segunda-feira, 18 de agosto de 2014

50 ANOS DE “A HARD DAY'S NIGHT"

Capa do disco original mono, inglês.
Boa tarde a todos,

Voltamos de férias, nesta segunda-feira que me resta para trazer-lhes as comemorações dos 50 anos do lançamento do filme “A HARD DAY'S NIGHT” (junho/1964) e do disco (julho/1964).

Capa do disco original mono, brasileiro. Reparem a diferença gritante. Mas as músicas, pelo menos, são as mesmas.

Entretanto, vamos fazer uma homenagem diferente de como tem sido feita por esse blog: em grande estilo, já que estivemos em LIVERPOOL e em LONDRES, na primeira quinzena desse mês glorioso de agosto de 2014, mês esse também que celebra os 100 anos de glórias da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Premiére do filme no antigo London Pavilion. Estive lá e o prédio, hoje, abriga o Trocadéro, uma espécie de shopping.
Vejam o London Pavilion, hoje, 2014.

Digo a vocês que, comemorar os dois lançamentos, LÁ, não é para qualquer um. E não é somente no sentido financeiro que digo. Muitas pessoas que gostam dos Beatles permanecem com os velhos clichês de turistas comuns: “estive no Cavern. Olha eu lá...” E aí vem aquelas toneladas de fotos, que os japoneses bem sabem como são, com todo o respeito (CLIC!, CLIC!, CLIC!!! Eles são insuperáveis...).


O templo mais sagrado do rock and roll. Ficamos lá UM DIA INTEIRO, ouvindo bandas e cantores interpretando os Beatles e outros artistas britânicos, como Queen, por exemplo. Inesquecível!!! Pena que não dá para eu postar um dos três ótimos filmes que fiz do interior do Cavern...

Não vou descrever muito sobre isso, porque faltam-me muitas razões e sobram-me muitas, mas muitas emoções. Estar nos lugares em que eles tocaram, nos lugares onde estiveram, onde comeram, onde beberam não chega aos pés do que SENTIR tudo isso. VIVENCIAR tudo isso.

Histórico local!!!

Muitas emoções!!!

Ótima companhia, prato maravilhoso e ambiente pra lá de histórico. PERFEITO!

Minha querida esposa beatlemaníaca!!!

Digo-lhes que voltar para o Brasil, depois de tudo isso, deixa-me um pouco chateado... MUITO, corrigindo. Estar num país REALMENTE DE PRIMEIRO MUNDO, onde absolutamente TUDO FUNCIONA, sem esforço nenhum de nossa parte e voltar para cá... Quem já teve essa experiência sabe o que digo. É de chorar. É claro que já tive essa oportunidade anteriormente e, confesso, hoje, volto mais RESIGNADO do que surpreso/perplexo/deprimido, ante um país que precisa e muito ainda de todos nós...

Foi a minha viagem dos sonhos, como foi de minha irmã, como foi de minha esposa. Mas, em sã consciência, eu nunca imaginaria estar comendo “fish and chips” em Liverpool, e ainda no Philarmonic Pub... Isso, realmente, não consigo descrever o que senti...

Em resumo é isso: falar dos Beatles, para vocês, é fácil; falar do que senti – e ainda sinto – depois de tudo que senti e vi, fica complicado. Curtam as fotos e, sobretudo, ouçam os Beatles, para sentir... Mais do que ver e clicar. E dizer que lá esteve...

Bem, é isso: espero que vocês, que porventura também gostem dos Beatles, sintam-se homenageados.

Abbey Road, no LUGAR CERTO DA CAPA DO DISCO. A faixa foi tirada daí, do local, e colocada em frente ao estúdio Abbey Road, por engenharia de tráfego da pista.


Volto outrora para dizer-lhes como fazer uma MAGICAL MYSTERY TOUR sem traumas, no rastro da MAIOR BANDA DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS, sem dúvida nenhuma. Se, no oitavo dia, Deus criou o Led Zeppelin (que também é de lá), os Beatles foram criados fora de qualquer dia.

Bela vista do Albert Dock e do anoitecer em Liverpool... às 21h30min!!!!


Att,

Alex


quarta-feira, 9 de julho de 2014

"EU SOU BRASILEIRO, COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR"... SERÁ???

