) sempre prontos a nos declarar AUTORES E RESPONSÁVEIS
pelos nossos acertos, pelas nossas vitórias... Mas quando erramos... Ah, a culpa é dos outros...
Perceba que não é minha intenção apontar o dedo para ninguém,
muito menos para você, que é meu irmão e que eu amo; muito menos OLHAR NO
RETRORVISOR, para, também, apontar esta ou aquela falha, defeito, desídia de
quem quer que seja: o que foi feito, está feito. É IMUTÁVEL. Olhemos para o
agora e para frente, se quisermos atingir a qualquer objetivo que você queira
buscar.
Então, vamos percebendo que os conceitos substantivos de BEM
e MAL e os conceitos adjetivos de BOM e MAU também vão se tornando claros e
límpidos em nosso horizonte. Penso que, por aqui, há uma diferença substancial
e que pode ajudar e muito ao nosso mister.
Que tal desta forma: Nem tudo que é BOM, faz BEM, ou faz O
BEM; nem tudo que é MAU, faz MAL, ou faz O MAL... Podemos, ainda, avançar para:
Tudo que é BEM, é BOM, ou tudo que é DO BEM, é BOM; tudo, mas tudo mesmo, que é
MAL, faz MAU, ou é DO MAL. Tendo esta clareza, acredito que dá para avançarmos
mais um pouco.
Conforme o tempo passa, as coisas se nos relativam: tudo na
nossa vida passa a ser muito relativo; aprendemos, a duras penas, que há uma única
“coisa” absoluta: Deus. O resto, é tudo muito relativo, E SOFRE ALTERAÇÕES ao longo
do tempo. Explico: há TRÊS ELEMENTOS ESSENCIAIS NO UNIVERSO: DEUS, ESPÍRITO E
MATÉRIA. O primeiro, o Criador de todas as coisas; o INFINITO, não teve começo,
não terá fim; os outros dois, as criaturas são os elementos que nos constituem:
ESPÍRITO E MATÉRIA. O primeiro, Deus escolheu para PENSAR - pensamento
contínuo, lembra-se?... A propósito, já tentou PARAR DE PENSAR, por alguns
instantes? Não vai conseguir. Ninguém consegue. Nós pensamos o tempo todo. É a
atividade POR EXCELÊNCIA do espírito. Penso, logo existo, disse o outro, com
muita propriedade e acerto. Já a matéria, não obra por si. Diga para a cadeira
sobre a qual você está sentado agora, para que ela vá até ao telhado e lhe
traga um pipa que acabou de boiar ali. Não vai, não é mesmo? É que ela obedece
a um comando de quem PENSA: Se você quiser joga-la ao telhado, se tiver força
para tanto, ela irá... SOB O SEU COMANDO. Mas, com certeza, NÃO LHE TRARÁ O
PIPA QUE LÁ ESTÁ. Vou mais longe e digo-lhe que ela pode, ao cair no telhado,
rolar e cair na sua cabeça, pela sua incúria de determinar algo a alguém que
não age, não pensa por si.
Diferenciados alguns pontos, passemos adiante. Passemos, agora,
àquelas perguntinhas, que desde os primórdios do pensamento humano todo mundo,
um dia, vai fazer: quem sou eu, de onde vim, para onde vou, o que estou fazendo
aqui.
Isso é fundamental para que possamos refletir com frieza nas
soluções que buscamos.
Quando nós entendermos qual o nosso PAPEL neste momento,
neste lugar, nesta hora, aqui, começamos a dar um passo muito grande para um
MUNDO MAIOR.
“O que me cabe?”, ou “O que posso fazer?”... Há diferenças...
sutis, mas há...
Na primeira, NÓS JÁ SABEMOS NOSSO PAPEL. É um grande passo;
na segunda, muitas vezes, não. Digo MUITAS VEZES, porque muita gente até SABE O
QUE LHE CABE, mas... Bem, o enfoque, aqui, SOMOS NÓS, não os OUTROS.
