domingo, 21 de junho de 2015

TICKET TO RIDE/YES IT IS

Bom dia,

Aproveitando esse clima “monástico” (som MONO, para nós, outros!!!), vamos dando continuidade as nossas homenagens à maior banda de rock de todos os tempos. 1965 é mais um marco na história do rock e dos Beatles.

Sessão de fotos do show no London Palladium... Saudades de lá!!!! Quem diria que, um dia, eu iria entrar lá dentro, no palco do início da Beatlemania!!!!
Saímos de 1964 com os rapazes de Liverpool extenuados, numa rotina excruciante.... Entretanto, o sucesso e a responsabilidade (ainda) não pareciam pesar sobre suas costas. Basta ver que, a partir desse ano inicia-se a fase mais produtiva da banda – e historicamente – do rock e que, certamente, jamais voltaria a acontecer.

Então, 65 começa com o single “Ticket to Ride”/Yes it is”, lançado na Inglaterra em 9 de abril de 1965.

“Ticket to Ride” disputa, sem dúvida nenhuma, com “You really got me”, dos Kinks como a gravação pioneira do gênero que iria fazer sucesso e desencadear uma avalanche de camisetas pretas, acessórios – ora de luta, ora de tortura, ora de sado masoquismo... Tudo muito esquisito (na minha opinião), que encontramos comumente neste imaginário e às pencas na galeria do rock, lá na 24 de maio, “point” também desse tipo de “tribo” - todas expressões recorrentes destes dias em que escrevo aqui - na segunda metade dos anos 1970 e anos 1980 e seguintes: o Heavy Metal: Um riff constante e insistente, alongado e pegajoso, sustentado

Single original, made in U.K.

A propósito, é, no mínimo risível ver alguns usando camisetas pretas de bandas de rock que nada tem a ver com heavy metal: Pink Floyd, por exemplo....

Então, os Beatles acabaram, sem querer, impulsionando mais um modismo!

Apesar de seus vocais principais serem feitos por John, essa música tem a participação de Paul também, na composição.

Ela foi usada nas cenas do filme “Help!” (objeto da próxima blogagem), em que os Beatles estão na neve austríaca.

Há duas versões oficiais inoficiosas sobre a origem da letra: uma de Paul, que quase confirmou a versão de fãs americanos da época, de que se referia sobre uma passagem  da British Railways para a cidade de Ryde, na ilha de Wight; outra, de John, de que, nos tempos de Hamburgo, havia uma espécie de cartão para as prostitutas de lá, declarando que não tinham nenhuma doença venérea. Daí... Foi lá que John cunhou a expressão “ticket to ride”, para referir-se sobre tais cartões. E, como ninguém bateu o martelo sobre nada, permanece no campo das hipóteses e das lendas que giram em torno dos Beatles.

“Yes it is”, o lado “B” do single é,  para mim, é uma das melhores canções deles, a despeito de John, seu autor, ter dito, anos mais tarde depois de sua composição, estar envergonhado de escrevê-la, uma vez que “era uma tentativa de reescrever “This Boy” (outra bela canção, já objeto desse blog), uma vez que elas tinham os mesmos acordes, harmonia e ‘falatório sem sentido’”.

Cópia made in U.K. original, para "promoção": da época em que as pessoas ainda ganhavam discos, em rádios, etc...
Chique, hein?... E, RARRRRÉÉÉÉÉÉÉÉMIMO!!!!!

Se, para John a canção “não funcionava”, para nós, fãs, ela é maravilhosa e, não por acaso, chegou fácil, fácil ao primeiro lugar na Inglaterra e nos EUA, juntamente com Ticket to Ride.

Essa trica de John com as canções de amor dos Beatles começou depois que ele conheceu e conversou com Bob Dylan, que o reorientou na criação de letras. Anos depois ele foi rechaçando quase que todas elas, uma a uma, sem dó nem piedade, tamanha era sua necessidade de escrever e enxergar “coisas mais adultas” e mais “sérias”, do que falar da garota que não quer ficar com o garoto, que ama outra garota...

Para vocês terem uma ideia, olhem como as coisas eram feitas a esmo, no Brasil: O compacto que deveria ser Ticket to Ride/Yes it is, virou: You like me too much/Tell me what you see (ambas de Help!), de um lado e...