... Enquanto houver uma emissora de televisão dando as cartas no futebol;
... Enquanto ela determinar quem é o campeão, os horários dos jogos e financiar os clubes brasileiros;
... Enquanto houver CBF e FIFA;
... Enquanto houver clube ganhando estádio, por mero capricho das autoridades ora no poder;
... Enquanto a soberba insistir e coexistir no futebol e o brasileiro continuar a achar, ainda nos dias de hoje, que tem o melhor futebol do mundo;
... Enquanto continuarem a utilizar o futebol para outras coisas que não sua finalidade...
... Enquanto essa gente insistir em elitizar o futebol, através das ditas "escolinhas" e das arquibancadas (ou a gente pensa que foi o "povo" que lá estava entoando o hino-título da postagem?)...
... Enquanto a gente não aprender a respeitar - POR MAIS QUE DISCORDEMOS - as nossas autoridades, a nossa Presidente da República, que foi literalmente achincalhada na estreia da Copa, pelos burguesinhos sem religião, "revoltados" (com o quê, se ela governa justamente para e com eles???)...
... Enquanto nós continuarmos a insistir em fazer uma apresentação de Copa do Mundo onde se tenta mostrar o Brasil SEM NEGROS (Capoeira sem negros??? Baianas "brancas"???), SEM ÍNDIOS (Qual a tribo???), SEM POBRES, SEM MULTICULTURALISMO, insosso, branco, limpo, puro, com todos os dentes na boca, correto, perfeito, hospitaleiro, ordeiro, educado, hetero...
... Enquanto continuarmos a achar que "NÃO SE FAZ COPA COM HOSPITAIS" (Ronaldo, o EX maior artilheiro das Copas... Agora é Klose, da Alemanha...), que "O FUTEBOL ENCOBRE TUDO"(Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos... MAS QUANDO ABRE A BOCA...)...

Volto a conversar com vocês na manhã de 9 de julho de 2014, depois desse dia histórico - 8 DE JULHO - , em que o Brasil tomou uma sonora goleada de 7X1 da Alemanha, em pleno Mineirão, numa semi-final de Copa do Mundo - Sim, a Copa está sendo realizada aqui no Brasil, com todos os superfaturamentos, todas as maracutaias, todos os ufanismos, heróis, vilões, etc., que sói acontecer aqui no Brasil.

É impossível esse Blog não comentar sobre o que aconteceu no dia de ontem. Isso é apenas a consequência de toda uma conjuntura (ESTRUTURAL) onde futebol no Brasil RESPIRA.

Tudo começou no dia em que se resolveu que uma emissora de televisão iria mandar e desmandar no futebol. Não. Não começou no dia 12 de junho de 2014, dia em que começamos a fazer um gol contra - literalmente - a favor da Croácia, nossa primeira adversária na Copa, dentro de um estádio feito COM NOSSO DINHEIRO - PÚBLICO, para satisfazer vaidades e caprichos de dirigentes e torcedores, e vice-versa.

Muito se fala, hoje, por aqui, em LEGADO DA COPA: pois bem! Esse seria o grande leigado, sobretudo aquele que as autoridades não querem ver, por pura conveniência: O BRASIL (PAÍS) NÃO É A CBF. Traduzo meu raciocínio, para vocês: as coisas só poderão começar a mudar no futebol no dia em que passaremos a torcer para o BRASIL, e não para aquela camisa que ostenta aquela sigla, mais comumente conhecida como CASA BANDIDA DO FUTEBOL.

Escrevo-lhes, porque houve uma resistência muito grande por boa parte das pessoas no que toca à realização da Copa por aqui. Não. Não pensem - vocês que lerão esse "post" daqui a quarenta, cinquenta, cem anos - que a Copa no Brasil foi aquela FESTA, aquela UNANIMIDADE.

Desde a tragédia de Sarriá (VEJAM MEU "POST" SOBRE ELA, NESSE BLOG), jamais ousei chorar por uma derrota do Brasil em Copas. Nada mais valeu a pena derramar-se em lágrimas. Para mim, o futebol brasileiro MORREU ALI. E, para os românticos - sim, o futebol já foi romântico. Hoje, ele é, no mínimo, hilário - O FUTEBOL ARTE TAMBÉM ALI MORREU, naquela tarde - AÍ, SIM, TRÁGICA - de 5 de julho de 1982, data máxima da MORTE DO FUTEBOL BRASILEIRO E, CONSEQUENTEMENTE, DO FUTEBOL ARTE.

