domingo, 19 de fevereiro de 2012

MEDALHA DE PRATA... DO LADO ESCURO DA LUA: PINK FLOYD

Boa noite, pessoal,

Como havíamos prometido, o tema dessa blogagem seria "leve": vamos conversar um pouco sobre rock - e progressivo? Então, como eu havia dito, o YES é, digamos, MEDALHA DE BRONZE, no pódium das minhas bandas prediletas. Então vamos logo para a MEDALHA DE PRATA: PINK FLOYD.

Vamos, então, "colocar nossa escola de samba" na avenida... DETESTO CARNAVAL!!! ARGH!!!

O Floyd - tão amado e odiado por muitos, inclusive por aqueles que gostam de rock progressivo, como eu - é simplesmente minha SEGUNDA BANDA, não só porque são uns dos precursores do rock progressivo (é hilário ver a molecada com suas camisas pretas do Floyd, pensando tratar-se de heavy metal ou coisa do gênero... Ridículo!), mas também porque elevaram o rock progressivo ao conhecimento mundial, já que tal vertente do rock estava circunscrita apenas à Inglaterra e parte da Europa ocidental.

O Floyd também foi a banda que colocou o universo underground londrino, do final dos anos 1960, em evidência: o psicodelismo inglês.

Formado em meados de 1966 em Londres, tem em seu nome a genialidade de SYD BARRETT, que idealizou e batizou a banda com o nome de dois bluzeiros norte-americanos: Floyd Cuncil e Pink Anderson, que Syd gostava muito.

Formada a banda, já muito conhecida no psicodélico submundo londrino, onde dividia o palco do UFO com o The Move - outra banda londrina, descolada, da época, foram excursionar pela Europa e EUA, quando Syd começou a ingerir doses cavalares de LSD e MANDRAXX, para fugir do lance da fama, pois não tinha estrutura psicológica para lidar com isso: Era a contracultura e tudo o que lhe dizia respeito, contra o sistema de consumo, etc.

No lançamento de THE PIPER AT THE GATES OF DAWN, em agosto de 1967 Syd já não tinha mais condições de sequer frequentar um estúdio de gravações e, em 1968, seu professor de guitarra DAVID GILMOUR o substituiu, para que a banda continuasse em frente. O Floyd ainda fez alguns concertos com os cinco integrantes - com Syd e Gilmour - mas simplesmente a banda resolveu não mais levar Syd para as turnês, permanecendo a formação famosa que todos conhecemos.

É farta a internet de informações desta banda e não vamos aqui nos alongar. "Mr. Google" está aí...Vamos apenas curtir os álbuns principais - com exceção de The Final Cut, de 1983, que, além de não ser, na prática, um álbum do Floyd, peca por ter sido todo ele muito ácido para com Margaret Tatcher (não que ela e o capitalismo não tenham merecido), tendo um resultado musical muito fraco, longe, mas longe mesmo do que o Floyd sempre foi capaz de produzir, e de A NICE PAIR, que foi uma reedição de The Piper e A Saucerful, para o mercado norte-americano, que, na época de Dark Side e das vendas do single Money "descobriu" o Pink Floyd.

Nenhuma outra banda de rock progressivo conseguiu tão bem como o Floyd fazer a transição do rock psicodélico para o rock progressivo, que, aliás, um é "pai" e outro o "filho". E, seguramente, nenhuma outra banda de rock progressivo foi tão bem sucedida como o Floyd. Daí as controvérsias em torno dos caras...

Bem, o que importa é escutar o Floyd, dentro daquele clima que já sabemos: apague as luzes, coloque o vinil para rodar, tome uma coca-cola e... BOA VIAGEM...

Vai aí, agora, as dicas dos LP'S do Floyd. Boa Viagem.... Lembrando sempre que a sequência dos álbuns vai do começo para o fim... Curte o barato aí, bitcho...

Encontro vocês NO VOO DO ALBATROZ... Ou do lado escuro da lua... Até...

THE PIPER AT THE GATES OF DAWN - 1967

Faixas:
1.Astronomy domine
2. Lucifer sam
3. Matilda mother
4. Flamming
5. Pow R. Toc H.
6. Take up the sthethoscope and walk
7. Interstellar overdrive
8. The gnome
9. Chapter 24
10. Scarecrow
11. Bike


Formação: Syd Barrett, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.