Toda aquela histeria das fãs enlouquecidas, combinado, claro, com seus tropeços e desacertos sentimentais corroboraram e muito com tais opiniões, na véspera de seu desencarne. Isso sem falar da necessidade que ele achava (e insistia) de romper com seu passado (não tão distante, assim) de Beatle e todas aquelas coisas.

... Dizzy miss Lizzy (também de Help!)/Yes it is, de outro... Ou seja, Ticket to ride só apareceu em Help!, no Brasil... E este selo é de... 1966!!!, um ano depois...
Lembro-me de quando eu era pequeno (também não faz tanto tempo assim!) haviam muitos rumores sobre uma suposta volta dos Beatles, etc. Claro, tudo para encher e vender jornais, porque, todo mundo sabia que isso jamais voltaria a acontecer: basta ver “quantas e quantas vezes” George, Ringo e Paul tocaram juntos, a partir do final de 1969, período em que a banda se desmanchou e, mais ainda, quando do desencarne de John, em 1980.

Faço esta colocação para os que, de hoje, tentam ser fãs dos Beatles sem muito conhecer a história deles. Muitos daqueles que vão a shows do Paul, aqui no Brasil, já me perguntaram o porquê disso, isto é: Cadê o Ringo... Por que Ringo não é o baterista de Paul; por que George não é (muitos nem sabe que ele também já desencarnou) o guitarrista de Paul e essas coisas...

As coisas não foram e nunca foram tão simples, assim, como hoje em dia, como para as bandas de hoje: nem precisam ir a um estúdio, para gravar um disco, aturar uns e outros, fazem shows de qualquer jeito e todo mundo compra seu ingresso na “internet”, que se esgotam em minutos; chegam no show, tocam muito mal e porcamente e as pessoas gritam e se descabelam, como se aquela banda fosse a melhor de todas.

Tal como a Capitol norte-americana, a Odeon no Brasil adorava fazer suas seleções esdrúxulas-caça níqueis das músicas dos Beatles...
Ou, o que não é menos pior: bandas dos anos 1960/70/80, algumas totalmente sem suas principais características (Queen sem Freddie Mercury, p. ex.), outras “sem vocalista” - Deep Purple com Ian Gillan sem voz, sem suas almas Ritchie Blackmore, Roger Glover e Jon Lord; Black Sabbath sem Bill Ward e “sem vocalista”, desde que Ozzy saiu/ficou sem voz, Genesis sem Peter Gabriel (por mais que Phill Collins se esforce...)... Só para citar algumas, que as pessoas pensam estar vendo e ouvindo alguma coisa lá do passado, mas que, com certeza, está muito, mas muito longe dele.

Agora, imaginem vocês: Beatles sem um de seus componentes...

Está bem: um pouco de otimismo: Banda(s) que, mais ou menos, deram “certo” sem sua(s) alma(s): Pink Floyd, por duas vezes: sem SYD, primeiro, e sem Roger Waters, depois; bem, pelo que me ocorre no momento, só essa mesma... Ou um Led Zeppelin, fazendo Celebration Day, com o filho de Bonhann na bateria... Vá lá... Tá.

Em 1966, os Beatles já não mais escreviam "yeah, yeah, yeah"... Só no Brasil, por razões principalmente políticas (ditadura civil - militar) as pessoas ainda os viam como "os quatro bom moços ingleses", nesta época, ideia, aliás, que permaneceu durante muitos anos, por aqui... E ainda se encontra gente que os veja exatamente assim...
O resto – e quase todas elas tentaram e deram-se muito mal: Uriah Heep (completando o “quarteto de ferro” inglês), Creedence, o meu Yes, quando insiste em tocar sem Jon Anderson, sem Rick Wakeman... Não dá.

A única de todas, na minha opinião, que sobrevive a tudo: Rolling Stones, mas, ainda assim, com queda (despenca!!!) de qualidade... Discos horríveis, desprezíveis... Não dá!

Bem... Na outra semana – semana que vem estaremos em São Paulo (sem nenhuma saudade, repito!), para o aniversário da Bebel – estaremos conversando sobre o filme HELP! (gente, sempre que se referirem ao filme e à música, por favor, coloquem “!”, no final... É assim mesmo que se deve referir a ambos, porque assim foram escritos e idealizados).