Depois, a gente cresce - EU TINHA APENAS 8 ANOS DE IDADE - e vê como as coisas se processam nos bastidores e acaba ficando mais cético com relação a tudo isso. Nossa consciência política se cria e alarga-se. Agora, ficou tudo muito claro e ninguém engana a ninguém mais. Explico: todo esse ufanismo que vemos em Copa do Mundo, aqui no Brasil, não passa de FINGIMENTO E FALSIDADE das pessoas, como todos nós já sabemos. De PATRIOTISMO, nós, brasileiros, passamos longe.

A nossa falta de educação, no confronto contra o Chile (oitavas de final. Ganhamos na decisão por pênaltis), na hora do hino nacional deles, prova isso. Ninguém que saiba ou tenha o mínimo de amor pelo seu país chega a ponto de VAIAR E ACHINCALHAR o hino nacional de uma outra nação. Muito menos quando se é anfitrião. Vejam que se trata de uma questão de PRINCÍPIO, mesmo.

Dá pra entender quando falo e MOSTRO que sou admirador do futebol argentino (que também está em franca decadência), que, aliás não é de hoje. Vem desde a Copa de 1978. Hoje, há uma espécie de MODA, por incrível que pareça, também, em torcer e vestir a camisa da Argentina. Mas, mesmo esses modistas não conseguem entender como os argentinos encaram isso: patriotismo, futebol, etc. DEVERÍAMOS SEGUIR O EXEMPLO DELES.

A gente não vê argentino "chorando" no hino deles; entretanto, não vemos os governos argentinos fazerem o que quiserem com seu povo, sem AMPLO protesto de seu povo. Percebem? Então, desde muito pequeno, acostumei-me a vê-los dessa forma e admirá-los, pelo seu comprometimento com o país. E isso ficou provado, quando eu os vi, aqui no Brasil, no metrô, à espera de um jogo da seleção deles. O quanto eles dão valor àquela camisa que ostenta as cores do país deles, não como a nossa, que ostenta um verde-amarelo mentiroso e caduco, mal ensinado até mesmo dentro de nossas escolas... Quem foi que disse que as cores do Brasil são APENAS verde e amarelo? Viram a contradição? Os argentinos NÃO TORCEM PELA "AFA", entidade que administra o futebol deles. Torcem pela Argentina. 

Uma rivalidade, que aliás, NÃO FAZ O MENOR SENTIDO. Nós já sabemos que essa tal "rivalidade" foi alimentada pelas DUAS DITADURAS MILITARES, à época. E fomentada DO LADO DE CÁ, pela sempre irrefletida e esdrúxula imprensa esportiva brasileira, que vê neles um potencial rival. Do lado de lá, tal rivalidade nunca existiu, nesse grau com que tentamos pintar por aqui. É de sobejo conhecimento de qualquer um que tenha um mínimo de informação (e não deformação) que os argentinos possuem uma rivalidade HISTÓRICA com os uruguaios, que expande a questão futebolística. Eles simplesmente NÃO DÃO BOLA PARA NÓS, brasileiros.

Dito isso, também para a posteridade, voltaremos em muito breve para conversarmos sobre os Bealtes, que comemoram os 50 anos do filme "A HARD DAYS NIGHT".

Que possamos ter aprendido que O BRASIL JÁ HÁ MUITO, MAS MUITO TEMPO, NÃO É O MELHOR FUTEBOL DO MUNDO; que essa nossa soberba (e não dos argentinos. NÓS SOMOS ASSIM...) só nos atrapalha, dentro e fora de campo; no futebol e na vida comum. FALTA DE HUMILDADE É FALTA DE EVOLUÇÃO ESPIRITUAL. É falta de uma das mais importantes virtudes.

Humildade, para reconhecer que já não se é como se foi, um dia, e admitir que outros são, HOJE, melhores, mais organizados, mais solidários, mais patriotas e, o que é mais importante: que outros são mais humildes do que nós, que sempre reconheceram a inferioridade deles para conosco (no futebol, é claro) e que, hoje, são-nos superiores... TAMBÉM NO FUTEBOL, e em nenhum momento nos desrespeitaram, mesmo com uma goleada para lá de histórica. As consequências? Bem, tem gente que prefere continuar no mundo de Willow... E você?...

Temos muito, MAS MUITO a aprender.

