domingo, 9 de fevereiro de 2014

THE BEATLES: 50 ANOS DA INVASÃO BRITÂNICA

Boa tarde a todos,

Conforme combinamos, estamos de volta para marcar as comemorações dos 50 anos da 1ª viagem dos Beatles aos EUA, fato que ficou marcado na história da música e do entretenimento e que ABRIU AS PORTAS PARA AS BANDAS INGLESAS do "mercado" norteamericano, chamado de INVASÃO BRITÂNICA.

A MAIOR BANDA DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS.

Precisamente, no dia 7 de fevereiro de 1964, há exatos 50 anos, os Beatles desembarcavam do voo 101 da Pan Am (extinta) no aeroporto de Nova York (que acabara de ser intitulado John Kennedy) para dar início a apresentações marcadas naquele país. Cerca de 10.000 pessoas aguardavam, histericamente, o pouso do avião (números da época: pode ser que tenha havido muito mais).

Pouca gente, não é??? Veremos!!!
Não consegui colar o vídeo aqui. Saquem só esse link: http://splashurl.com/o3vy4gt


A viagem foi meticulosamente preparada por Brian Epstein, empresário dos Beatles, que esperou o single I WANT TO HOLD YOUR HAND/I SAW HER STANDING THERE (para nós, I WANT TO HOLD YOUR HAND/THIS BOY, no original britânico) chegar ao 1º lugar nas paradas norteamericanas para TER CERTEZA de que os Beatles, ali, fariam enorme sucesso. E, claro, não poderia ter sido diferente. E foi o que se deu.




Percebam que foi como que numa guerra, onde se prepara o território, antes da INVASÃO. Daí também o termo empregado pela mídia, na época.

A Beatlemania chega aos EUA!
Os Beatles, logo que chegaram, foram literalmente sabatinados em a uma coletiva de imprensa de mais ou menos 200 jornalistas: naquela época, usar cabelos compridos, balançar a cabeça, gritar nas músicas era algo totalmente incomum. Exceto por Elvis, que fazia uma ou outra coisa, o fato é que as pessoas estavam desacostumadas a esse tipo de comportamento.

Acham mesmo, que hoje as bandas dão "coletivas"???

O velho e bom humor inglês; o sarcasmo e a ironia rolavam solto e prenunciavam todo um "script" futuro de bandas de rock. Os Beatles, desde quando ABRIAM A BOCA para falar algo, revolucionavam e mudavam costumes. Tinham charme e irreverência. Foi ali, no ano de 1964, que eles marcaram definitivamente a história do rock and roll. Aliás, se tem um ano para ser marcado na história deles, do tipo "auge da carreira" (é, porque, eles SEMPRE estiveram no auge, mesmo quando faziam as coisas drogados, mal acompanhados ou brigados), com certeza foi esse ano. Em 1964 os Beatles eram quase uma unanimidade. Disse "quase". Vejam só o que parte da imprensa norteamericana falava deles:

John responde a perguntas...

A revista semanal Newsweek: "Visualmente, são um pesadelo. Ternos eduardianos apertados e cabelos em forma de tigela. Musicalmente, um desastre: guitarras e bateria detonando uma batida impiedosa, que afugenta ritmo, melodia e harmonia. As letras (pontuadas por gritos de ‘yeah, yeah, yeah’) são uma catástrofe, um amontoado de sentimentos baseados em cartões do dia dos namorados".
Seguindo a mesma linha, O New York Daily News publicou: "Bombardeada com problemas ao redor do mundo, a população voltou seus olhos para quatro jovens britânicos com cabelos ridículos. Em um mês, a América os terá esquecido e vai ter que se preocupar novamente com Fidel Castro e Nikita Krushev". 
Uma linda foto em cores, de época...
Bem, talvez, agora, vocês, meus queridos leitores, NÃO ESTRANHEM, quando "pego no pé" dos "yankees": Não é, não foi o que sempre lhes disse dos EUA, com relação aos Beatles, etc? Como eles eram "proféticos", não?





No documentário "The Beatles First US Visit", que tenho em VHS (ainda não o possuo em DVD, que foi lançado em 2004, numa versão mais longa) dá para ver o que aconteceu no aeroporto e ter a dimensão do que significava os Beatles àquela altura das coisas.


Tentando entrar no automóvel...
Passado um dia de descanso e passeio, onde os Beatles deram entrevistas, por telefone, dentro do hotel, a uma rádio em que o locutor ficou "pentelhando" eles (8 de fevereiro). Paul até pediu uma música: "Pride and Joy", de Marvin Gaye e o locutor chato o atendeu...
John, nos camarins do programa...
Aproximava-se o momento épico: o Programa de Ed. Sullivan, "Ed. Sullivan Show", da TV CBS.


Para quem não o conhece, lembre-se de Silvio Santos: este inspirou-se naquele.

Esta apresentação, há exatos 50 anos (HOJE, 9 DE FEVEREIRO), bateu o recorde de audiência da TV norteamericana, JAMAIS SUPERADO: 73 MILHÕES DE PESSOAS assistiram, AO VIVO, aos Beatles se apresentarem no programa dominical de Ed. Sullivan (por sinal, era um domingo, igual a este!!!).



Histeria coletiva, os rapazes de Liverpool mal conseguiam ouvir-se e cantar. Não fosse a "mão de ferro" de Ed. Sullivan, mal se apresentariam... E, ainda por cima, George estava fortemente gripado, e apresentou-se sob remédios. Não participou da passagem de som e nem dos testes de câmera, no dia 8 (sábado).