Que falar de Piper?... Simplesmente maravilhoso... Gravado nos estúdios da Abbey Road (aquele mesmo), ao lado do estúdio onde os Beatles estavam finalizando Sgt. Peppers, é a psicodelia inglesa no auge, com temas surreais, gnomos, fadas, ratinhos, etc., tudo da cabeça genial de Syd, misturado com suites maravilhosas - Interstellar Overdrive é uma das minhas favoritas - e viagens musicais com órgão, guitarras etéreas, baterias esquizofrênicas e loucas linhas de baixo fazem de Piper, na minha opinião, o terceiro melhor álbum de todos os tempos... Comece pelo começo: Astronomy domine e "mergulhe no ácido" (no bom sentido, é claro), até Bike, sempre voltando de trás para frente... Brincadeirinha!!!... ESPETACULAR!!!...

A SAUCERFUL OF SECRETS - 1968

Faixas:
1. Let there be more light
2. Remember a day
3. Set the controls for the heart of the sun
4. Corporal Clegg
5. A saucerful of secrets
6. See-saw
7. Jugband blues

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.







Disco lançado em 1968, ainda com forte conotação psicodélica, mostra a banda meio que fazendo uma transição musical - já sem o gênio criativo de Syd - , que não se concretizou. Destaque para a faixa-título, uma viagem maravilhosa e, claro, Set the controls for the heart of the sun, outra viagem psicodélica e progressiva. Era o clima da época: paz, amor, sexo, drogas, rock, etc. Foi nesta época que Syd foi deixado de lado pela banda, passando David Gilmour a responder pelas seis cordas...

MORE - 1969
Faixas:                             
1. Cirrus minor
2. The nile song
3. Crying song
4. Up the khyber
5. Green is the colour
6. Cymbaline
7. Party sequence
8. Main theme
9. Ibiza bar
10. More blues
11. Quicksilver
12. A spanish piece
13. Dramatic theme

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.

Lançado em 1969, trata-se da trilha sonora do filme More, que conta a história de dois jovens que se apaixonam em meio ao clima hippie da época: LSD e maconha para todo o lado, com muito sexo, rock e paz. O filme é HORROROSO: NÃO ASSISTAM. Tanto é verdade que as pessoas, na época, iam ao cinema apenas para curtir a trilha sonora do Floyd, que é maravilhosa.
Álbum abominado por muitos fãs do Floyd, é um dos meus favoritos. Linhas de órgão maravilhosas, clima "non sense", passarinhos, surrealismo, viagens musicais lisérgicas, é o início da transição do psicodelismo para o rock progressivo e, contradição ou não, possui as duas faixas mais "pesadas" que o Floyd já lançou: The Nile song e Ibiza bar. Destaque para a faixa que abre o disco - Cirrus minor, com passarinhos e linhas de órgão maravilhosas, passando por Green is the colour (Verde é a cor... DO PALMEIRAS, é claro!!!), Cymbaline (balada maravilhosa com linhas de órgão de arrepiar), Party sequence, com seu ritmo indiano, Main theme, outra viagem e vai para o fim do disco, fechando com temas para hippies... IMPERDÍVEL....

UMMAGUMMA - 1969
Faixas: Live album:
1. Astronomy domine
2. Careful with that axe, eugene
3. Set the controls for the heart of the sun
4. A saucerful of secrets

Faixas: Studio album:
1. Sysyphus: part 1, 2, 3 e 4
5. Grantchester meadows
6. Several species of small furry animals gathered together in a cave and grooving with a pict
7. The narrow way: part 1, 2, 3 - the grand vizier's garden party
10. part 1 (entrance)
11. part 2 (entertainment)
12. part 3 (exit)

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.


Disco duplo, lançado no final de 1969, traz, no primeiro disco, uma pequena coletânea de apresentações ao vivo, das turnês de 1968, sendo que, Astronomy domine conta com a inédita participação de Syd Barrett e David Gilmour, período em que a banda ficou com cinco integrantes.
Ummagumma significa, em boa gíria inglesa, sexo, drogas e rock and roll. Quando adquiri minha versão em CD, numa grande pechincha em um supermercado, pedi à atendente que me trouxesse um CD chamado Ummagumma e, nem preciso dizer que a garota do atendimento está até hoje pensando o que quer dizer isso... Como eu disse que se tratava de um disco do Pink Floyd, que estava em promoção (ainda bem que ninguém gosta destas coisas doidas...), ela logo o "encontrou" no estoque. Sorte minha!

