sábado, 28 de abril de 2012

PLEASE PLEASE ME/ASK ME WHY


Boa noite a todos,

Nesta blogagem iremos falar sobre o 2º single dos Beatles, que é “Please Please me/Ask me why”.

Lançado em 11 de janeiro de 1963, este single define, praticamente, o som da Beatlemania na Inglaterra, já que o seu lado A – “Please Please me” impulsionou as vendas no Reino Unido, chegando ao 2º lugar e realmente “mostrando” os Beatles para o seu país. A partir daí garantiram sua primeira turnê por lá, abrindo os shows de Roy Orbison. Aliás, John escreveu “Please Please me” em seu quarto, no nº 251 da Menlove Avenue, em Liverpool sob inspiração de Orbison, pois ouvia, no momento, o seu single “Only the lonely”. Idealizou-a lenta, mas, George Martin achou melhor “acelerá-la” um pouco e assim ficou gravada para a história.

O fato curioso é que “Please Please me,” apesar de ser uma típica música pop, inaugura aquilo que será recorrente na carreira dos Beatles: os “duplos sentidos” em suas composições.

Os “Beatles-intérpretes” que, lá nos idos de 1967 buscavam esses “significados ocultos” das músicas – principalmente das composições de John – já existiam, então, de longa data. Observavam ali, em “Please Please me”, à época, um conteúdo, digamos, de prazer sexual; outros achavam também, neste sentido, tratar-se de uma apologia ao sexo oral (isto tudo, na época, era mesmo um verdadeiro escândalo, ainda mais nos países mais conservadores, como Inglaterra e EUA).

Em resposta, Paul, em 1967, também pressionado pela opinião pública sobre as supostas referências às drogas em “Sgt. Peppers” declarou: “Se eles quisessem poderiam encontrar diversos duplos sentidos no começo de nosso trabalho. Tudo pode ter duplo sentido, se você realmente procurar”.

A propósito, John disse, numa entrevista, o seguinte: “Estou cansado de ouvir esse blá, blá, blá sobre a música dos Beatles e ‘Sgt. Peppers’, do tipo ‘plante uma bananeira, ouça o disco de trás para frente que você descobrirá seus significados mais profundos’”. E, evidenciando isto escreveu ”Glass Onion”, para os Beatles-intérpretes, quando estava na Índia, música esta que está no Álbum Branco, de 1968.

Gravada, então, nas semanas seguintes à “Love me do” e inspirada também por esta, basta ouvirmos a gaita de John. E, convenhamos, ficou bem melhor do que ele pensou originariamente, isto é, uma música lenta.

Já “Ask me why” foi escrita em 1962 por John e fazia parte do repertório do Cavern Club, das chamadas “lentas” (baladas).

Estava também entre as quatro primeiras músicas que eles levaram para os estúdios de Abbey Road, na primeira gravação deles lá, em 6 de junho de 1962. Mas George Martin achou que ela não tinha “pique” para ser um lado A de um single (lado A do single é aquela música que é considerada a melhor, para puxar o sucesso nas rádios e nas vendas dos singles, assim como as músicas dos lados “As” dos LP´S são as mais importantes até, claro, o advento dos álbuns conceituais).

Então ela foi regravada e lançada como lado B de “Please Please me” e figura, tal como esta última, nas duas últimas canções do lado A do LP “Please Please me”, lançado posteriormente, de que falaremos em breve.

Um forte abraço a todos...

PS. O nosso “querido” Congresso Nacional acaba de aprovar o malfadado Código Florestal, do jeitinho que os chamados “ruralistas” quiseram. Sabe aquelas quartas-feiras, que já falamos por aqui, em outra ocasião? Pois é. Durmam com um barulho destes!!! Cabe, agora, apenas à Presidenta Dilma VETAR esta aberração. Na hipótese do veto presidencial, a matéria volta ao Congresso que poderá derrubar o veto, por maioria absoluta de seus membros. VAMOS FICAR DE OLHO, PESSOAL, pois é o futuro de nosso planeta que está em jogo.