OS: vivemos uma onda conservadora e reacionária no Brasil sem precedentes na nossa história, já tão farta destas esquisitices humanas e destes episódios lamentáveis. Estamos observando tudo isso com muita preocupação. E o Rock - sempre ele - sempre foi contra principalmente tudo isto e contra tudo isto sempre se levantou. Estamos de olho. E vivos. Falta de Rock and Roll.

Até mais, se ainda houver liberdade de expressão...

Alex






quarta-feira, 17 de junho de 2015

THE BEATLES IN MONO É MAIS GOSTOSO!!!!

Boa noite!

Excepcionalmente escrevemos num dia de semana (comum). Hoje é feriado em Leme e estamos de folga. Resolvidos os "problemas" no centro de Pirassununga - hoje, por exemplo, transferimos o título eleitoral, depois de 25 anos! - e, agora, é só escrever, neste fim de tarde maravilhoso de interior. Aliás, não sei o que é mais bonito, por aqui: se são as noites límpidas ou esses por do sol maravilhosos...

Um toque Palmeirense!!! Logo, logo, na minha camiseta!!!!
Bem, pelo título, já dá para perceber... Sim! Consegui finalmente adquirir minha CAIXA MONO dos Beatles... Motivo de outras blogagens, quase a comprei em Londres, no ano passado, enquanto estive por lá... Mas a caixa iria ser lançada em setembro (2014) e nós lá estávamos em agosto... Por pouco não a trago nas malas!!!!

A tão sonhada caixa... Em meu mais novo "palco de exposições"...
Entretanto, fui juntando dinheiro e... Consegui!!!


Esta também vem com o "livreto", com fotos maravilhosas e histórico dos discos e do processo da nova gravação...
 Como já lhes disse, ouvir os Beatles em MONO é sempre um prazer especial. Todos os LP'S, até o "Álbum Branco" foram gravados originariamente em MONO. Estes novos discos são gravados diretamente das "masters" originais, de modo que, maior fidelidade do que essa, só mesmo escutá-las lá em Abbey Road!!!!


Com a bandeirinha, "made in England" e o "livreto"... Maravilhoso!
Tenho também a coleção mono brasileira, mas, claro, perde e muito para a tecnologia de recuperação e gravação de hoje: discos novos, em 180g e com todos os requintes de um bom disco novinho... E, claro, seguindo todo o projeto gráfico original.


Os "meninos", na nova configuração do sofá...
 Agora só estou esperando meu equalizador gradiente ficar pronto, para, em grande estilo, sentar e ouvir meus discos...


O álbum branco também vem numerado, a exemplo do inglês, lançado em novembro de 1968...
 A caixa estéreo ainda não a ouvi. Também estarei ouvindo, interpoladamente, para sorver todo o som delas!!!


Reparem nos detalhes: o "mono", no canto sup. direito e a contracapa...
No mais, digo-lhes que ressuscitei meu som gradiente - aos poucos, é claro!!! Acabei vendendo - me errependendo - para montar meu Marantz... Fiquei com algumas peças - deck, toca cd's e toca discos - , mas, infelizmente meu Marantz durou muito pouco... Mas desfrutei, durante um tempo, do som quadrafônico maravilhoso que ele entregava!

O mais interessante - por fora - é a cópia fiel do original inglês, lançado nos anos 1960...
Bem, no dia 27 de junho estarei novamente em São Paulo - sem nenhuma saudade de lá, exceto das pessoas! Vamos ver se neste final de semana nós continuamos a trocar figurinhas...
Minha agulha está "coçando", para percorrer os sulcos destas maravilhas!!!!

15 de junho de 2015: O dia em que a caixa mono chegou!!!

Minha agulha está "coçando", para começar a percorrer os sulcos destes discos... Aliás, tenho uma novinha em folha, em diamante, aguardando estes discos, desde que foi anunciada a sua prensa!!!

Até breve!!!

PS: Outra coisa digna de registro foi a venda da nossa mesa, que serviu a família inteira no Natal de 2012... Até agora não acredito como o comprador enfiou tudo isso num carreto 4x4!!! Mas que ele conseguiu, conseguiu... E foi embora, para Paulínia!!!!


Cabia a família toda, aqui!!!