Destaque para o disco de estúdio, onde Grantchester meadows sem sombra de dúvida é a melhor faixa. As demais são trabalhos individuais de cada membro da banda em estúdio, ainda em transição do rock psicodélico para o progressivo, mais claramente notado. Praticamente, então, nascia o rock progressivo, junto com "In the court of the Crimson King", do King Crimson (ESPETACULAR! ESPETACULAR!) do mesmo ano e o precursor de todos: "Days of future passed", do Moody Blues, de 1967.

ATOM HEART MOTHER - 1970
Faixas: 
1. Atom heart mother
2. If
3. Summer '68
4. Fat old sun
5. Allan's psychedelic breakfast

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.
O famoso disco da vaquinha, lançado em 1970, marca, definitivamente, a transição do psicodélico para o progressivo: Atom heart mother, suite-título é um deslumbre: com direito à orquestra e tudo: expressa bem a contracultura e os hippies e todo o clima que se passava, na época, na Europa e nos EUA São pouco mais de 20 minutos de faixa, ocupando todo o lado A do disco.
O disco ficou famoso pela capa no mundo inteiro e, apesar de ter alcançado o 1º lugar de vendas na Inglaterra, em 1970, desbancando o Led Zeppelin e os Beatles, não foi bem sucedido comercialmente: é que o rock progressivo estava apenas em seu começo e o resto do mundo ainda desconhecia ou olhava com desconfiança para este tipo de música.
Aqui no Brasil, particularmente, o disco foi o que mais vendeu, depois de Dark Side, apenas por um detalhe: Summer '68 foi a música escolhida pelo nascente Jornal Nacional da Rede Globo para sua abertura. Precisa explicar mais? Claro que ninguém aqui virou hippie, da noite para o dia e comprou este disco desenfreadamente, até porque a ditadura militar estava no auge e jamais deixaria este tipo de coisa entrar em nosso país, sabe como é, estas coisas de "subversivos" e "agentes do comunismo internacional", que estão "corrompendo a juventude"...
Quanto às demais faixas, são também trabalhos individuais dos integrantes da banda, fazendo a transição do que já falamos ali em cima...

RELICS - 1971
Faixas:
1. Arnold layne
2. Interstellar overdrive
3. See Emily play
4. Remember a day
5. Paintbox
6. Julia dream
7. Careful with that axe, eugene
8. Cirrus minor
9. The nile song
10. Biding my time
11. Bike

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.
Trata-se da primeira coletânea oficial do Pink Floyd e somente está aqui porque conta com faixas que foram lançadas em singles, mais algumas outras dos três primeiros álbuns da banda.
Arnold layne e See emily play foi o primeiro single lançado pelo Floyd, no começo de 1967, que popularizou o grupo na Inglaterra, já que a banda era apenas os queridinhos da noite underground londrina. Foi com este single que eles conseguiram um contrato com a poderosa EMI e, dizem as "boas línguas" que, nada mais, nada menos que SIR PAUL MC CARTNEY indicou-os para a gravadora. Aliás, Paul, à essa época era figura presente nos clubes das noites do submundo londrino, absorvendo tudo o que a contracultura inglesa estava fazendo, não só na música, mas também nas artes e no comportamento. Daí, para Sgt.Peppers foi um passo...
Paintbox, Julia dream, Careful with a that axe, eugene e Biding my time completam a lista de singles, que não foram lançadas em LP e que apenas eram executadas ao vivo. Psicodelismo puro e maravilhoso: principalmente SEE EMILY PLAY, que é simplesmente maravilhosa...

MEDDLE - 1971
Faixas:
1. One of these days
2. A pillow of winds
3. Fearless
4. San Tropez
5. Seamus
6. Echoes

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.








Meddle marca o fim da era "Barrett" e sua influência. O Floyd caía de cabeça no rock progressivo, lançando este disco maravilhoso: One of these days vem arrasando com uma linha de baixo espetacular, abrindo o disco. Esta música viria ser uma das mais executadas ao vivo pela banda. Único destaque negativo são as faixas 4 e 5 - San Tropez e Seamus, que são fraquíssimas... Mas, quando viramos o disco para o lado B... MAMAMIA!!!... Echoes, sem dúvida nenhuma, é uma das melhores músicas que já escutei: autoconhecimento puro; viagem interior; introspecção... Uma verdadeira loucura!!! VALE A PENA ESCUTAR, principalmente no disco de vinil, onde os graves ficam esplendorosos!!! São 23 minutos de música que deixam a gente quase sem respirar... Disse a uma amiga da faculdade, certa vez que, depois da primeira vez em que ouvirmos Echoes não mais sabemos se nós somos nós mesmos... Esta é mesmo para ouvir no escuro, sem absolutamente nada para ver ou ouvir: num silêncio mórbido. Deixe a música envolver todo o seu ser, deixe-a conduzir a situação, o momento... INESQUECÍVEL!!! IMPERDÍVEL!!!...