Att, e que, não o MELHOR VENÇA, pois nem sempre vence o melhor, mas que VENÇA AQUELE QUE MEREÇA. Bem, eu, como sempre, torço pela Argentina, como sempre, que, aliás, tem um jogo duríssimo, hoje, contra a Holanda. Mas, se não der para ela, que vença quem merece vencer, no domingo, 13 de julho de 2014, no Maracanã... Dessa vez, sem o Brasil.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

THE BEATLES: 50 ANOS DA INVASÃO BRITÂNICA

Boa tarde a todos,

Conforme combinamos, estamos de volta para marcar as comemorações dos 50 anos da 1ª viagem dos Beatles aos EUA, fato que ficou marcado na história da música e do entretenimento e que ABRIU AS PORTAS PARA AS BANDAS INGLESAS do "mercado" norteamericano, chamado de INVASÃO BRITÂNICA.

A MAIOR BANDA DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS.

Precisamente, no dia 7 de fevereiro de 1964, há exatos 50 anos, os Beatles desembarcavam do voo 101 da Pan Am (extinta) no aeroporto de Nova York (que acabara de ser intitulado John Kennedy) para dar início a apresentações marcadas naquele país. Cerca de 10.000 pessoas aguardavam, histericamente, o pouso do avião (números da época: pode ser que tenha havido muito mais).

Pouca gente, não é??? Veremos!!!
Não consegui colar o vídeo aqui. Saquem só esse link: http://splashurl.com/o3vy4gt


A viagem foi meticulosamente preparada por Brian Epstein, empresário dos Beatles, que esperou o single I WANT TO HOLD YOUR HAND/I SAW HER STANDING THERE (para nós, I WANT TO HOLD YOUR HAND/THIS BOY, no original britânico) chegar ao 1º lugar nas paradas norteamericanas para TER CERTEZA de que os Beatles, ali, fariam enorme sucesso. E, claro, não poderia ter sido diferente. E foi o que se deu.




Percebam que foi como que numa guerra, onde se prepara o território, antes da INVASÃO. Daí também o termo empregado pela mídia, na época.

A Beatlemania chega aos EUA!
Os Beatles, logo que chegaram, foram literalmente sabatinados em a uma coletiva de imprensa de mais ou menos 200 jornalistas: naquela época, usar cabelos compridos, balançar a cabeça, gritar nas músicas era algo totalmente incomum. Exceto por Elvis, que fazia uma ou outra coisa, o fato é que as pessoas estavam desacostumadas a esse tipo de comportamento.

Acham mesmo, que hoje as bandas dão "coletivas"???

O velho e bom humor inglês; o sarcasmo e a ironia rolavam solto e prenunciavam todo um "script" futuro de bandas de rock. Os Beatles, desde quando ABRIAM A BOCA para falar algo, revolucionavam e mudavam costumes. Tinham charme e irreverência. Foi ali, no ano de 1964, que eles marcaram definitivamente a história do rock and roll. Aliás, se tem um ano para ser marcado na história deles, do tipo "auge da carreira" (é, porque, eles SEMPRE estiveram no auge, mesmo quando faziam as coisas drogados, mal acompanhados ou brigados), com certeza foi esse ano. Em 1964 os Beatles eram quase uma unanimidade. Disse "quase". Vejam só o que parte da imprensa norteamericana falava deles:

John responde a perguntas...

A revista semanal Newsweek: "Visualmente, são um pesadelo. Ternos eduardianos apertados e cabelos em forma de tigela. Musicalmente, um desastre: guitarras e bateria detonando uma batida impiedosa, que afugenta ritmo, melodia e harmonia. As letras (pontuadas por gritos de ‘yeah, yeah, yeah’) são uma catástrofe, um amontoado de sentimentos baseados em cartões do dia dos namorados".
Seguindo a mesma linha, O New York Daily News publicou: "Bombardeada com problemas ao redor do mundo, a população voltou seus olhos para quatro jovens britânicos com cabelos ridículos. Em um mês, a América os terá esquecido e vai ter que se preocupar novamente com Fidel Castro e Nikita Krushev". 
Uma linda foto em cores, de época...
Bem, talvez, agora, vocês, meus queridos leitores, NÃO ESTRANHEM, quando "pego no pé" dos "yankees": Não é, não foi o que sempre lhes disse dos EUA, com relação aos Beatles, etc? Como eles eram "proféticos", não?





No documentário "The Beatles First US Visit", que tenho em VHS (ainda não o possuo em DVD, que foi lançado em 2004, numa versão mais longa) dá para ver o que aconteceu no aeroporto e ter a dimensão do que significava os Beatles àquela altura das coisas.


Tentando entrar no automóvel...
Passado um dia de descanso e passeio, onde os Beatles deram entrevistas, por telefone, dentro do hotel, a uma rádio em que o locutor ficou "pentelhando" eles (8 de fevereiro). Paul até pediu uma música: "Pride and Joy", de Marvin Gaye e o locutor chato o atendeu...
John, nos camarins do programa...
Aproximava-se o momento épico: o Programa de Ed. Sullivan, "Ed. Sullivan Show", da TV CBS.