Att,

Alex

PLEASE PLEASE ME/ASK ME WHY

11 de janeiro de 1963 - U.K.



quarta-feira, 18 de abril de 2012

LOVE ME DO/PS. I LOVE YOU

Boa noite a todos,

Atendendo a apelos conscienciais resolvemos incluir os singles dos Beatles nas blogagens, de modo a que todos nós possamos acompanhar, com mais clareza, a seqüência das músicas e dos lançamentos, pois todas as músicas que apenas foram lançadas nos singles são importantíssimas para entendermos melhor a carreira dos Fab Four.

O primeiro single lançado, já com selo Parlophone (EMI), em 5 de outubro de 1962, chama-se “LOVE ME DO/PS. I LOVE YOU”. Alcançou o 17º lugar nas paradas britânicas, tendo uma tiragem de apenas 10.000 exemplares - muitos não foram vendidos e, hoje, são, por assim dizer, “mosca branca de olho azul”, para nós, colecionadores e fãs.

Existem ainda versões desse single com o selo da Decca Records, mais raros ainda e, “piratovskys”, com Ringo (isso mesmo!) nos vocais, cantando Love me do.

Falando em selos, para quem não sabe, quando dizemos “selo” daqui, “selo” de lá, é mesmo a marca da gravadora, estampada no centro do disco de vinil.

Na Inglaterra, o selo dos Beatles vinha com o nome de “Parlophone”, subsidiária da EMI. Portanto, quando nós pegamos essas reedições estereofônicas e monofônicas, em CD e vemos aquele “Parlophone”, remete-se ao original Inglês, de época.

Já nos EUA, que “adulteravam” e “mexiam” nas seqüências das músicas dos LP´S e singles ingleses (originais), por razões puramente comerciais, o selo é da “Capitol Records”, subsidiária da EMI naquele país.

No Brasil, coube à Odeon (e seu capitólio), subsidiária da EMI por aqui, lançar os discos dos Beatles: assim temos a chamada EMI Odeon, primeiramente com seu selo azul-marinho (os primeiros discos dos Beatles no Brasil vinham com este selo).

Após, veio o selo “estrela” “azul”, que foi ostentado nos primeiros discos dos Beatles reeditados, a partir de 1966, pois, como dissemos na blogagem anterior, a despeito do estrondoso sucesso lá fora, a ditadura militar deixava vir bem devagar (e só a parte que lhe interessava) a chamada Beatlemania, já descaracterizada e, para muitos, rebatizada “a la” brasileira de “jovem guarda”, mais palatável e de acordo com o “stato quo” do governo autoritário que vivíamos, à época.

Depois, temos o “selo estrela” “vermelho”, que lançou, aqui no Brasil, o single “Hey Jude/Revolution”, em 1968 ( o original inglês já vinha com o selo “Apple”), bem como o EP “Magical Mystey Tour”, também no início de 1968, de que, em breve, falaremos.

Por fim, vieram os selos “Apple”, seguindo o catálogo inglês, até “Let it be/You know my name”, último em vinil, lançado em 6 de março de 1970, na Inglaterra.

Começava, assim, então, a maior banda de rock de todos os tempos a fazer sucesso, em Liverpool, Londres, na Inglaterra, EUA e em todo o mundo... O resto é história...

Um forte abraço a todos e até a próxima...

LOVE ME DO/PS. I LOVE YOU
Lançamento: 5 de outubro de 1962 (UK)


terça-feira, 10 de abril de 2012

MEDALHA DE OURO: ADIVINHEM QUEM É?...




Boa noite a todos,

Como havia prometido, publicaríamos a MEDALHA DE OURO, isto é, a MELHOR BANDA DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS. Aproveitemos, então, as comemorações de mais uma primavera e, como se fora um presente, DE MIM PARA MIM MESMO, falemos dos BEATLES.