OBSCURED BY CLOUDS - 1972

Faixas:
1. Obscured by clouds
2. When you're in
3. burning bridges
4. the gold it's in the...
5. Wot's... uh the deal
6. Mudmen
7. Chidhood's end
8. Free four
9. Absolutely curtains

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.





Terceira trilha sonora da banda, este disco peca apenas por ser mais um momento de transição da banda, onde elementos progressivos servem de ajuste entre o sucesso e a promoção de um filme que tenta novamente retratar a contracultura, já em declínio, engolida pelo sistema: trata-se do filme La vallée.
Childhood's end é a melhor faixa do disco, marcando a guitarra de Gilmour e a bateria chutada de Mason. As duas primeiras faixas do disco - instrumentais - também são boas, mas ainda é um disco com muitas falhas, até por tratar-se de trilha sonora. Vale a capa, produzida pela Hipgnosis, e os encartes... 

Bem, o mundo não imaginaria o que viria, no ano seguinte...

THE DARK SIDE OF THE MOON - 1973
Faixas:
1. Speak to me
2. On the run
3. Time
4. The great gig in the sky
5. Money
6. Us and them
7. Any colour you like
8. Brain damage
9. Eclipse

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.




Um marco na história da música mundial, na história do rock, nas vendagens, na produção de música em estúdio bem como na arte da capa, muito parecido com outro álbum, de uma outra banda - a melhor de todas...
Dark side of the moon.... Aqui a banda mostra ao mundo como criticar o sistema louco em que vivemos, esta vida de consumo desenfreado, cheia de "stress" e falsidade, toda artificial mesmo e, ao mesmo tempo, ser o disco que mais vendeu na história da música...
Disco obrigatório em qualquer coleção que preste de qualquer roqueiro, pelo menos para saber O QUE É ROCK PROGRESSIVO, O QUE É PINK FLOYD... 
Perdi as contas de quantas vezes já ouvi este disco, de ponta a ponta, em LP estereofônico, em cd e, claro, em QUADRAFÔNICO... 
É simplesmente o SEGUNDO MELHOR ÁLBUM DE TODOS OS TEMPOS... Perfeito, da capa até a última faixa e seu pulso, estremecendo as paredes de minha sala, através do MARANTZ...

É a "resposta" ao fim da contracultura e aos "vencedores": o sistema; mas é também, por ironia do destino, praticamente o fim da banda, já que as diferenças entre os membros começaram a aparecer com mais vigor.
É o início do fim de tudo o que moveu a juventude nos anos 1960, marcando e escancarando, para sempre, os "vencedores".

Consta que existe UM DARK SIDE para cada norte-americano, tamanho sucesso alcançado por este disco.

Bem, se você ainda não ouviu, OUÇA. Daquele jeito mesmo: com recolhimento, prestando atenção em tudo, em todos os detalhes, em todas as sutilezas...

WISH YOU WERE HERE - 1975

Faixas:
1. Shine on you crazy diamond - part 1
2. Welcome to the machine
3. Have a cigar
4. Wish you were here
5. Shine on you crazy diamond - part 2

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.





Depois do sucesso estrondoso de Dark side, ia ser difícil mesmo a banda realizar outro trabalho à altura, como os Beatles facilmente faziam... Mas Wish you were here é um dos melhores do Floyd, porque é um disco que FLUI muito bem, daqueles mesmo de você ouvir do começo ao fim... Relaxante e não menos pensante, este disco teve a infelicidade de aparecer logo depois de Dark side... Ofuscado, pouco foi notado na época, mas, com o "sumiço" de Syd e todo o mistério que o envolveu, depois de ter desaparecido, indo "pintar" na casa de sua mãe, em Cambridge (Syd, para quem não sabe, também era artista plástico) e reaparecendo somente com sua morte, também envolta em mistério, em 2006, este disco ganhou notoriedade porque, além de ser extremamente bem executado, teve como tema o próprio Syd. Explico.
Durante as gravações, consta que Syd apareceu nos estúdios da EMI, todo gordo, com todos os pelos do corpo raspado - cabelos, sobrancelhas, etc, pulando e gesticulando frases desconexas... E foi aí que Roger Waters resolveu escrever todo o álbum em homenagem a Syd. Digo Waters, porque o predomínio de sua personalidade sobre os outros integrantes da banda, depois da saída de Syd, estava tornando-se evidente... E foi um dos motivos da implosão da banda, em 1984.
Bem, trata-se então de um disco de rock progressivo maravilhoso, para escutar tomando uma coca-cola e no escuro... Pura viagem, com David Gilmour em "estado de graça"... IMPERDÍVEL....
Wish you were here é uma das melhores baladas do rock, senão a melhor...