Para quem não o conhece, lembre-se de Silvio Santos: este inspirou-se naquele.

Esta apresentação, há exatos 50 anos (HOJE, 9 DE FEVEREIRO), bateu o recorde de audiência da TV norteamericana, JAMAIS SUPERADO: 73 MILHÕES DE PESSOAS assistiram, AO VIVO, aos Beatles se apresentarem no programa dominical de Ed. Sullivan (por sinal, era um domingo, igual a este!!!).



Histeria coletiva, os rapazes de Liverpool mal conseguiam ouvir-se e cantar. Não fosse a "mão de ferro" de Ed. Sullivan, mal se apresentariam... E, ainda por cima, George estava fortemente gripado, e apresentou-se sob remédios. Não participou da passagem de som e nem dos testes de câmera, no dia 8 (sábado).

A chegada aos estúdios da CBS

Nesta 1ª apresentação, os Beatles tocaram "All my loving", "Till there was you" (ambas do LP With the Beatles), She loves you, I saw her standing there (que, para os norteamericanos, era o lado B do single I want to hold your hand) e fechando, claro, o lado A do single: I want to hold your hand.


 Devido ao estrondoso sucesso, os Beatles foram a Miami (não menos tumultuosa, nessa apresentação os seguranças tiveram trabalho para conter a histeria e a euforia dos fãs)  de onde também participaram, no dia 16 de fevereiro (no outro domingo) do programa do Ed. Sullivan. Em Miami, eles abriram com She loves you,  This Boy (o lado B do single original inglêsI want to hold your hand), All my loving, I saw her standing there, From me to you e, fechando, novamente com I want to hold your hand.

Em Miami...

No outro domingo, 23 de fevereiro, o programa do Ed. Sullivan utilizou-se dos tapes pré gravados: exibiu-se Twist and shout, Please please me (ambas do LP "Please please me") e I want to hold your hand.



Vale a pena ver o documentário. Para quem ainda não o viu, as imagens são em preto e branco e históricas, mostrando aos desavisados, que pensam fazer sucesso hoje em dia, como se deve comportar-se, mesmo no AUGE DA CARREIRA: ser você mesmo, sem ter preocupação de mentir, dissimular e fingir situações.



Durante a apresentação dos Beatles, no dia 9, a polícia de Nova York informou não haver SEQUER UM CRIME REGISTRADO EM TODOS OS EUA...

Os Beatles, tempos depois, faziam CLIPES (sim, também NISTO foram PIONEIROS) e mandavam para o programa de Ed. Sullivan, para serem exibidos:  em 12 de setembro de 1965 o Ed. Sullivan exibiu "I feel fine, I'm down, Act Naturally, Ticket to hide, Yesterday e Help! (sim, HELP! Com exclamação. Explico o porquê na blogagem do LP Help!... Em breve!...).

Também entre 1966 e 1967, os Beatles produziram clipes e enviaram para o programa, para ser exibido: Paperback writer, Rain, Penny Lane e Strawberry fields forever.

Fora o programa do Ed. Sullivan, os Beatles também se apresentaram no Washington Colliseum, em 11 de fevereiro de 1964, que era uma arena de boxe onde foi montado uma espécie de palco GIRATÓRIO. Sim. Isto mesmo!!! Girando em 180 graus após a terceira canção para permitir que o público por trás deles pudesse assistir ao show. Isso foi repetido novamente após I Wanna Be Your Man, e após She Loves You, viraram em 45 graus!!!

Detalhe do palco e da banda, nesta apresentação.

Cerca de 10.000 pessoas assistiram à apresentação, que teve o seguinte "set list": Roll Over Beethoven , From me to you , I Saw Her Standing There , This Boy , All My Loving , I Wanna Be YourMan , Please Please Me , Till There Was You , She Loves You , I Want To Hold Your Hand , Twist and Shout e Long Tall Sally .

Detalhe: vejam o suor no rosto do Paul, nesta apresentação no Washington Colliseum...

Eles viajaram de trem, de Nova York a Washington, devido ao mau tempo. Cerca de DUAS MIL fãs aguardavam a chegada deles, em meio a neve e ao frio. Chegando lá, deram entrevista coletiva antes de visitar a primeira rádio a tocar a música deles nos EUA: a WWDC.