Bem poderia, para mim, esta medalha de ouro ficar com o PINK FLOYD, mas, como pretendo fazer, também, algumas MENÇÕES HONROSAS – bandas que eu gosto, mas que não possuem uma “classificação” em minha mente, e também alguns artistas, como RICK WAKEMAN, por exemplo, ou a alguns discos, como SPARTACUS, do TRIUMVIRAT, e por aí vai – é bom que essa classificação fique apenas como uma referência para vocês que me conhecem e para aqueles que estão ainda a me conhecer.

Esta simples classificação que demos, esta “medalha de ouro”, dentre as minhas três bandas prediletas, é apenas didática, isto é, os Beatles, para mim, é, usando um termo francês de largo conhecimento de todos, “HORS CONCOURS”, isto é, FORA DE QUALQUER COMPARAÇÃO, ou mesmo competição.

A emoção extravasa, passa pela mente, desce no coração e faz minhas mãos e meus dedos se enroscarem.

Escrever sobre eles não é uma tarefa fácil, tanto para aqueles que os consideram neste nível – MEDALHA DE OURO – tanto para aqueles que tem uma visão mais crítica com relação aos quatro rapazes de Liverpool, passando por outros, também negativamente apaixonados (sim, existem, e não poucos).

Como tudo o que faz sucesso, extrapola o convencional, choca o “stato quo”, surpreende, de certa forma, os céticos, os Beatles também nunca escaparam e nunca escaparão de análises acerca de sua música, sua influência na música popular internacional, no comportamento, nas artes, etc, bem como da vida pessoal de cada membro: causam inveja, ciúme, muitos inimigos gratuitos, “amigos da onça”, mas não deixam de ser sempre o que são: REVOLUCIONÁRIOS.

Diante de tudo o que já se foi dito sobre eles, não vamos aqui repetir isto ou aquilo, concordar ou discordar com esta ou aquela opinião. Não.

Nunca existiu e jamais existirá algum artista ou algum grupo de música, ou coisa que o valha que sequer chegue a, pelo menos, dez por cento do que os Beatles realizaram, em tudo o que fizeram, durante a curta e avassaladora carreira deles: se, ainda que musicalmente, poder-se-ia discutir esta ou aquela técnica de qualquer dos quatro, o fato de ser simplesmente UM MARCO HISTÓRICO E CULTURAL DO SÉCULO XX supre, e muito, qualquer deficiência musical deles. Aliás, nunca se arvoraram no direito de colocarem-se como exímios músicos. É que realmente nunca precisaram. E a história demonstra isso.

Viveram numa época em que a ATITUDE, sobretudo, estava acima de qualquer rótulo ou etiqueta social. Chamados a responder sobre todas as questões que inquietavam o mundo, diziam o que pensavam (muitas vezes contra a vontade de seu empresário Brian Epstein, que, por razões óbvias, mantinha, até certa época, os quatro longe das polêmicas da sociedade) e arcavam com as conseqüências de uma sociedade deitada na hipocrisia dos costumes e das relações, típica sociedade de consumo e de, digamos, “ÍCONES”, que dizem como devemos viver, o que devemos fazer, para sermos felizes.

O mundo conheceu, através deles, o INÍCIO já do rock, sem o TWIST, o SKIFF e outros, que deram origem a tudo isso que hoje conhecemos como ROCK (primeira fase da banda, que vai até 1964), como música dançante e pervertora de uma juventude perdida, reprimida e careta - esta PERSISTIU, ganhou força e “VENCEU”, pois como bem disse o John, “o sonho (realmente) acabou”. Basta olharmos para os dias de hoje - , altamente influenciada por um meio social oriundo do pós-guerra, com suas desesperanças e inquietações, devidamente reprimidos, através principalmente da venda da ideia do "sonho americano", dos anos 1950, ditos "dourados": terno, gravata, cabelos impecavelmente penteados, rostos lisos e óculos esquisitos faziam o biotipo ideal do sexo masculino, por exemplo, indicando a necessidade de "se dar bem" na sociedade: ter um emprego, um automóvel, uma casa, filhos (de preferência saudáveis), um cachorro, uma esposa obediente, até o fim (a despeito da desobediência masculina), enfim, uma família "feliz" (ouçam, a respeito, Panis et Circenses, do Gil e do Caetano, com os Mutantes), igualzinha a todas as outras e, claro, como nos nossos dias;