ANIMALS - 1977

Faixas:
1. Pigs on the wing (1)
2. Dogs
3. Pigs (three different ones)
4. Sheep
5. Pigs on the wing (2)

Formação: David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason.








Animals, de 1977, escancara as brigas internas da banda e o predomínio de Roger Waters, tomando conta de tudo. Mas, ainda assim, é um dos meus favoritos... Dogs e Pigs (a faixa 3) são as marcas do disco, inspirado em A REVOLUÇÃO DOS BICHOS. Roger Waters parece não cansar em atazanar o sistema, com suas tiradas sarcásticas. Dentro desse contexto, o rock progressivo perdia mais espaço para as músicas mais comerciais ou para outras, mais contundentes contra o sistema: o nascente PUNK.
Em plena ascensão do Punk, este disco ainda foi número 2 nas paradas britânicas, fazendo muito sucesso, apesar das músicas longas e críticas.
O porco, que vemos na capa do álbum, amarrado nas torres de uma fábrica nos arredores de Londres, voou dali e sumiu... A banda costumava utilizar uma réplica em seus shows, mas, com exceção da turnê do disco, entre 1977 e 1978, as músicas deste LP não são tocadas ao vivo... Este tempo deve ser de péssima recordação para os outros membros do Floyd...

THE WALL - 1979
Faixas: 

Disco 1
1. In the flesh?
2. The thin ice
3. Another brick in the wall (1)
4. The happiest days of our lives
5. Another brick in the wall (2)
6. Mother
7. Good bye blue sky
8. Empty spaces
9. Young lust
10. One of my turns
11. Don't leave me now
12. Another brick in the wall (3)
13. Goodbye cruel world

Disco 2
1. Hey you
2. Is there anybody out there?
3. Nobody home
4. Vera
5. Bring the boys back home
6. Comfortably numb
7. The show must go on
8. In the flash
9. Run like hell
10 Waiting for the worms
11. Stop
12. The trial
13. Outside the wall

Ufa! Um monte de música, para atacar o sistema: político, econômico, educacional, etc. Mas o disco, apesar de conhecidíssimo (E POUCO, MUITO POUCO OUVIDO) não é tão bom assim: as brigas intensificaram-se e refletiram no trabalho final de todos os músicos da banda, salvo raríssimas exceções, apesar do enorme sucesso. E, claro, da falta de rock progressivo... Que, nesta época, 1979, estava em franco declínio.
O hit Another brick in the wall - ou outro tijolo no muro (no sistema) - puxou as vendas do disco, juntamente com seu famosíssimo clip (que realmente fez sucesso, na época; lembro-me muito bem dele). Quem não conhece esta música? Ou, ao menos, o riff da guitarra de Gilmour e o solo?
Mother também é um bom trabalho, mas, no primeiro disco é o que se salva.
Colocando o disco 2, Hey you é uma "sapatada na orelha": com vocais esganiçados de Waters, é uma baita música...
Depois, uma das melhores, individualmente, da banda: Comfortably numb. A música mais executada da história do rádio inglês... Também pudera: o solo de guitarra mais bem feito de todo o rock, sem dúvida nenhuma... David Gilmour estava no auge... E esta música é MARAVILHOSA....
Run like hell foi muito executada nas apresentações ao vivo, mas nem chega próxima de Comfortably numb...
Richard Wright chegou até a abandonar a banda, durante as gravações, só para sentirmos o clima entre os quatro, nesta época... Era o começo do fim da formação clássica do Pink Floyd, antes até do filme, também de péssimo gosto, lançado em 1982. 

A molecada que gosta: "de uau", "de uau"...

A MOMENTARY LAPSE OF REASON - 1987
 Faixas:
1. Signs of life
2. Learning to fly
3. The dogs of war
4. One slip
5. On the turning away
6. Yet another movie
7. Round and round
8. A new machine (1)
9. Terminal frost
10 . A new machine (2)
11. Sorrow




Formação: David Gilmour, Nick Mason.




