Help!
Em "picture", comprado em Paris, em 2008... Mas é JAPONÊS!!! |
Este é, curiosamente, o lado "A"!!!! |
Bom dia a todos,
Antes de começarmos a falar dos
50 anos do filme Help! (lançado a 29 de julho de 1965), e do álbum HELP!
(lançado em 6 de agosto), temos mencionar o lançamento do “single” “HELP!/I’M
DOWN”, em 23 de julho, para “promover” o filme.
JAPA!!! Chique, hein??? |
25 euros... Comprei-o numa loja de vinis, em frente a Sorbonne, em Paris... Tinha muita coisa boa naquela loja, mas meus euros não davam, não!!! |
Help! (gente, sempre com
exclamação, quando formos tratar do filme e do disco, tá?), foi escrita por
John e, com certeza, foi o início da mudança do jeito dele de escrever músicas:
sai a temática namorado deixa namorada, etc., para deixar lugar aos temas da
infância, dos sentimentos internos, etc. Influenciado por Bob Dylan e pela sua
maconha, John, a partir daí então começava a escrever temas mais adultos, para
uma geração que começava a crescer com eles, o que significava que as fãs
adolescentes começavam a “perder terreno” e toda uma geração começava a prestar
mais atenção nas coisas do mundo, que estavam em volta de si, o que culminaria
em “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”, objeto de futura blogagem, mais do
que super especial.
Outro compacto meu, agora com "outro lado": Not a second time e Till there was you, ambas do LP With the Beatles... de DOIS ANOS ATRÁS (1963!!!)!!! |
John, então, começa a abordar
seus “fantasmas”: traumas de infância, insegurança. E, talvez por isto, é uma
de suas canções preferidas dos Beatles, por ser “tão real”, mas lamentou o fato
de ela ter sido “transformada” de uma canção “à la” Dylan para mais uma canção
alegre da banda.
Escrita em abril de 1965, na casa
dele em Weybridge, Kenwood, com Paul, relata realmente um pedido de socorro de
John, que, àquela época, começava a sentir os efeitos da fama, que começava a sufoca-lo
e encurralá-lo: é fácil de verificar, no filme, que ele estava mais gordo (e
mais preguiçoso), porque ele estava comendo e bebendo muito. Nas suas palavras:
“Eu precisava ajuda. A música era sobre mim”. A fama começava a cobrar o seu
preço.
Recentemente, numa lista de 500
melhores rocks de todos os tempos, feita pela Rádio Kiss, de São Paulo, Help! ficou
surpreendentemente em primeiro lugar, desbancando muita coisa boa de antes e
depois de seu lançamento, em 1965.
Compacto nacional de 1965, com um desenho de Help!, mas com músicas do Please Please Me!!!! Que salada!!! |
“I’m Down” é uma tentativa de
Paul de escrever uma canção no estilo Little Richard (Long Tall Sally, que eles
mesmos regravaram). Como Paul disse, “Não é fácil escrever uma música de três
acordes que seja inteligente. ‘I Saw Her Standing There’ foi o mais próximo
que conseguimos.”. “She’s a Woman” também foi outra tentativa, mas que não deu
certo, neste aspecto. Paul sempre se ressentiu de não ter ouvido música gospel,
no começo. Os coros da igreja anglicana e as bandas do Exército da Salvação não
ofereciam o mesmo tipo de formação para composição desse tipo de rock.
No show do Shea Stadium, que
bateu recorde de público, num show, até aquela data – 56.000 pessoas gritando
sem parar, “I’m Down” foi utilizada para encerrar o show e, naquela noite, John
estava “em estado de graça”: é só ver o que ele fazia com o piano, no
encerramento.
Esta não entrou no filme. Apenas
foi utilizada para o “single”
Bem... Pelo menos por aqui, não inverteram as letras HELP... Explico lá embaixo!!!! Mas a capa é bem tosca, também... |
Help! nacional... Este selo, "estrela azul", saiu na segunda metade dos anos 1960... Reparem no "repertório do lado 2: Só Ticket to Ride faz parte do Help! original... |
O FILME
Trata-se do segundo longa
metragem da banda. Àquela época, achava-se importante uma banda famosa
enveredar-se pelas películas, tal como Elvis, e os Beatles não poderiam ser
diferentes.
A exemplo de A Hard Day’s Night,
a trilha sonora composta em nada tem a ver com o filme, que começou a ser
filmado em fevereiro e terminou em maio de 1965, em vários lugares: ilha de New
Providence, nas Bahamas, os alpes austríacos, Cliveden House, em Londres e os
Twickenham Film Studios.