Tédio de John, na viagem de trem de N. York a Washington....
Brian Epstein havia permitido a CBS  filmar o desempenho dos Beatles, que foi mostrado pela National General Corporation em uma cerimônia em cinemas dos EUA em 14 e 15 de março de 1964.




Após esta apresentação Os Beatles participaram de uma recepção na embaixada britânica, a convite de Lady Ormsby-Gore. Eles deram prêmios da rifa - cópias assinadas do Meet The Beatles! (1º LP norteamericano),  - No final de uma dança para beneficiar a Associação Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças, e se misturaram com os dignitários reunidos.


Após, um dos convidados cortou uma mecha de cabelo do Ringo, de trás da orelha esquerda. Os Beatles foram embora e Brian Epstein disse nunca mais submetê-los a uma ocasião como esta novamente.


Vai um ingresso, aí???

Esta apresentação, também, rendeu a capa de um LP lançado aqui no Brasil, na década de 1960, que merecerá blogagem especial: BEATLES 65, que não tem nada a ver com a versão norteamericana, de mesmo título. Ei-lo:


Após estas avassaladoras apresentações, as rádios dos EUA, que TORCIAM O NARIZ para as bandas inglesas, "DESCOBRIRAM", "CORRERAM ATRÁS" de outras "REVELAÇÕES": The Rolling Stones, The Who (que merece uma blogagem especial... É uma das minhas bandas favoritas), The Kinks, The Animals e The Hollies, entre outras bandas menos expressivas da época.

Após isso, somente o LED ZEPPELIN teve "facilidade" de chegar aos EUA, pois os norteamericanos ainda tinham dificuldade de "assimilar" a nova onda britânica do final dos anos 1960 e começo dos 1970: o psicodelismo (Pink Floyd, The Movie, etc, a despeito das bandas de São Francisco, que não eram TÃO psicodélicas assim, ao menos no som, tais como Jefferson Airplane, Greatful Dead, Quicksilver Messenger Service, entre outras...) e o Rock Progressivo (King Crimson, Pink Floyd, Yes, ELP, etc). Mas as portas estavam definitivamente abertas...

Fim de férias. Amanhã estarei retornando ao trabalho. Quiçá, dentro em breve, bem longe de SP. Torçam por mim e fiquem com DEUS...

Saudações Beatlemaníacas...

Os Beatles retornam à Inglaterra... E eu, ao serviço!
BYE!!!



domingo, 19 de janeiro de 2014

A INVASÃO

Bom dia a todos!!!!

Começo a escrever para vocês exatamente às 11h 59 min. desse domingo, 19 de janeiro...

2014 será um ano de muitas comemorações... Centenário do meu Palmeiras, e, claro, de alguns lançamentos importantes da MAIOR BANDA DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS: THE BEATLES!!!

Bem, como está na moda os "rolezinhos"... Aqui, ia eu abrir um parênteses, mas, vamos registrar, para a posteridade: ato utilizado por jovens da periferia daqui de São Paulo para utilizar espaços nos "shopping centers" para encontros e consumo... E, depois da desastrada ação da Polícia Militar - Que já há muito deveria de deixar de ser - , num ranço autoritário, discriminatório, burguês, mesmo, utilizando-se de sua força descabida e desproporcional para, como sempre, "dispersar" "multidões", desceu - MESMO!!! - com o perdão da palavra, O CACETE na molecada, dentro do "Shopping" Itaquera, esta, agora unida com os movimentos sociais, faz protestos...

Aquelas velhas coisas de sempre, que, talvez, um dia aí na frente em que estejamos relendo essas linhas pouco ou nada se modificarão, ENQUANTO O SISTEMA E AS PESSOAS NÃO MUDAREM: falta de espaço de lazer e cultura nas periferias (bem eu sei, pois que convivi e trabalhei com isso, na política e fora dela), segregação ou exclusão social, racial, sexual (precípuas e necessárias no capitalismo - é justamente isso que as pessoas NÃO ENTENDEM)...

Jovens da periferia que querem os benefícios do sistema (pois que só convivem com seus malefícios), mas NÃO CONSEGUEM ENTENDER QUE O SISTEMA PRECISA SER DESTRUÍDO... E que eles não tem a menor chance DE FAZER PARTE... Como se diz: "Rico que é rico, NASCE RICO"... Riqueza, abundância, SOBRA, PARA ALGUNS, só existe em uma sociedade DESEQUILIBRADA, INJUSTA. O capitalismo, em sua essência, É ASSIM: INJUSTO: Quem produz a riqueza NÃO FICA COM ELA... Produz para alguém...