Quando a gente se ABRE dessa forma – e, saber o que lhe cabe
é justamente isso, isto é, é quando DEUS percebe que NÓS ESTAMOS NOS
ENCONTRANDO. Estranho? Não. É sempre um processo DE DENTRO PARA FORA, e não o
contrário. Os elementos para nossa felicidade, ou para nossa desdita ESTÃO
DENTRO DE NÓS MESMOS. É por isso que se diz: DEUS ESTÁ EM TODA PARTE E
IMANENTE, isto é, dentro de nós.
Esse ENCONTRO CONOSCO MESMOS (fica esquisito, mas fica bom!)
é o LIMIAR de um MUNDO MELHOR, para nós e para as pessoas – O PRÓXIMO – que nos
cercam... O próximo que está próximo...
Muitas coisas ficam para trás, muitas páginas hão de ser
viradas... Lembra-se do retrovisor? Então... A gente vai procurando a NOS
ENTENDER, pelo menos UM POUCO, nesse mundo louco, mas muito legal e que eu
gosto, primeiro porque sou feliz (RELATIVO, lembre-se... FELICIDADE REAL É A DO
ESPÍRITO... Por isso disse Jesus: “Meu Reino não é deste mundo”... Nosso reino
não está neste mundo.), segundo porque as pessoas que convivo também acreditam
nisso e igualmente são felizes.
Não se importe de deixar coisas, situações e pessoas no
passado. Tudo passa, tudo DEVE passar. Não
lhe fará falta alguma, tenha certeza.
Acredito sinceramente no bem e nas pessoas, mas não podemos
caminhar com elas, em determinados momentos de nossas vidas; acredito que
determinadas situações fizeram a nossa felicidade ou a nossas lágrimas caírem,
mas daí ficar com elas, repeti-las, porque nos deixaram tristes ou alegres...;
e o que não dizer das coisas, de o quanto somos APEGADOS a elas... Como
pronunciamos o pronome possessivo sempre na primeira pessoa do singular
(claro!): a minha bolsa, o meu paletó, a minha casa, o meu pé... Para
estendê-las às pessoas, então, não fica difícil: o meu pai, a minha mãe, o meu
filho... Que confusão!!!
E o apego, então, que temos com relação aos outros... É!
Também nos apegamos a eles: o que dizem, o que fazem, o que pensam... Quanta
coisa, hein?...
André Luiz, em um livro maravilhoso que se chama ESTUDE E
VIVA, cuja psicografia é de WALDO VIEIRA E FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER ensina-nos
que: “O que as pessoas fazem, o que as pessoas dizem, o que as pessoas pensam,
é problema delas, não nosso”. Só umas licença poética, para refletirmos...
Vamos, então, trazendo ELEMENTOS para que você e todos nós
possamos refletir um pouco sobre isso tudo que se está passando por aí... E, o
que não é menos importante, TUDO O QUE SE PASSARÁ DORAVANTE...
Penso que seja um bom começo e que possamos dar continuidade
a esse papo.
Sabe, dei aulas de Espiritismo durante seis anos nas Casas
André Luiz. Acredito que eu tinha muitos “alunos” com esse tipo de problema a
ser resolvido... E tinha mesmo... Não tinha, não tenho e jamais terei a
pretensão de ajudar a ninguém, de mudar ninguém (o que dirá a política, em
minha vida). Uma coisa aprendi, durante todos esses quase quarenta e dois anos
de vida: nunca consegui mudar ninguém: se o cabra não acreditasse em espírito,
não era eu que o faria acreditar, sabe? Minhas aulas eram bem esse tom,
libertador, que o Espiritismo e o Socialismo me deram. É o mundo ideal, a
sociedade do futuro, é como os Espíritos se organizam do lado de lá. Aprendi a
gostar de libertar as pessoas, de seus medos, ansiedades, traumas,
perseguições, manias, defeitos, crendices tolas, etc... Aprendi com os Espíritos superiores e com os
quais me comunicava – e procurava ouvi-los muito - justamente isso: o respeito
ao livre arbítrio: o Espírito sopra onde quer... Claro, a semeadura é livre,
mas a colheita é obrigatória...