Lançado em 1987, após a separação da banda e a briga na Justiça inglesa pelos direitos da mesma entre Waters e o resto do grupo, este disco é uma tentativa de volta às raízes progressivas, com toque dos terríveis anos 1980, aqueles mesmos dos sucessinhos de rádio e musiquinhas do "estabilishment": "nada mudou e tudo continua e deve continuar como tudo sempre foi"...

Conta apenas com dois membros da banda, já que Richard Wright tocou no disco como artista convidado, porque ficou fora da banda, desde 1984, época em que começaram as brigas judiciais entre Waters e principalmente Gilmour, pelos direitos de uso do nome da banda. Waters, evidentemente, também saiu e nunca mais voltou a tocar no Pink Floyd, seguindo sua carreira solo. Apenas no Live 8, em 2006, a banda reuniu-se com sua formação mais famosa, para tocar 5 músicas, com rumores de um possível retorno. Mas, em 2008, Richard Wright desencarna, pondo fim ao Pink Floyd, que acabou oficialmente com sua morte.

Destaque deste disco, Learning to fly fez muito sucesso nas rádios, em meados dos anos 1980. Mas a melhor mesmo é On the turning away, que é simplesmente MARAVILHOSA., principalmente ao vivo...

O disco foi muito prejudicado pela falta principalmente de Wright, que, percebe-se, ainda não estava em muita sintonia com Gilmour e Mason...

Um disco a mais em nossa coleção... Bem longe do verdadeiro Floyd, mas bom o suficiente para escutá-lo, de vez em quando... Não com muita frequência....

DELICATE SOUND OF THUNDER - 1988

Faixas:


Disco 1
1. Shine on you crazy diamond
2. Learning to fly
3. Yet another movie
4. Round and around
5. Sorrow
6. The dogs of war
7. On the turning away


Disco 2
1. One of these days
2. Time
3. Wish you were here
4. Us and them
5. Money
6. Another brick in the wall (part 2)
7. Comfortably numb
8. Run like hell


Formação: David Gilmour, Richard Wright, Nick Mason.

Voltando aos estúdios, era hora de voltar aos palcos... A banda sai, então, em turnê mundial de Momentary lapse of reason, redundando neste LP, com músicas cortadas, pois não cabiam no LP, na época pré-cd e pré-mp3...
O VHS lançado à época retrata melhor as apresentações da banda, mas, também, a exemplo do LP é muito deficiente, com imagens em câmera lenta (desnecessárias num show de rock) e cortes mal feitos... Uma pena.
Ainda no VHS vemos On the turning away sendo executada na íntegra, COM UM MARAVILHOSO SOLO de Gilmour, que foi cortado no LP.
De resto, é o Floyd mais à vontade, mas ainda longe do ideal de sempre: tudo muito certinho, roupas yuppie, etc, sem muita vibração...
O vinil tem um som espetacular... Foi muito bem gravado, neste aspecto...

THE DIVISION BELL - 1993
Faixas:
1. Cluster one
3. What do you want from me
4. Poles apart
5. Marooned
6. A great day for freedom
7. Wearing the inside out
8. Take it back
9. Coming back to life
10. Keep talking
11. Lost for words
12. High hopes


Formação: David Gilmour, Richard Wright, Nick Mason.





Último álbum de estúdio do Floyd, ficou à altura da história da banda, fechando, assim, com chave de ouro, sua história dentro do Rock, como os Beatles e o seu SUPER ABBEY ROAD...
Division bell é um excelente trabalho de estúdio, com há muito tempo o Floyd não fazia, desde os idos dos anos 1970. Resgata um pouco do som progressivo, sem saudosismos e sem abrir mão da qualidade, não se importando se o disco iria ser bom comercialmente ou não...

Impecável, do começo ao fim, trouxe a banda novamente para as paradas, com Take it back e Lost for words... Mas o grande destaque mesmo é a faixa que encerra o álbum: HIGH HOPES, é uma das melhores da banda, de todos os discos...
Capa, encartes, disco e tudo mais completam esta obra que encerra a bem sucedida carreira da turma de Cambridge...

PULSE - 1994
Faixas:


Disco 1
1. Shine on you crazy diamond
2. astronomy domine
3. What do you want from me
4. Learning to fly
5. Keep talking
6. Coming back to life
7. Hey you
8. A great day for freedom
9. Sorrow
10. High hopes
11. Another brick in the wall (2)


Disco 2
1. Speak to me
2. On the run
3. Time
4. The great gig in the sky
5. Money
6. Us and them
7. Any colour you like
8. Brain damage
9. Eclipse
10. Wish you were here
11. Comfortably numb
12. Run like hell

Formação: David Gilmour, Richard Wright, Nick Mason.