Comer no "Mc Donalds", comprar roupas de marca, tênis da moda, óculos legais, celulares de última geração, EM TESE, no capitalismo, TODOS TEM DIREITO. Mas nem todos PODEM E A ESMAGADORA MAIORIA JAMAIS  PODERÁ, ter isso ou aquilo, tudo, ou tudo ao mesmo tempo, ou a todo tempo... "Fio, desse jeito, Chicago não aguenta!!!" O PLANETA NÃO AGUENTA!!!

Sabe você, amigo leitor e que me acompanha, quantos PLANETAS TERRA são necessários, em recursos materiais, naturais, para sustentar (e nem estou dizendo AO TODO TEMPO, hein? Só por alguns, digamos, momentos...) 7 bilhões de espíritos encarnados, nos moldes do tão sonhado "american ideal", ou "american dream"? Sabe quantos??? PRECISAREMOS DE, PELO MENOS, 3 PLANETAS IGUAIZINHOS A ESSE DAQUI... Assim NÃO DÁ!!! Alguém tem que subir nessa mesa e gritar: "EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIIIIIIIIIIII !!!!!! Parem o mundo, que eu quero descer!!!!"...

Ilusão por ilusão, FICO COM OS BEATLES, que, para mim, É UMA REALIDADE... Desde que eu estava no Plano Espiritual...

Falando em invasão, TEMA DE NOSSA PRÓXIMA CONVERSA, porque, 29 de novembro de 1963 marca o lançamento, na Inglaterra,  de um "single" que iria virar o planeta de cabeça para baixo. Explico: e também explico o porquê dessa "postagem tardia".

Nesta data, nada mais, nada menos, era lançado o compacto "I WANT TO HOLD YOUR HAND/THIS BOY", dos Beatles.

Compacto original inglês: reparem que é em 45 rpm... E MONO, claro! Show de bola!!!

"Despretensioso", num primeiro momento, para alguém que já havia lançado dois LP'S de sucesso absoluto ("Please Please Me" e "With the Beatles") e quatro "singles", já também referidos neste blog, também de sucesso estrondoso, "I WANT TO HOLD YOUR HAND/THIS BOY" veio ao mundo para, basicamente, ATENDER AO MERCADO NORTE AMERICANO (consumidor por natureza).

Brian Epstein, empresário dos Beatles sabia que esse era um "território a conquistar", pois os Beatles ainda não tinham o mesmo alcance "do outro lado do Atlântico", como tinham na Europa e no resto do mundo. Os norte americanos NÃO GOSTAM MESMO, das coisas que os outros fazem... Notadamente se os OUTROS FAZEM MAIS SUCESSO QUE ELES...

Ainda que os Beatles tenham "bebido" e muito na SOUL MUSIC e em toda a galera da histórica gravadora "MOWTOWN" (que lançava, nos EUA, os artistas NEGROS que não tinham espaço nas grandes gravadoras, por lá, por razões óbvias... RACISMO!) e nos básicos, seu ídolos dos anos 1950 (Berry, Perkins, Richard, Lewis, entre outros...) o fato é que INCOMODAVA aos americanos aqueles quatro cabeludos da "MATRIZ"... Isso explica muita coisa que aconteceu depois (vide episódio das "fogueiras Beatles", tema para uma blogagem especial... Só para deixar com água na boca, para apagar o fogo!).

Sempre sinceros (os hipócritas sempre os odiarão) e diretos, mesmo com o "freio politicamente correto Brian Epstein", desagradavam o "establishmment" (acho que é assim...) do "american ideal", descrito alhures...

Então, os Beatles - e as bandas inglesas, da época - tinham ENORME dificuldade para "CRUZAR O ATLÂNTICO"... Até o lançamento desse single, em 26 de dezembro de 1963, nos EUA (já saindo alterado, para variar, pela Capitol, no lado B, com "I SAW HER STANDING THERE"). Feito notável, onde nenhum, absolutamente nenhum artista britânico conseguira, até ali, sucesso neste país.

Compacto norte americano original: pelo menos a capa é mais bonita do que a inglesa... Reparem, também, que "This Boy" não se encontra no lado B, conforme explicado acima...

Por aqui, tínhamos enormes problemas políticos, por essa época... Rumores de golpe de Estado (como de fato aconteceu), reformas de base (como de fato NÃO ACONTECEU, infelizmente... Pagamos o preço até hoje desse atraso educacional) e a ascensão da JOVEM GUARDA e a afirmação da BOSSA NOVA (que os gringos adoram).