Tenho os dois, nacionais: este é o ORIGINAL, com o selo azul, de 1965, e com som melhor do que o outro... |
Para quem ainda não o assistiu,
trata-se de um filme bem humorado, tendo novamente Ringo como protagonista,
detentor de um anel que despertou a atenção de uma seita maluca, que o persegue
até o final para adquirir a bijouteria, e mais dois “cientistas” atrapalhados
que também o persegue. Algumas cenas foram filmadas no Palácio de Buckingham.
Dick Lester, o diretor, recebeu
uma fita com as canções e escolheu seis, encaixando-as entre as cenas. Tais
canções encontram-se no lado “A” do disco, inglês, e no nacional, dos anos 1970
para frente, já que, como era de costume, a Capitol, norte-americana, “fatiava”
e adulterava os discos ingleses dos Beatles. Tanto é verdade que faço questão
de não ter NENHUM deles em minha coleção.
Iniciada as gravações, foram
rolos e rolos jogados na lata do lixo, descartados em função de retomadas e
retomadas, porque os quatro não paravam de rir. Nesta época, eles fumavam
maconha regularmente e, durante as filmagens, também. No filme dá para perceber
que estavam alterados, em função da droga.
Mas... Ah, como eu queria estar com uma latinha de “lixo” dessas, por
lá!... Que será que foi feito desses descartes hein?...
Help! nacional, dos anos 1970, já com as capas originais inglesas... |
John resumiu assim, o período: “o
período da maconha”.
Anos mais tarde, os quatro
manifestaram sua insatisfação com o roteiro do filme e reclamaram que não
passavam de figurantes em seu próprio filme.
Nos anos 1960, no Brasil, foi
lançado o Help!, mas com a capa também adulterada (imitando a Capitol, tal como
a ditadura fazia, puxando o saco e sendo financiada pelos norte-americanos),
bem como com músicas que não faziam parte do disco.
O famoso selo "canudinho", dos anos 1970, da discografia nacional... |
Nos anos 1970, com a popularização da fita cassette e dos tape deck's, oferecia-se também em cassette!!! E o famoso capitólio da Odeon... E da época em que DISCO ERA CULTURA!!! |
O filme esteve em cartaz, aqui no
Brasil, até a década de 1970, sendo um dos grandes sucessos da época, já que,
para nós, como já lhes disse em postagens anteriores, os Beatles são, para a
maioria dos brasileiros, ainda nos dias de hoje, “os reis do iê, iê, iê”, bons
mocinhos, etc., tudo muito conveniente, meio misturado com jovem guarda, etc.,
num regime autoritário que a só isso permitia às pessoas. Sempre os ajustes
políticos dos regimes autoritários...
LP estéreo INGLÊS, da minha caixa estéreo... LINDO!!! |
A primeira vez que o assisti foi
em 1995 (20 anos atrás, exatamente!), quando finalmente consegui comprar um
vídeo cassette, em função de estar trabalhando na Blockbuster – vídeo locadora
norte-americana, que aqui se instalara pela primeira vez, no bairro do Itaim,
em São Paulo. A propósito, eu o colocava toda vez em que chegava à loja (na
loja da Moóca, na Av. Paes de Barros) e... era IMEDIATAMENTE ALUGADO!!!! Nem
dava para eu o assistir!!! Até que, um dia, consegui EU, FINALMENTE, leva-lo
para casa. Era um filme de “catálogo” e nós, funcionários, podíamos leva-lo no
final de semana. Somente os filmes de “lançamento”, que não! Todo mundo já
sabia que eu havia acabado de chegar à loja... Quando ouviam... “HELP! I NEED
SOMEBODY... HELP!...”
Selo Parlophone, original, inglês.... A famosa capa é quando os quatro "caem" na neve, no meio do filme... Histórico!!! |
Bem, o disco, já perdi as contas
de quantas vezes eu o ouvi...
A “première” do filme foi no
histórico LONDON PAVILLON, onde lá estive, no ano passado (que saudades... Há
exatamente 1 ano eu estava em Liverpool e em Londres, com minha esposa, minha
irmã beatlemaníaca e meu cunhado...).
O DISCO
O álbum foi lançado após o filme –
que já fazia sucesso -, em 6 de agosto de 1965.
No lado “A” encontramos as
músicas do filme; no lado “B”, canções compostas logo após o sucesso de “Beatles
for Sale”, isto é, no começo de 1965.
Não por acaso, a posição dos quatro rapazes de LIVERPOOL, na capa, significa "HELP", em linguagem internacional de sinais por bandeiras.