O MEIO, isto é, os Beatles praticamente eram o MEIO ou a REFERÊNCIA de todas as transformações que estavam acontecendo no mundo, nos anos 1960. Estavam mesmo no olho do furacão, por assim dizer: o rock aí já não era mais o mesmo, o mundo estava começando a mudar e tudo o que se conhecia sobre o ser humano estava em questionamento, naquele momento. Não mais as letras de amores impossíveis, etc. A Existência estava na ordem do dia e os Beatles, sempre atentos e vivendo a sua época captaram muito bem essa mudança, mudando o mundo, através de sua música psicodélica e de seu comportamento de vanguarda;

O FIM, pois tudo tem um fim, isto é, o rock e o mundo foram, depois dos Beatles, o que todo mundo, pautados na economia de mercado, no consumo desenfreado e no individualismo fez deles. O sonho não somente acabou, mas também o pesadelo veio mostrar a todos nós que as mudanças somente ocorrem quando nós estamos preparados para elas, preparados para sermos AGENTES, PROTAGONISTAS dessas mudanças e não meros INSTRUMENTOS do capital e da modinha de momento. Nem mesmo o Punk, como movimento de ideias conseguiu sequer chegar aos pés de qualquer influência da contracultura, nesse sentido, a ponto mesmo de as “autoridades” constituídas da época preocuparem-se e muito com o que estava acontecendo. Quando descobriram, trataram de estigmatizar e satirizar, através do mercado, os valores que estavam sendo difundidos e substituindo mesmo os valores da sociedade de mercado, sem violência, sem repressão (regimes estalinistas, URSS, etc), sem nenhum disparo, em plena guerra fria.

Coincidência ou não, a banda acabou, junto com a década, e tudo o que dizia respeito a ela.

O Brasil vivia, à época, os terríveis “anos de chumbo”, de uma ditadura militar que nos trouxe incontáveis prejuízos sociais, seja de qual ponto de vista analisemos e que não elencaremos aqui para não “chutar cachorro morto”: Como pálida ideia do que ocorria, os Beatles tiveram a oportunidade de estar no Brasil e só não vieram porque tinham como PRINCÍPIO de não se apresentarem em países que viviam qualquer tipo de opressão ao seu povo e/ou regime de exceção, coisas do Brasil da época. Na possibilidade, que foi ventilada, disseram um belo e sonoro NÃO. E acertaram, como de costume.

Os “Reis do iê-iê-iê” ainda eram vendidos aqui como BONS MOCINHOS, lindinhos, de terninhos e de cabelos penteadinhos, cantando suas músicas de namoradinhas e apaixonites agudas sem-fim... Em pleno final dos anos 1960!!! Ao que parece, aquele lado dos Beatles, digamos PERVERTOR E TRANSGRESSOR DAS REGRAS, por aqui, na época, passou longe... O mundo estava mudando, e o Brasil, “estava indo bem”, no dizer dos militares, chefes da época...

É interessante notar que, ainda grande parte de seus fãs (mais até do que pensamos), aqui no Brasil, ainda tem essa visão COMPORTADA e PALATÁVEL deles...


Fácil ser famoso e viver os anos 1960?

Sempre souberam e sempre tiveram plena consciência das conseqüências do que diziam ou do que faziam e, mesmo assim, sempre foram autênticos e, na medida do possível, honestos para com eles mesmos (falo aqui, agora, das drogas, porque, acredito que, depois do que vivenciaram com elas é bem mesmo na “medida do possível” esta honestidade), evitando, assim – e um aprendia com o outro – aquelas hipocrisias, tão comuns na vida de celebridades e na nossa também, por que não...