Quando o single atingiu o 1º lugar nos EUA, em JANEIRO DE 1964 os Beatles estavam em PARIS, excursionando por lá... (saudades de Paris...). Estavam abertas as portas para uma excursão (naquela época dizia-se assim... Tempos depois que se intitulou como "TURNÊ") "DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO"...

DETALHES

"I WANT TO HOLD YOUR HAND" foi escrita e composta na casa dos Asher (pais de Jane Asher - primeira namorada conhecida e famosa- de Paul), no dia 16 de outubro de 1963. Lá tinha um piano onde Paul e John costumavam tocar e compor juntos.

Brian queria algo que soasse como "americano", para lançar o compacto pela Capitol Records (a subsidiária da EMI nos EUA). Trata-se da "nata" das composições Lennon-McCartney, pois era o auge da parceria, onde realmente os dois sentavam e compunham... JUNTOS, dando palpite e contribuindo, um para com o outro.

Compondo, então no porão da casa, John com um órgão (órgão é meu instrumento musical predileto!) e Paul ao piano, ainda havia aquele ar de "adolescentes, beijinhos, mãos dadas, etc. (será a tradução do título da música???). EU QUERO SEGURAR SUA MÃO... E não "suas mãos", como muita gente pensa... Está no SINGULAR...

Mais tarde, Bob Dylan, que iniciou os Beatles na maconha (no LSD ainda não tinha sido ele. Foi depois.) e em novas formas de composição e de ver o mundo, achava que John havia escrito "I GET HIGH", porque, para ele, assim soava, na música... Quando se encontraram e ele perguntou a John, ficou surpreso, não só por ser "NÃO POSSO SEGURAR... (A MÃO)" ("I CAN´T HIDE"), mas também, porque os Beatles não sabiam, ainda, O QUE ERA ESTAR ALTO (para quem não sabe, MACONHADO), àquela altura do campeonato (Eles se encontraram na turnê norte americana dos Beatles, em 1965, antes da criação de um dos mais revolucionários álbuns da história: RUBBER SOUL (reparem na homenagem à Soul Music), razão de uma blogagem especial, mas um pouco mais pra frente!...).

"THIS BOY", o lado "B" do compacto (que eu gosto muito), foi escrita pela dupla mais famosa da história num quarto de hotel, sob inspiração de Smokey Robinsom ("The Miracles", banda que os Beatles adoravam).

George Harrison, em entrevista, afirma que John, ao construir as harmonias da música inspirou-se nos Everly Brothers. John sempre teve muita preocupação com essa parte harmônica, de modo que sempre rejeitou a letra dessa música. Mas, apesar de achar menos importante, a letra tinha-lhe, sim, significado: o rejeitado, esperando tristemente a retribuição de seu amor (sua infância e juventude foram extremamente conturbadas, nestes como em outros aspectos).

Mas, para mim, é uma bela canção... Show de bola...

Essa música saiu no compacto, nesta época e depois no LP "Meet The Bealtes" norte americano - 2º lp dos Beatles por lá - pelo selo da Capitol Records (que DETONAVA com os LP'S ingleses deles, fato que já expus por aqui, neste blog).

Mas, tanto na Inglaterra, quanto no Brasil, somente saiu em compacto (E, por aqui, a Odeon resolveu imitar a Capitol e lançou, também adulterado, com "She Loves You" no lado B) e, depois na coletânea "PAST MASTERS", que buscou reunir as músicas que foram lançadas somente em compacto (e claro, muito dinheiro... para a EMI). "Past Masters" foi lançado no final dos anos 1970, em quatro LP'S: de 1962 a 1965, com capas pretas e logo branco e o outro, BRANCO, com logo preto, de 1966 a 1969.

Compacto nacional: eu só tenho o disco. A capa, não, infelizmente!

Depois de tudo isso a BEATLEMANIA "fincava sua bandeira" em outro território e, a partir dali, a vida começou a ficar diferente pra muita gente.

E A INVASÃO? Bem, a invasão aconteceu um pouco depois... Assim como blogaremos no mês que vem, comemorando os 50 anos da INVASÃO BRITÂNICA!!! FEVEREIRO DE 1964!!! Até lá!!!

"Foi com medo de avião, que eu segurei pela primeira vez na sua mão... Agora ficou fácil, todo mundo compreende... "I Want to hold your hand!!!!..."


Saudações Beatlemaníacas...