A chegada aos estúdios da CBS

Nesta 1ª apresentação, os Beatles tocaram "All my loving", "Till there was you" (ambas do LP With the Beatles), She loves you, I saw her standing there (que, para os norteamericanos, era o lado B do single I want to hold your hand) e fechando, claro, o lado A do single: I want to hold your hand.


 Devido ao estrondoso sucesso, os Beatles foram a Miami (não menos tumultuosa, nessa apresentação os seguranças tiveram trabalho para conter a histeria e a euforia dos fãs)  de onde também participaram, no dia 16 de fevereiro (no outro domingo) do programa do Ed. Sullivan. Em Miami, eles abriram com She loves you,  This Boy (o lado B do single original inglêsI want to hold your hand), All my loving, I saw her standing there, From me to you e, fechando, novamente com I want to hold your hand.

Em Miami...

No outro domingo, 23 de fevereiro, o programa do Ed. Sullivan utilizou-se dos tapes pré gravados: exibiu-se Twist and shout, Please please me (ambas do LP "Please please me") e I want to hold your hand.



Vale a pena ver o documentário. Para quem ainda não o viu, as imagens são em preto e branco e históricas, mostrando aos desavisados, que pensam fazer sucesso hoje em dia, como se deve comportar-se, mesmo no AUGE DA CARREIRA: ser você mesmo, sem ter preocupação de mentir, dissimular e fingir situações.



Durante a apresentação dos Beatles, no dia 9, a polícia de Nova York informou não haver SEQUER UM CRIME REGISTRADO EM TODOS OS EUA...

Os Beatles, tempos depois, faziam CLIPES (sim, também NISTO foram PIONEIROS) e mandavam para o programa de Ed. Sullivan, para serem exibidos:  em 12 de setembro de 1965 o Ed. Sullivan exibiu "I feel fine, I'm down, Act Naturally, Ticket to hide, Yesterday e Help! (sim, HELP! Com exclamação. Explico o porquê na blogagem do LP Help!... Em breve!...).

Também entre 1966 e 1967, os Beatles produziram clipes e enviaram para o programa, para ser exibido: Paperback writer, Rain, Penny Lane e Strawberry fields forever.

Fora o programa do Ed. Sullivan, os Beatles também se apresentaram no Washington Colliseum, em 11 de fevereiro de 1964, que era uma arena de boxe onde foi montado uma espécie de palco GIRATÓRIO. Sim. Isto mesmo!!! Girando em 180 graus após a terceira canção para permitir que o público por trás deles pudesse assistir ao show. Isso foi repetido novamente após I Wanna Be Your Man, e após She Loves You, viraram em 45 graus!!!

Detalhe do palco e da banda, nesta apresentação.

Cerca de 10.000 pessoas assistiram à apresentação, que teve o seguinte "set list": Roll Over Beethoven , From me to you , I Saw Her Standing There , This Boy , All My Loving , I Wanna Be YourMan , Please Please Me , Till There Was You , She Loves You , I Want To Hold Your Hand , Twist and Shout e Long Tall Sally .

Detalhe: vejam o suor no rosto do Paul, nesta apresentação no Washington Colliseum...

Eles viajaram de trem, de Nova York a Washington, devido ao mau tempo. Cerca de DUAS MIL fãs aguardavam a chegada deles, em meio a neve e ao frio. Chegando lá, deram entrevista coletiva antes de visitar a primeira rádio a tocar a música deles nos EUA: a WWDC.

Tédio de John, na viagem de trem de N. York a Washington....
Brian Epstein havia permitido a CBS  filmar o desempenho dos Beatles, que foi mostrado pela National General Corporation em uma cerimônia em cinemas dos EUA em 14 e 15 de março de 1964.




Após esta apresentação Os Beatles participaram de uma recepção na embaixada britânica, a convite de Lady Ormsby-Gore. Eles deram prêmios da rifa - cópias assinadas do Meet The Beatles! (1º LP norteamericano),  - No final de uma dança para beneficiar a Associação Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças, e se misturaram com os dignitários reunidos.


Após, um dos convidados cortou uma mecha de cabelo do Ringo, de trás da orelha esquerda. Os Beatles foram embora e Brian Epstein disse nunca mais submetê-los a uma ocasião como esta novamente.


Vai um ingresso, aí???

Esta apresentação, também, rendeu a capa de um LP lançado aqui no Brasil, na década de 1960, que merecerá blogagem especial: BEATLES 65, que não tem nada a ver com a versão norteamericana, de mesmo título. Ei-lo:


Após estas avassaladoras apresentações, as rádios dos EUA, que TORCIAM O NARIZ para as bandas inglesas, "DESCOBRIRAM", "CORRERAM ATRÁS" de outras "REVELAÇÕES": The Rolling Stones, The Who (que merece uma blogagem especial... É uma das minhas bandas favoritas), The Kinks, The Animals e The Hollies, entre outras bandas menos expressivas da época.

Após isso, somente o LED ZEPPELIN teve "facilidade" de chegar aos EUA, pois os norteamericanos ainda tinham dificuldade de "assimilar" a nova onda britânica do final dos anos 1960 e começo dos 1970: o psicodelismo (Pink Floyd, The Movie, etc, a despeito das bandas de São Francisco, que não eram TÃO psicodélicas assim, ao menos no som, tais como Jefferson Airplane, Greatful Dead, Quicksilver Messenger Service, entre outras...) e o Rock Progressivo (King Crimson, Pink Floyd, Yes, ELP, etc). Mas as portas estavam definitivamente abertas...

Fim de férias. Amanhã estarei retornando ao trabalho. Quiçá, dentro em breve, bem longe de SP. Torçam por mim e fiquem com DEUS...

Saudações Beatlemaníacas...

Os Beatles retornam à Inglaterra... E eu, ao serviço!
BYE!!!