Aí você me pergunta... E o limite? Quem o impõe? O uso do
livre arbítrio é diretamente proporcional ao desenvolvimento do senso moral:
quanto mais o homem sabe a diferença do bem e do mal, mais tem liberdade... E
sofre suas consequências, boas ou más, dependendo do que faz com ela.
Uma boa hora para trazer coisas boas em minha mente...
Agradeço-lhe sinceramente...
Por falar em aulas, etc., às vezes meus alunos pediam esse “feed
back” comigo e eu fazia com prazer. Claro, guardadas as devidas proporções e
situações, você não é meu aluno e eu não estou mais dando aulas, a despeito de
continuar a estudar o Espiritismo... Sim, a vida é um constante estudar...
Aproveito os poucos minutos que me sobram da hora do almoço para fazê-lo. As
demais, ocupo-me em me ocupar com a minha esposa, carecedora de minha atenção,
já que a recíproca é verdadeira... Ainda que não fosse... Mas sempre tenho
tempo para conversar sobre essas coisas... A gente arranja tempo sempre que a
coisa se nos torna prazerosa... Ou quando a fazemos prazerosa, na maioria das
vezes...
A vida, aqui no interior, é um pouquinho mais suave que aí,
na Capital estressada... Aqui, a cidade não o é, mas as pessoas, em sua
maioria, sim... Ambiente não faz o monge, assim como o hábito... Pensam estar
numa “grande” cidade, onde as coisas devem ser resolvidas num piscar de olhos
(num lugar onde tudo, absolutamente tudo fica a dez minutos de distância, um de
outro... andando bem devagar, como eu...), naquela correria... Correndo atrás de
quê?... Aliás, a gente muito aprende observando os outros...
Preocupados que estão, porque agora os pobres viajam de
avião, comem, assistem às novelas, tem automóvel, conseguem pagar o aluguel,
tem casa, fazem amor, faculdade, escovam os dentes, tomam café da manhã,
almoçam, jantam, falam mal do governo, torcem para o Corínthians (bem, isso eles
sempre fizeram!), dormem em lençóis limpos comprados nas Casas Pernambucanas,
em camas mais firmes, fazem churrasco no final de semana, vestem roupas do shopping,
tomam casquinha do Mc Donalds... Oh, meu Deus, quanta preocupação! Deus salve o
nosso país... Graças a Deus o impeachment vai sair...
Quase todo mundo vivendo como quase todo mundo. Acho que as
pessoas querem quase a mesma coisa: uma casa, carro, cachorro, filhos (um
menino e uma menina, de preferência que, depois, não sejam gays ou lésbicas! Já
pensou? Que decepção!!!), e um vizinho que não incomode, é claro!
Muito bem: era o que tinha a lhe dizer. Não vou entrar no
mérito disso ou daquilo, não. Penso que não é dessa forma que nós vamos achar
aquela solução que tanto você quer; muito ao contrário, ninguém apaga fogo com
querosene, não é mesmo?
Estamos à sua disposição, para esclarecimentos, etc. Outros
elementos que lhe podem ajudar podem ser trazidos à baila pelos nossos queridos
seis outros irmãos, não tenha dúvidas. Aguardemos, com muita fé e esperança em
dias melhores. Oremos sinceramente, porque DEUS jamais nos desampara, e enxerga
o fundo de nossos pensamentos e o nosso coração e sabe o quanto Ele pode
confiar em nossa capacidade de superação – de nós mesmos – e crescimento
espiritual; confie, busque ajuda junto ao seu amigo espiritual, ou anjo da
guarda... Não digo isso porque ANJOS não existem, mas é só para você me
entender melhor: todos nós, ao volvermos para a terra, temos um companheiro
espiritual encarregado de velar por nós e nos acompanha, alguns durante muitos
séculos... Confie. Todos nós somos muito frágeis, com nossas debilidades
espirituais e necessitamos de ajuda... Todos nós...
E olhe que sou um cara que
gosta de música velha, música de maconheiros e viciados em LSD, etc..
Até lá.
Pirassununga, 5 de abril de 2016.