domingo, 24 de maio de 2015

BEATLES FOR SALE

Boa tarde... Domingão no interiorão... TUDO DE BÃO!!!

Curtindo BEATLES FOR SALE mono (em CD... Ainda não adquiri a coleção mono original, recém lançada.. CARÉRRRIMA!!!). Mas, tenho minha coleção mono nacional, para consolar!!!

Meu cdzinho mono... Show de bola!!!

Digo-lhes MONO, que é como os Beatles devem ser ouvidos, pelo menos até "The Beatles" ("álbum branco, de 1968), como já disse algures neste blog... Sem aqueles "tac" "tac" estereofônico horrorosos dos discos que costumávamos ouvir, ou dos cd's estéreos, igualmente horrorosos dos anos 1980/1990, que, quando a gente atenua os agudos, ou aumenta-os, dá no mesmo!!! E a gente imaginava que a música digital e o cd tinham vindo pra ficar... E que vinil era coisa de passado, de museu... É sempre o capitalismo, inventando suas manias, enchendo a gente de suas velhas "necessidades"...

Este é o estéro, inglês... Que ainda não ouvi!!!

Digo-lhes sempre: se a banda grava em analógico, ouçamo-na em analógico; se grava em digital, ouçamos em digital... Se grava em mono, ouvidos em um só canal; se grava em estéreo, ouvido nos dois (e com ótimos aparelhos, de preferência). Nem tem como escapar... As transformações ficam HORRRRROROSAS!!!


O selo inglês "Parlophone", original...

Aí vocês falam... Bem, e o 5.1???? Pode ser ótimo, para quem já direciona, já grava para isso, para hoje... Os processos pelos quais a música é transformada desse ou para aquele é que vão determinar a qualidade, ou se o artista gravou dessa ou daquela maneira, entendem? Transformar uma gravação monofônica em 5.1 é algo que a engenharia de som, ainda hoje - 2015 - não conseguiu fazer satisfatoriamente. Acreditem. Fica uma porcaria.


Encarte do "álbum"... O nacional, dos anos 1970, era igualzinho... Só difere a abertura para acomodação do disco: no inglês ela é convencional, e no brasileiro, fica à esq., bem ali onde o George e o Ringo estão... Curioso!!!

Aliás, ouvir Dark Side of The Moon em quadrafônico é uma experiência que todos que defendem a "tecnologia" dos dias de hoje (já vi este filme ali em cima!!!) deveriam passar... Deixa o "5.1" literalmente COMENDO POEIRA...

Contracapa do álbum... Um pouco de sarcasmo, e raiva...

Mas, o Pink Floyd é uma experiência objeto de outras postagens... Hoje vamos falar não dos súditos, mas dos reis...

BEATLES FOR SALE é, até hoje, pouquíssimo ouvido e, ante as circunstâncias em que foi criado, muito criticado. Explico: como já disse na semana passada, os Beatles estavam começando a sentir o peso da fama - no mal sentido -, no que concerne à pressão por mais sucessos. E, àquela altura, já conheciam os "poderes da erva", que começou a influenciá-los a não mais escrever músicas do tipo "yeah", "yeah", "yeah" (da garota que quer o garoto, do garoto que quer a garota) e a Beatlemania começava a ficar um pouco mais distante da realidade deles, exceto, claro, por sua legião de fãs adolescentes e seu empresário, Brian Epstein, que gostariam que aquilo tudo durasse para sempre... Como durou, de certa forma, e durará através dos séculos e séculos...


O nacional (dos anos 1970) vinha com este encarte, aí...

Então, trata-se de um disco feito às pressas, para aproveitar as vendas de Natal... Os fãs dos Beatles foram "bem acostumados", ao longo do tempo, com lançamentos deles também na época de Natal. Daí, fica nítido, não só no TIMBRE dos vocais de algumas faixas (No Reply, I'm a Loser, principalmente, e, principalmente por parte de John), onde eles colocam um tom mais, digamos,"raivoso", mas também... DEEM UMA OLHADELA NO ROSTO DELES, NAS CAPAS DO ÁLBUM... Ora sarcasmo, ora raiva, mesmo... E, claro, CANSAÇO. A Beatlemania fazia mais algumas vítimas, além, claro, das bandas da época!!!


Meu For Sale nacional... Selo "canudinho"... Esse disco tem um bom som, mas tem algumas prensas dos discos dos Beatles de chorar...
Não posso concordar com os críticos, entretanto. Ante as circunstâncias, poderia ter sido um grande fiasco, música e comercialmente falando, mas, realmente não foi o que aconteceu. Muito pelo contrário. Levou dois meses e meio para ser gravado e produzido e, lançado em dezembro se 1964, na Inglaterra, alcançou fácil, fácil o primeiro lugar. O "equivalente" americano - Beatles '65 - , vendeu "só" um milhão de cópias na primeira semana... Imaginem vocês, um disco, em 1964, vender um milhão de cópias em apenas uma semana...

Bem, como vocês perceberam, disse "equivalente americano". É que, como eu já disse neste blog, a discografia dos Beatles, nos EUA, até Revolver, foi toda ADULTERADA, com nome, capa, ordem e músicas diferentes, suprimidas e/ou alteradas... A Capitol, subsidiária da EMI nos EUA fazia questão disso... Até os Beatles enviarem as novas fotos para o "equivalente" de Revolver à Capitol, onde estão vestidos de açougueiros, com retalhos e sangue para todos os lados, tirando uma onda da própria Capitol, que adulterava suas obras... Aliás, esta capa, que era para este disco - Beatles VI -, que, claro também vinha com as músicas de Revolver totalmente fora de contexto, é, hoje, extremamente rara, pois foi mandada ser recolhida às pressas das lojas...