Com um enorme sucesso, a turnê de Division bell também marca o fim das apresentações ao vivo do Pink Floyd (excetuando-se o Live 8, que já falamos algures): rendeu este maravilhoso disco e um VHS - hoje disponível em um estupendo DVD, que retrata o show de encerramento da turnê em Londres, isto é, em casa.

Outro material que fecha com chave de ouro as apresentações ao vivo da banda que imortalizou a associação de imagens com o som que ela tocava, desde os primórdios com Syd Barrett, que, reproduziam, no palco, as imagens dos efeitos que o LSD causava, até chegar nas mega produções dos anos 1990, em imagens e som de primeira qualidade (sem LSD, agora!).

Dos encartes às capas, tudo de muito bom gosto, recheado com o melhor do Floyd ao vivo, ainda que sem a sua formação clássica...

Vale a pena ter o vinil, o CD, o VHS e o DVD, que, aliás, o DVD e o VHS tem tomadas completamente diferentes do palco e do show.

É o fim da maior banda de rock progressivo de todos os tempos... Outra, agora, só na próxima encarnação...  E olhe lá...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

AS FAMIGERADAS SACOLAS PLÁSTICAS

Um grande abraço fraternal a todos que me acompanham.

Depois de um descanso - merecido - e de férias maravilhosas, que passei ao lado de minha esposa, no litoral - este merecerá de nossa parte uma blogagem especial, em breve, pelas mesmíssimas razões desta blogagem -, voltamos para discutirmos acerca do assunto que dominou, pelo menos um pouco, a atenção das pessoas neste início de ano, menos pela questão ecológica em si, mas, infelizmente, MAS MUITO MAIS PELA COMODIDADE que, quando CUTUCADA, dá o que falar.

Vamos lá.

"O mundo produz sacolas plásticas desde a década de 1950. Como não se degradam facilmente na natureza, grande parte delas ainda via continuar por mais de 300 anos em algum lugar do planeta. Calcula-se que até 1 trilhão de sacolas plásticas são produzidas anualmente em todo o mundo. O Brasil produz mais de 12 bilhões todos os anso e 80% delas são utilizada uma única vez.

"Ah, que pena! As sacolinhas fazem-nos tão bem!!!"...

Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros causando enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos mortos por sufocamento.

"Que nada, seu ecologista comunista... É apenas uma tartaruguinha consumista e capitalista..."


Várias redes de supermercados do Brasil e do mundo já estão sugerindo o uso de caixas de papelão e colocando à venda sacolas de pano ou de plástico duráveis para transportar mercadorias.

Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas tem um custo incalculável para o meio ambiente." Fonte: Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

Tocando de leve o assunto, o problema é, como sempre, mais de fundo do que de forma.

Visceralmente, a discussão que se formou em torno disto foi, como era de se esperar, "para inglês ver", como tudo o que acontece num sistema baseado no consumo desenfreado e inconsequente como o nosso, o capitalismo. É. O buraco é mais, MAS MUITO MAIS MESMO, BEM MAIS FUNDO... (isso se estiver cheio de sacolinhas e outras "cossitas más"...).

Nós não vamos discutir aqui se quem lucrou mais, com esta medida AUTORITÁRIA do Estado, de simplesmente PERMITIR LEGALMENTE QUE SE USE SACOLAS, DESDE QUE AS COMPREMOS, o que, na prática, foi o que aconteceu... porque, quando o Poder Público tentar disciplinar coercitivamente (lei), aquilo que ELE MESMO DEVERIA ENSINAR, E DAR O EXEMPLO, acaba usando, como escafandro de um sistema econômico caótico, que ESTÁ MESMO LEVANDO O PLANETA para a bancarrota, uma ideia que, guardadas as devidas proporções, DEVERIA SER UM GRANDE INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIO-AMBIENTAL das consciências, coisa que, convenhamos, absolutamente, hoje, nenhum governo constituído, no mundo, gostaria de implementar. A História mostra isso claramente.

A questão passa tanto pela discussão deste modelo obsceno em que vivemos, onde o lucro e o bem estar de alguns é e sempre será a prioridade, acima de tudo e de todos... Inclusive de Deus, para aqueles que ainda acham que esse sistema tem alguma convergência com a religiosidade (e não religião, no sentido estrito do termo), quanto pela questão moral de um povo, qualquer seja ele.