Daí a música deles ser também bastante e muitas vezes honesta, autobiográfica (em muitas vezes) e eivada de sentimentos, ainda que, num primeiro momento, direcionada ao mercado consumidor de música que ali se formara (sem querer, por iniciativa deles mesmos).

Nasci em 1974 e, tenho certeza de que, no plano espiritual, EU JÁ OUVIA OS BEATLES, para reencarnar mais uma vez, neste planeta e OUVIR OS BEATLES, desde quando nasci, em 8 de abril de 1974. De lá para cá, quebrei os discos deles da minha irmã (talvez não façamos ideia de quão caro eles sempre foram), de tanto que pedia para ela por para eu ouvir, sem prejuízo, claro, de ter quebrado, também, sua vitrola delta, azul.

Hoje, guardo-os com muito carinho, cuidando bem de qualquer deles: seja da coleção estereofônica ou monofônica, passando pelos (fracos, de boa tentativa, mas fracos) CD’s e, claro, minha ESTUPENDA coleção monaural, em CD (aí sim, algo de qualidade, no mundo do consumo e da produção em linha de discos), presente de minha querida esposa, que também aprendeu a amar os Beatles (e os Rolling Stones... Mas isto fica para uma outra blogagem, nas menções honrosas, ok?).

As gerações hão de passar. Certamente desencarnaremos, para novamente reencarnarmos aqui, para dar continuidade às nossas tarefas de vida espiritual mais imprescindíveis. Mas, creio que os Beatles hão de ficar, para sempre, na mente e no coração de todos aqueles que, de certa forma, um dia, realmente ouviram e sentiram a sua música e aprenderam e cresceram um pouco mais com suas lições de vida e experiências pessoais.

Não é à toa, portanto, que me emociono, todas as vezes quando falo deles, quando escrevo sobre eles, quando ouço a música deles, quando paro para ouvir uma ou outra entrevista porque sei que dali vem algo a aprender, algo para se ensinar.

Tudo o mais que vem DEPOIS deles ou é mera cópia, mera tentativa de estrelato, ou algo mais aprofundado (rock progressivo), ou próprio e aprofundado (Led Zeppelin, por exemplo). Com raríssimas, mas RARÍSSIMAS exceções mesmo, poucas bandas salvaram-se, durante e depois deles.

Penso que os quatro aqui vieram para cumprir, com muita responsabilidade, e cumpriram um papel que outros, NA SUA ESMAGADORA MAIORIA, mormente aqueles que os criticam, simplesmente não teriam PEITO para sequer esboçar qualquer ação mínima nesse sentido. Estavam (foram para o) no lugar certo (Londres, a capital que “fervia” artisticamente em seu submundo), na hora certa e, se estivessem com as pessoas certas, certamente o mundo realmente não seria mais o mesmo.

Pesquisem por aí o que eles foram capazes de fazer; vejam as estatísticas, mas, mais do que isso, comprovem e comparem; desde a indústria fonográfica, passando pelas artes, comportamento, relações sociais, pensamento científico (principalmente na ideia de “conceito”) e ficará fácil de perceber o que aconteceu conosco, Humanidade, a partir do momento em que uma certa música, chamada LOVE ME DO foi para as rádios de Liverpool, através de um single (disquinho de vinil) da Decca Records, em 1962...
  
É evidente que muitas coisas mudaram e que, sem dúvida nenhuma, a influência que os Beatles exerceram no mundo ainda ressoa por aí. Se não foi AQUELA TRANSFORMAÇÃO que aquela galera de maio de 1968, em Paris sonhou e simbolizou, sintetizando tudo isso, isto é, toda uma década, pelo menos ainda hoje as pessoas, bem ou mal, vivem melhor do que antes dos anos 1960. Falo aqui, para variar, não em bens materiais e em tecnologias, evidentemente: as mulheres conquistaram certo espaço na família e na sociedade, a juventude, apesar dessa alienação (que sempre existiu e sempre existirá) tem certa visão crítica e, às vezes, construtiva das coisas do mundo e - AINDA BEM! - a espiritualidade ganhou papel de destaque, sobretudo nos anos 1990 para cá.