Em muitos países, entretanto, a posição dos quatro, na capa, foi mudada, como nos EUA, naquele disco MEDONHO que eles lançaram por lá: O resultado é "HPEL", já que a sequência correta é: George, John, Paul e Ringo. No norte-americano, fizeram uma montagem esdrúxula, passando o Ringo no lugar do John e colocando Paul por último... Igualzinho às músicas do lado "B", que foram simplesmente todas trocadas, pela "trilha sonora" do filme, isto é, algumas partes instrumentais do filme. Simplesmente ridículo e, claro, a mudança de ordem de Ticket to Ride e You're Gonna loose that girl...
Não por acaso, a posição dos quatro rapazes de LIVERPOOL, na capa, significa "HELP", em linguagem internacional de sinais por bandeiras.
Em muitos países, entretanto, a posição dos quatro, na capa, foi mudada, como nos EUA, naquele disco MEDONHO que eles lançaram por lá: O resultado é "HPEL", já que a sequência correta é: George, John, Paul e Ringo. No norte-americano, fizeram uma montagem esdrúxula, passando o Ringo no lugar do John e colocando Paul por último... Igualzinho às músicas do lado "B", que foram simplesmente todas trocadas, pela "trilha sonora" do filme, isto é, algumas partes instrumentais do filme. Simplesmente ridículo e, claro, a mudança de ordem de Ticket to Ride e You're Gonna loose that girl...
No disco nacional, na “Help!”, há
a introdução de James Bond (tandaramdamdamdamdam!!!), que é utilizada no filme,
entre uma cena e outra. Quem nunca a ouviu, com essa introdução, vale a pena
ouvir!
LP MONO inglês, original da minha caixa MONO... Igualzinho ao que saiu na Inglaterra, há 50 anos!!! |
Trata-se de um dos meus LP’S favoritos.
Os Beatles estavam crescendo musicalmente e este LP marca bem essa “guinada”.
Não vou destacar esta ou aquela
música, já que fica difícil elogiar uma a uma. Peguem o disco e ouçam, do
começo ao fim. Como eu já o ouço desde pequeno (há pelo menos 40 anos!), fica
mais fácil este tipo de sugestão.
Atentem apenas para o seguinte: uma
das mais belas canções da história fonográfica figurar no lado “B”: “Yesterday”.
Sabemos que as músicas, nos discos, quando tinham “lado”, o lado “B” era
reservado para aquelas canções em que as bandas relegavam a um segundo plano,
mesmo... Imaginem vocês, a maior banda de rock de todos os tempos, “relegando
para um segundo plano” uma canção desta... É, meus amigos, a coisa era nivelada
por cima, mesmo!... E tem gente ainda que acha discutível ser os Beatles a maior
banda de todos os tempos... Tsc, tsc...
LP MONO... Imaginem vocês, quando minha agulha começar a percorrer os sulcos... |
Tudo isso está fazendo meio século
de vida: tudo isso foi construído para valer através dos séculos... A música
dos Beatles atravessará os séculos, e há de ser eterna...
Só a título de curiosidade, HELP! foi DISCO DE OURO NO DIA DE SEU LANÇAMENTO: Explico: somente as encomendas do disco (antes da venda), ultrapassavam 1 MILHÃO DE CÓPIAS... Isso lá em 1965... Vocês tem ideia do que representa isso, em termos de popularidade e vendas, sendo que, praticamente dispunha-se somente do rádio como "mídia"? Imaginem vocês, os Beatles, nos dias de hoje, com sua qualidade sonora, com a "internet"...
Quando eu fui para a Inglaterra,
há exatamente um ano, eu ainda punha dúvidas em mim mesmo, se e até quando e
até quanto eu era Beatlemaníaco... Bem... Voltando de lá, acho que eu agora
tenho muita certeza, de quando e quanto os Beatles fazem parte e significam
para mim, principalmente naquela tarde, lá no Philarmonic, em Liverpool, onde
eu e a Marluce comemos “fish and chips”... Ou, quando entramos na Savile Row,
também numa tarde londrina, para conhecermos o famoso prédio da Apple...
Bem, vamos parar por aqui, porque
dá muita saudade da Inglaterra e daqueles momentos...
Assistam ao filme e ouçam o
disco. Vale a pena.
Alex
A título de registro, vendemos o
nosso Opala, que se foi na última terça-feira, dia 4. Penso que viramos mais
uma página, difícil de virar.
Última sessão de fotos do Opala... Vai deixar muitas saudades!!! |
1965 marca, também, o surgimento
do Pink Floyd, ainda com Bob Klose na guitarra, ao lado de Syd “Gênio”
Barrett... Depois, é só história...