Seria cômico, não fosse trágico assistirmos à polêmica das sacolinhas sendo travada nos meios de comunicação de massa, dirigido e orquestrado por eles mesmos, bastando uma pequena saída aos "'peg-pags' do mundo" para checarmos, "in loco", a quantas anda a manipulação de uma sociedade baseada nos princípios do "eu" e da "vantagem": dócil, mas mórbida, esperando que os "outros" façam aquilo que todos nós, por princípio, deveríamos, por dever mesmo, fazer... Enquanto o planeta agoniza, aos olhos complacentes e consumistas de todos...

Código Florestal devidamente aprovado nas casas legislativas do país, dentro daquele contexto que nós já sabemos, isto é, totalmente entregue à uma minoria, maquiavelicamente tramado numa daquelas quartas-feiras de jogo decisivo do campeonato tal, ou do capítulo da novela "X": quatro ou cinco decidindo o destino da Natureza em nosso país, como se isso fosse uma discussão meramente  formal e numérica.

Enquanto isto, brincamos de ecologia, discutindo a comodidade/necessidade de sacolinhas de supermercado, “se eu vou ter lugar par por meu lixo” (que faço questão de não reciclar), ou “se vou ou não conseguir levar minha modesta e necessária compra de supermercado). Nada contra o consumo.

Enquanto estas idéias persistirem em nós – pequenos burgueses capitalistas, manipulados – nós não conseguiremos, ao menos, iniciarmos qualquer discussão séria em torno da vida no planeta. Vida de todos.

Viva o capitalismo... Viva o consumismo...
“Tudo se encadeia no Universo, do átomo ao arcanjo”, diz Allan Kardec. Nossa visão, ainda muito estreita, caolha e mesquinha não consegue enxergar o alcance do ensinamento do mestre de Lyon. Achamos que somos seres criados à parte, na Natureza, gozando de egoísticos privilégios e prerrogativas que talvez nem mesmo Deus imaginaria, talvez, um dia, que suas criaturas pensantes, num planeta ainda extremamente subdesenvolvido espiritualmente como o nosso, pudessem chegar a esse ponto. Ou não, por tratar-se mesmo de uma característica de INFERIORIDADE ESPIRITUAL, o atual “stato quo” em que buscamos viver.

Vejam todos vocês que não se trata aqui simplesmente de uma crítica simplória e apaixonada. Não. Sabemos que o nosso país, devido aos longos períodos de autoritarismo em que viveu – e bem recente e de péssimas recordações, para todos nós, que NADA, ABSOLUTAMENTE NADA NOS TROUXE DE BOM, agravando ainda mais os inúmeros problemas sociais, estruturais e comportamentais de uma sociedade constituída sob orientação secular de servilismo e indolência - , tem EXTREMA DIFICULADE DE ACEITAR AQUELES QUE PENSAM E AGEM DE MANEIRA DIFERENTE daquilo que se passa como CONSENSO, disseminado por poderosos grupos de informação, que já colocamos alhures.

Por princípio, não devemos NUNCA dizer ao outro o que ele deve fazer. Nem mesmo a lei. OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS. Mas, ainda que estejamos ainda rastejando nesse sentido, um fundo, mas bem fundo (sem sacolas e “outras cossitas más”...) de esperança poderemos vislumbrar disso tudo: ainda que coercitivamente, inconscientemente, à força mesmo, as terríveis sacolinhas, na sua grande maioria, estão com seus dias contados... Ainda que isso valha o biombo chinês para esconder o desmatamento desenfreado de nossas florestas, a impunidade para os que o executa, os benefícios concedidos àqueles que “produzem” em lugares em que não se pode produzir (por mera ganância)... Xiiii, se ficarmos elencando aqui tudo aquilo que já estamos careca de saber...

Fica aí a SUGETÃO, não para o famigerado CONSUMO CONSCIENTE (qual consciência???), mas para uma maior reflexão do NOSSO VERDADEIRO PAPEL NESTA PRESENTE EXISTÊNCIA (entenda-se por “papel” não aquilo que todos nós deveríamos reciclar e consumir menos, é claro...).

O que estamos fazendo, aqui? De onde viemos? Para aonde vamos?

Um abraço a todos, e, tomara, estejamos falando um pouco de rock e coisas boas, da próxima vez... Relaxem aí, com o Peter Gabriel, num tema apropriado para a blogagem...