"Beatles '65" nacional e sua tosca capa... Mas vale para nossa coleção!!! Este é mono, da época...

No Brasil, BEATLES FOR SALE também, para nós, NÃO EXISTIA, nesta época... Deu na cabeça da Odeon, aqui no Brasil, fazer como a Capitol: adulterar e fazer coisas toscas com os Beatles... Em 1964, aqui no Brasil, ficamos só com A HARD DAY'S NIGHT, de capa vermelha, escrito "Os reis do iê, iê, iê, mesmo (vejam minha postagem a respeito...). BEATLES FOR SALE, para nós, tupiniquins, apareceu somente em meados dos anos 1970, igual ao inglês... Mas já em ESTÉREO!!!

Este selo é o original de época dos Beatles, aqui no Brasil: azul... (até 1965; em 1966, muda para o "estrela vermelha" e pelo branco, com letras "odeon" em preto, vermelho e branco) .

De tão tosco, o nome do disco fica... Na contracapa!!!

Ordem das músicas totalmente trocadas e sem duas: Baby's in Black e Every Little Thing... Cadê???

A Odeon e seu capitólio...
Somente no começo de 1965 (abril) é que o disco Beatles '65 (que não é o americano!!!) foi lançado, em um hiato de lançamentos Beatles por aqui... Com a capa de uma foto bem tosca do show que eles fizeram em Washington... em 1964!!!... E, claro, com a ordem das músicas de BEATLES FOR SALE totalmente fora de ordem e faltando duas: Baby's in Black e a maravilhosa Every Little Thing, que a minha terceira banda regravou em seu primeiro disco, fazendo maravilhosos arranjos psicodélicos e progressivos nela (YES)... Que será que houve? Faltou disco ou o selo ficou maior que o normal????

Esse disco foi lançado em mono, na época e relançado em estéreo, nos anos 1970... Tiveram a "cachorra" de relançar um disco quase "bastardo"... E em ESTÉREO!!! Vai querer ganhar dinheiro em cima dos Beatles assim lá em Pindamonhangaba!!!!


Meu estéreo, dos anos 1970...
Bem, para desespero daqueles que não gostam da maior banda de rock de todos os tempos - e, claro, assim não o consideram - , as palavras de Derek Taylor, assessor de imprensa dos Beatles, ao resenhar o disco, na contracapa, foi profético: "As crianças de 2.000 d. C. encontrarão nessas músicas o mesmo efeito de bem estar e entusiasmo que elas tem hoje sobre nós. Porque a mágica dos Beatles, eu desconfio, é perene e atemporal. É adorada em todo o mundo.". Derek, Derek, faz uma fezinha pra gente, vai!!!

Este selo da ODEON também é dos anos 1970 (segunda metade) e "substituiu" o "canudinho", que, entretanto, continuou a ser "editado"...


A contracapa é absolutamente igual ao dos anos 1960...
Um conjunto de "covers" (escolhidos a dedo, acreditem) e algumas composições de Lennon-McCartney compuseram o quarto álbum da maior banda de rock de todos os tempos. Meus destaques (todos... brincadeirinha!!!) são, Rock and Roll Music (de Chuck Berry), com espetaculares vocais de John, Eight Days a Week, um baita, um tremendo sucesso e igualmente maravilhosa, Words of Love (de Buddy Holly), onde George arrebenta, também, nos vocais, Honey Don't (de Carl Perkins), que Ringo também canta muito e, musicalmente maravilhosa, Every Little Thing, que John também arrebenta e, fechando o disco com chave de ouro, Everbody's Trying to be my Baby (também de Carl Perkins), que George canta e toca espetacularmente...


O capitólio já na forma mais "popular" dos discos dos Beatles dos anos 1970...
Um disco despretensioso, feito às pressas, sob pressão e que começava, ainda que timidamente, a delinear o começo do fim de uma era: a Beatlemania. Não é um dos meus prediletos, mas, ainda assim, vocês viram minha "dificuldade" para selecionar alguns "destaques"... Eles só tiveram tempo de escrever oito das catorze faixas do disco e as letras davam sinal de que foram escritas sob a pressão da fama, com Eight Days a Week, que só na aparência é uma canção de amor, já que começou a ser escrita a partir de um comentário sobre sobrecarga... E, mesmo assim...


CD mono... Ficou bonito, o CD, o encarte e o som... Mas ainda não é o vinil!!!... Logo, logo...
Assim, os Beatles encerravam 1964, o ano em que o mundo conheceu - e jamais esqueceu da - maior banda de rock de todos os tempos... O ano em que "James Bond" nasceu - e continua vivíssimo!!! - para o mundo... E em que a feiticeira também fez suas "bruxarias" encantar a todos nós...

Volto na semana que vem, para conversarmos sobre no que isso tudo deu: cansaço de Beatlemania, shows, entrevistas, gritarias... Ainda temos muito para contar... O ano de 1965 reserva-nos o surgimento de duas das maiores bandas de todos os tempos - inglesas, claro!, e o início do fim da "inocência" do até então rock and roll (que nunca teve nada de inocente!!!!)...

Até mais,

Alex



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