Com a Internet os Beatles tomaram, também, outra dimensão. No show do Paul, no Morumbi, vimos gente que ali estava, típica dessa geração que costumo dizer de “geração telinha”: excesso de “informação” (sempre, mas sempre superficial, de qualidade duvidosa e de veracidade questionável), onde se escolhe a música que se quer ouvir, através das milhares que circulam por este mundo cibernético, em MP3. A esmagadora maioria deles não sabiam o verdadeiro significado de um Beatle por entre nós; não sabiam sequer cantarolar uma música de sucesso, por exemplo. 

Talvez o oba-oba de momento tenha sido mais forte do que qualquer reflexão social, nesse sentido. O fato é que, ainda que dessa forma, ali estavam... E como é bom ver como isso ainda pode reunir as pessoas, para um dia feliz na vida delas!!!... Ainda que não manuseiem discos de vinil!!!...

Bem, nem todos, como eu, tiveram o privilégio de, ANTES DE REENCARNAR OUVIR e NASCER OUVINDO Beatles e de procurar entender o seu verdadeiro significado, para si mesmo e para o mundo e, se o mundo, os Beatles e a Internet são o que fazemos deles eis aí a minha proposta, dentro da Internet, sobre os Beatles e sobre o mundo.
  
John disse, certa vez, numa conversa com seu amigo Zimermmann (Bob Dylan), que ouçamos o “som todo da coisa”, numa referência às músicas e o que elas significam para nós outros.

Ouçam: THE BEATLES: A MELHOR BANDA DE ROCK AND ROLL DE TODOS OS TEMPOS.

A discografia que segue é a inglesa, isto é, oficial. A que saiu aqui, no Brasil, é diferente, como também descreverei. Os singles - que eram as músicas – duas, Lado A e Lado B que não “entravam” nos LP’S – LONG PLAY, que é uma expressão inglesa, e que eram utilizadas para, digamos, manter a banda em 1º lugar nas paradas de sucesso - não entrarão, por conta mesmo da enorme quantidade de capas e diversidade de músicas, pois, como conversamos lá em cima, o mercado fonográfico estava DESCOBRINDO eles e aproveitando - claro! - para crescer e enriquecer-se.

Os Beatles gravavam em MONO, pois era o que se apresentava para a época. Somente em 1967 começaram as gravações a serem produzidas em ESTÉREO, até porque, nos países ricos – Inglaterra e EUA – havia pouquíssimos aparelhos estereofônicos e os custos para tal mudança eram enormes.

Portanto, os discos, ORIGINAIS, são MONAURAIS, até 1968, ocasião do lançamento do “Álbum branco”, ou “The Beatles”. Em 1967, George Martin mixou o Sgt. Peppers para o estéreo, lançando os dois, mono e estéreo, posteriormente a este ano de 1967, que foi o de lançamento de Pepper. Mas o “Álbum branco” também foi gravado, originalmente, em MONO. Portanto, todos os discos dos Beatles, bem como os singles, até 1968, eram gravados em MONO.

Então, a gente conversa em MONO até o “Álbum branco” e depois passa para 2 canais, isto é, estéreo, ok? Em quadrafônico (4 canais!!!) não existem álbuns dos Beatles... Vamos lá... Mono e depois Estéreo...

Lembrando que, começamos esta blogagem na última sexta-feira – dia 6 de abril e, aos poucos, vamos blogando os LP’S dos FAB FOURS, um por um, pois eles merecem, não é mesmo? Vamos começar, então, do início para o fim, isto é, PLEASE PLEASE ME até THE BEATLES – 20 greatest hits, lançado em 1982, último em vinil. Após ele, vem a era do Compact Disc, onde faremos uma blogagem especial para ela. Vai, MAIOR BANDA DE TODOS OS TEMPOS, vai...

foto do set do clip do single Penny Lane/Strawberry Fields Forever, a melhor fase deles...